Reino Unido restringe inspeção de documentos apreendidos com brasileiro

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O jornalista americano Glenn Greenwald (à esq.) e o namorado dele, David Miranda, no aeroporto do Rio, no domingo
O jornalista americano Glenn Greenwald (à esq.) e o namorado dele, David Miranda, no aeroporto do Rio, no domingo

vinheta-clipping-forte1A Justiça do Reino Unido restringiu nesta quinta-feira a inspeção dos documentos apreendidos com o brasileiro David Miranda, namorado de Glenn Greenwald, jornalista que publicou as informações sobre o esquema de monitoramento de dados de internet e telefones feito pelos Estados Unidos.

O material foi apreendido pela polícia metropolitana de Londres no domingo (18), quando Miranda foi detido por nove horas no aeroporto de Heathrow, quando fazia uma conexão em uma viagem de Berlim ao Rio. Ele teve o computador, o telefone e cartões de memória confiscados.

A decisão foi tomada pela Alta Corte de Londres, que limitou a inspeção da polícia até 30 de agosto. Os agentes também não poderão repassar o material para nenhuma agência e órgão do governo britânico ou a governos de outros países.

No entanto, a medida pode ser levantada se a informação significar uma ameaça à segurança nacional ou para investigar se Miranda tem algum envolvimento em atos de terrorismo. As informações também não podem ser usadas para investigações criminais.

David Miranda levava uma série de documentos de Glenn Greenwald que haviam sido obtidos pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, que revelou as atividades de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, em inglês).

Segundo Londres, o material foi entregue em Berlim a Laura Poitras, documentarista que ajuda Greenwald a divulgar as informações vazadas por Snowden. O delator está em asilo temporário na Rússia após ter a extradição pedida pelos Estados Unidos por roubo de documentos sigilosos e traição à pátria.

DEFESA

A decisão derruba o pedido do jornal britânico “Guardian”, que pagou a viagem do namorado de Greenwald a Berlin e arca com os custos da ação judicial contra o brasileiro, que foi preso baseado na lei antiterrorismo britânica.

A publicação pedia que as informações não fossem abertas pela polícia e encaminhadas a outros órgãos do governo britânico até que fosse julgado o mérito da prisão de Miranda. No entanto, a imposição de limites é encarada como uma vitória parcial.

Durante a sessão, o procurador da polícia britânica Jonathan Laidlaw disse que os policiais ainda estavam examinando dezenas de milhares de páginas que foram encontradas com o brasileiro.

“O que foi inspecionado contém, em vista da polícia, material altamente sensível cuja divulgação seria altamente prejudicial para a segurança pública e, portanto, a polícia iniciou uma investigação criminal”.

FONTE: Folha de São Paulo, com Agência Internacionais

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joao.filho
joao.filho
10 anos atrás

namorado de Glenn Greenwald??? Poxa, sacanagem. Esse via..o tinha que ser brasileiro, ne???