siria_sarin

vinheta-clipping-forte1O governo russo reafirmou nesta quinta-feira, 5, a posição contrária a uma intervenção militar na Síria antes da confirmação de que houve uso de armas químicas por parte do regime de Bashar Assad. Segundo o porta-voz do governo de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, a decisão sobre o tema precisa de anuência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e as provas apresentadas até agora sobre o uso de armas químicas “não são convincentes”.

Durante entrevista sobre o primeiro dia da reunião de cúpula do G-20, Peskov disse que qualquer ação militar na Síria só deve ocorrer após aprovação do Conselho de Segurança. “Só o Conselho pode tomar uma decisão como essa. Países podem tomar essa atitude, mas a decisão não pode ser considerada legítima.”

O porta-voz russo argumenta que nenhuma decisão deve ser tomada “antes da avaliação dos especialistas” sobre a acusação de que o governo Assad teria usado armas químicas em Ghouta, subúrbio de Damasco. “Não podemos aceitar provas que estão longe de serem convincentes”, disse Peskov, ao comentar que o material apresentado até agora “não sugere” a ação.

“Nós (Rússia) precisamos ser convencidos da legitimidade das provas”, afirmou Peskov, ressaltando que Moscou não concorda “com alguém que força uma ação” para mudar um regime.

Provas do uso de gás

Cientistas britânicos descobriram novas evidências do uso de gás venenoso no mês passado na Síria, informou nesta quinta-feira o primeiro-ministro inglês, David Cameron.

Em entrevista à BBC, Cameron disse que amostras que estão sendo examinadas por especialistas do laboratório inglês Porton Down, “acrescenta novas provas do uso de armas químicas no subúrbio de Damasco”.

O primeiro-ministro, no entanto, não deixou claro se os testes realizados pelos ingleses determinaram quem foi o responsável pelo ataque com armas químicas, pergunta que os líderes mundiais estão enfrentando no debate em São Petersburgo sobre a resposta ao ataque ocorrido na Síria em 21 de agosto.

O porta-voz do gabinete de Cameron disse que a evidência citada pelo primeiro-ministro na entrevista à rede de TV britânica é uma peça de roupa de uma das vítimas do ataque e amostras de solo retiradas do local. As duas amostras foram positivas para o gás sarin, afirmou ele, falando em condição de anonimato por não estar autorizado a falar sobre o assunto.

Cameron se recusou a comentar sobre como e quando as evidências foram parar no Reino Unido, alegando preocupações com segurança.

FONTE: O Estado de S. Paulo e Território ElDorado (adaptação do Forças Terrestres)

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Bosco Jr
Bosco Jr
10 anos atrás

Os russos estão corretíssimos. Atacar o governo sírio sem ter certeza de que foi ele que efetuou o ataque significa a possibilidade de deixar o verdadeiro culpado impune. Pior é saber que não foi ele e mesmo assim atacá-lo. A comunidade internacional já aturou isso no caso do Iraque e não pode mais aceitar esse tipo de situação. Fui contra a intervessão na Líbia e sou contra esse possível ataque de modo irresponsável. Não que eu ache que não se faz necessário uma intervenção na Síria. Tá passando da hora de que isso ocorra para por fim a essa guerra… Read more »

Mauricio R.
Mauricio R.
10 anos atrás

Para os russos, quaisquer provas das atrocidades cometidas pelo governo sírio, NUNCA serão convincentes.
Eles tem até a cara de pau de dizer, que o Ocidente está mentindo.
E sem tropas no chão, a eliminação da capacidade de destruição em massa do regime Assad é absolutamente inviável.
Assim sobraria a opção de um ataque “genérico”, bombardeando pontes, linhas de energia, bases aéreas e a infra da defesa aérea.
E o Obama então, vai poder dizer que fez algo de concreto pelo povo sírio.
O resto, é política.