Sistema Buk disparando
Sistema Buk disparando míssil

Em uma demonstração de força e aprestamento, o Exército venezuelano testou, em março passado, diferentes equipamentos de seu arsenal dotados de mísseis e foguetes – todos de tecnologia russa.

As provas tiveram lugar na localidade de San Carlos del Meta, nos arredores da cidade de Puerto Páez, no município de Pedro Camejo – estado de Apure, sudoeste da Venezuela –, e integraram as manobras de guerra denominadas “Escudo Soberano 2015”.

O Exército mobilizou 480 oficiais e subalternos para a operação, e a Força Aérea Venezuelana alguns caças Su-30 Mk.2 e F-16, que se desempenharam como elementos do poderio aéreo inimigo.

O primeiro veículo lançador a fazer disparos foi o sistema Buk M2-ME (SA-17 na nomenclatura da Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Essa arma é do tipo daquela que, em 17 de julho de 2014, derrubou, sobre a faixa leste do território ucraniano – aparentemente por engano –, um jato Boeing 777 da Malaysian Airlines.

A aeronave fazia o voo MH-17, transportando 298 pessoas (entre passageiros e tripulantes) na rota de Amsterdam para Kuala Lumpur, e teria sido tomada por um avião pertencente à aviação militar da Ucrânia. Não houve sobreviventes.

O sistema Buk M2 entrou em operação regular no Exército russo há sete anos, empregando mísseis antiaéreos 9M317, que podem ser disparados apenas 5 segundos depois de o alvo ter sido adequadamente enquadrado. De acordo com informações divulgadas pela força terrestre venezuelana, o alcance do armamento é de 50 km.

Além de concluírem que um míssil do sistema Buk foi o causador do desastre, investigadores do Escritório do Procurador Nacional da Holanda divulgaram, em março deste ano, um parecer, ainda mais grave: de que a viatura lança-mísseis não poderia ter sido operada pelos rebeldes pró-Rússia que controlam  a área onde o Boeing malaio caiu, mas apenas por russos treinados no complexo manejo do equipamento.

Sistema Pechora
Sistema Pechora

Pechora – O segundo armamento testado na campanha do estado de Apure foi um sistema antiaéreo S-125 Pechora 2M (designação Otan: SA-3 Goa), altamente eficaz contra alvos de elevada manobrabilidade que se aproximem a baixa altitude.

O S-125 foi projetado no fim da década de 1960, mas até hoje, mercê de algumas modernizações, demonstra ser uma arma bastante eficiente contra alvos que se desloquem a distâncias de até 35 km. Além disso ele oferece boa resistência às contra-medidas eletrônicas do inimigo.

O equipamento dispara mísseis terra-ar 5V-24, que cortam o ar a velocidades no patamar de Mach 3. Cada engenho transporta uma cabeça-de-guerra de 60 kg de alto explosivo.

Sistema Smerch

Smerch – O terceiro sistema testado em Apure foi um de tubos lançadores de foguetes sobre rodas 9K58 Smerch (“Tornado”), de 122 mm e de 300 mm.

Cada viatura do sistema Smerch, de saturação de fogo de artilharia, desloca quase 44 toneladas. Ela transporta um conjunto de 12 tubos lançadores de foguetes terra-terra (9M55 ou 9M528) que viajam a distâncias de até 90 km (supostamente a mesma distância alcançada pelos vetores de maior calibre do Sistema Astros II, brasileiro).

O equipamento pode disparar uma salva de 12 tiros em 38 segundos. O Smerch requer cerca de 20 minutos para ser completamente remuniciado.

Cumprida a série de disparos com mísseis e foguetes, os venezuelanos abriram fogo, no descampado de San Carlos del Meta, com os seus novos obuseiros autopropulsados MSTA-S de 152 mm.

Ao final do exercício, todas as viaturas foram orientadas, por sinais de bandeira, a agrupar, para que fossem tomadas fotos de propaganda da força terrestre. Uma grande bandeira venezuelana foi estendida entre duas viaturas do sistema Smerch.

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Lyw
Lyw
8 anos atrás

Não tem papel higiênico mas não descuidam da defesa… Parece que a defesa só não é prioridade para governos de esquerda em sistemas políticos democráticos.

Bosco Jr
Bosco Jr
8 anos atrás

Lyw,
Exatamente por não terem papel higiênico, eles não podem se dar ao luxo de se borrarem de medo. rsrsss
Daí obriga-os a terem uma defesa mais consistente.

Lyw
Lyw
8 anos atrás

Hehehe… Boa teoria Bosco, só acrescentando o fato que, dependendo do inimigo (principalmente se for o inimigo preferencial deles), eles se borrarão de todas as formas porque estes sistemas analisados não são lá essas coisas, mas obviamente que no cenário sulamericano impõem respeito.

Roberto Lopes
Roberto Lopes
8 anos atrás

Particularmente, o que mais me intriga é a real capacidade dos venezuelanos de operar esses equipamentos. Fazer um ou dois disparos em um dia pré-determinado, após uma preparação exaustiva de semanas para que nada saia errado é uma coisa; ter a capacidade de operar o equipamento de uma hora para outra, é outra coisa bem diferente. Há muitas informações sobre a presença de especialistas russos, chineses e cubanos em território venezuelano, para assistir os militares sul-americanos no manuseio de suas máquinas de guerra. A unidade aérea venezuelana que emprega o Su-30 Mk.2 abriga, até hoje, uma equipe de manutenção da… Read more »

Lyw
Lyw
8 anos atrás

Bom para os cubanos Roberto, que com o fim dos embargos e melhorias econômicas provindas da reabertura, poderão em breve começar uma reforma tecnológica nas suas Forças Armadas e já terão um bom conhecimento na utilização destes equipamentos por terem “acesso livre” às armas compradas pelos cumpanheiros da venezuela.

_RJ_
_RJ_
8 anos atrás

“Venezuela testa com êxito sistema antiaéreo Buk M2, do tipo que derrubou o voo MH-17”

de novo esses títulos inusitados…
dá a impressão que o objetivo da Venezuela é derrubar vôos comerciais.

Bosco Jr
Bosco Jr
8 anos atrás

RJ,
Tem um site chamado “planobrazil”. Entra lá e veja que de cada 20 artigos, 19 têm “títulos inusitados” contra o Ocidente.
Vai lá e dá uma bronca neles. rsrsss
A Venezuela vai sobreviver a esse “título inusitado” postado pelo Roberto.

_RJ_
_RJ_
8 anos atrás

Nem brinca, Bosco.
Lá no outro site eu corro o risco de a brincadeira ser levada a sério e eu apanhar!

Fabio
Fabio
6 anos atrás

Grande poder!