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Sem debates ideológicos sobre fronteiras, refugiados e questões mais espinhosas. O foco das negociações entre israelenses e palestinos sob a chancela dos Estados Unidos nos últimos meses foi pragmático – questões de segurança. E em debate, estaria um plano elaborado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para estabelecer um Estado independente em cinco anos. A Palestina seria desmilitarizada, dividida entre Gaza e Cisjordânia e, principalmente, resguardada pela presença de tropas internacionais da Otan, incluindo em Jerusalém, dividida.

O premier israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu ao plano, considerado “absurdo”. E a revelação de Abbas ocorre num momento delicado. O secretário de Estado americano, John Kerry, se prepara para apresentar, nas próximas semanas, regras e um possível cronograma para o acordo final entre os vizinhos. Especula-se que o projeto dos EUA vise ao estabelecimento da fronteira com base nas linhas de 1967, o reconhecimento palestino de Israel como Estado judeu e a divisão de Jerusalém como capital de ambos os países.

Nada disso parece preocupar Abbas. Em entrevista ao “New York Times”, o presidente palestino disse que as tropas israelenses poderiam ficar na Cisjordânia por cinco anos – e não três como dissera anteriormente. Os assentamentos seriam removidos gradualmente segundo um cronograma nesse período. A Palestina seria, então, um Estado desmilitarizado, protegido por soldados da Otan, encarregados de impedir contrabando de armas e terrorismo.

– Você acha que nós temos alguma ilusão de que poderemos ter alguma segurança se os israelenses não sentirem que eles têm segurança? – questionou Abbas.

A presença da Otan na região não é uma ideia nova. Segundo Abbas, ele já a apresentou no passado com o aval do ex-premier Ehud Barak e do ex-presidente americano George W. Bush. Netanyahu também já ouviu a proposta. E rechaçou-a.

– Primeiro, temos que falar com ele. Netanyahu é a chave. Se ele acreditar na paz, tudo vai ser fácil – disse Abbas.

O prazo para as atuais conversas expira em 29 de abril, mas o presidente da ANP garante que a data “não é sagrada”. Mas, assim como o premier israelense, Benjamin Netanyahu, Abbas também tentou se distanciar de eventuais imposições feitas por Kerry:

– Ele tem o direito de fazer o que quiser e no fim nós temos o direito de dizer o que quisermos.

Outro entrave teórico é o reconhecimento de Israel como Estado judeu – exigência do governo israelense à qual a ANP não está disposta a cumprir em hipótese alguma.

– Fora de questão – sentenciou, alegando que tal demanda nunca foi apresentada a Jordânia e Egito quando assinaram tratados de paz com Israel.

A entrevista causou furor nos setores nacionalistas em Israel, parceiros de Netanyahu na coalizão. O próprio premier se manifestou:

– Ele sabe que não haverá acordo sem reconhecimento de Israel como um Estado. Isso é absurdo.

 

PLANO ABBAS

 

EM 5 ANOS

Exército de Israel sai da Cisjordânia

COLONOS

São retirados gradualmente

OTAN

Envia tropas internacionais

SEPARAÇÃO

Palestina será Estado divido

PALESTINA

Não reconhece Israel como ‘Estado judeu’

FONTE: O Globo via Resenha do Exército

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Lyw
Lyw
10 anos atrás

Se tem um lugar que a OTAN quer distância é a Palestina!

Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
10 anos atrás

Concordo.

Não tem culhões para esse teatro.