Soldado brasileiro e crianças haitianas em Cite Soleil, uma seção de Port-au-Prince. (U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 1st Class David A. Frech/Released)

Soldado brasileiro e crianças haitianas em Cite Soleil, uma seção de Port-au-Prince. (U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 1st Class David A. Frech/Released)

Atuação brasileira foi fundamental para gerar estabilidade e segurança à população haitiana, além de projetar o Brasil no cenário internacional

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) chega ao fim no dia 15 de outubro, concluindo, também, a participação das Forças Armadas brasileiras nesse capítulo da história daquele país. Há treze anos (2004 a 2017), militares brasileiros desempenham missões voltadas para a criação e a manutenção de um ambiente seguro e estável no Haiti, ao longo dos quais foram conquistados significativos avanços para a população haitiana, para o reconhecimento internacional do Brasil e para o aprimoramento da capacidade técnico-profissional de nossas Forças Armadas.

Cerca de 37.500 militares das Forças Armadas brasileiras integraram as tropas da MINUSTAH no decorrer desse período. Além disso, a liderança do componente militar da missão sempre esteve sob a responsabilidade de um general do Exército Brasileiro. A partir da extinção da MINUSTAH e do retraimento das forças de paz, será estabelecida uma nova missão da ONU, com o objetivo de fortalecer instituições do Estado haitiano.

O Contingente Brasileiro no Haiti foi formado, durante a maior parte do tempo, por um Batalhão de Infantaria de Força de Paz (BRABAT) e por uma Companhia de Engenharia de Força de Paz (BRAENGCOY). Na segurança, os militares brasileiros conseguiram pacificar a capital, Porto Príncipe, dominada, anteriormente, por gangues fortemente armadas.

Cotidianamente, as tropas brasileiras realizavam intensivo patrulhamento nas áreas que estavam sob sua responsabilidade, participaram de operações com as demais tropas das Nações Unidas e com a Polícia Nacional do Haiti, escoltaram autoridades e proveram segurança para as ações humanitárias e as eleições. Esse esforço propiciou as condições necessárias de estabilidade para a promoção do desenvolvimento social, econômico e político do país.

Os militares do Brasil estiveram presentes em momentos de grandes catástrofes naturais no Haiti, como o terremoto de 2010 e, mais recentemente, a passagem do Furacão Matthew. A Companhia de Engenharia Brasileira foi empregada pelas Nações Unidas em obras como construção, asfaltamento e reparação de vias, perfuração de poços, limpeza de valas, distribuição de água e destruição de explosivos.

O bom comportamento dos soldados brasileiros e o relacionamento construído com a população haitiana foram elementos essenciais para os resultados alcançados, que projetaram o Brasil no cenário internacional e trouxeram ganho em experiência para as Forças Armadas brasileiras. Os resultados positivos da participação brasileira na MINUSTAH credenciam o Brasil a uma nova missão das Nações Unidas no futuro.

Etapas da desmobilização
No dia 31 de agosto, será realizado um evento em Porto Príncipe, no Haiti, com a presença de autoridades civis e militares, para marcar o encerramento das atividades operacionais. Para mais informações sobre esse evento, deverá ser feito contato com a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa, pelo e-mail ascom@defesa.gov.br ou pelo telefone (61) 3312-4994.

Entre os dias 10 e 17 de setembro, o último contingente brasileiro retornará ao Brasil. No dia 15 de outubro, a base do contingente será entregue, oficialmente, à Organização das Nações Unidas.

Contatos
Outras informações sobre o encerramento das atividades das Forças Armadas brasileiras no Haiti e o legado de 13 anos de atuação podem ser obtidas no Centro de Comunicação Social do Exército, pelo e-mail imprensa@ccomsex.eb.mil.br ou pelo telefone (61) 3415-5711.

Para saber mais, acesse http://www.eb.mil.br/web/haiti/ ou #HaitiEuEstiveLá.

DIVULGAÇÃO: Agência Verde-Oliva

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Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
6 anos atrás

Parabéns a todos os Azuis e homenaens póstumas aos que lá pereceram e a suas famílias.
__________________

Agora chega, hora do retorno.

Adriano Luchiari
Adriano Luchiari
6 anos atrás

O EB poderia utilizar a experiência adquirida por esses 37.500 para, combinados com outros efetivos, executar as missões GLO, ocupação das favelas do RJ e atuar nos postos de fronteira.

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

Carlos Alberto,
Junto-me a sua manifestação.
Até aonde sei, foram 24 mortos brasileiros.
A maioria (aprox. 18) em consequencia do terremoto.
Apenas um morto em ação (vítima de mina terrestre)
Mas houve inúmeras baixas não fatais em virtude de estilhaços decorrentes de disparos contra as viaturas dos fuzileiros.

Bom retorno à tropa !

Silvio RC
Silvio RC
6 anos atrás

Aos militares envolvidos na missão, os maiores elogios. Encheram de orgulho o Brasil. A missão foi muito demorada, sei que tiveram os desastres naturais que atingiram o Haiti , mas nada que justificasse, procrastinar por 13 anos a permanência das tropas. Mas foi uma oportunidade impar de testarmos nossas capacidades de mantermos um contingente significativo longe do nosso território. Vimos na pratica as nossas limitações de transporte e abastecimento por vias aéreas e maritimas, coisa que ate tínhamos noções, mas só na prática, que é muito além de um treinamento, tivemos a verdadeira visão do que realmente precisamos. Foi gasto… Read more »

Adriano Luchiari
Adriano Luchiari
6 anos atrás

Mas Colombelli, não dizem que”o Haiti é aqui”?

Agnelo Moreira
Agnelo Moreira
6 anos atrás

Bom dia Adriano A sua sugestão é muito utilizada. Quanto ao RJ, há muito deixou de ser caso de polícia, na medida que esta mesma precisa de carros blindados, armas de apoio de fogo e apoio aéreo, mas enquanto se pensar que é, vai continuar do jeito que está… Cabe exemplificar com as operações que ocorreram e ocorrem no RJ. Rio 94 e 95: EB na rua, paz no Rio. Guanabara I e II: Polícia não dava conta da criminalidade, o EB foi empregado no Carnaval e teve-se paz. Abafa: Furto dos fuzis do ECT. 20 dias de operação. Criminalidade… Read more »

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

Bom dia Agnelo Há tempo que eu defendo aqui que o EB poderá ser tragado, em um futuro proximo, para uma atuação mais forte no RJ. Acho que existe uma distinção fundamental que precisa ser feita. Uma coisa é o combate contra a criminalidade comum, que está presente em todo o país. Outra coisa bem diferente é o combate à facções criminosas que literalmente, conquistaram territórios dentro das cidades, formando enclaves do crime (tráfico e milícias) As lições do Haiti certamente foram muito bem processadas. Esta situação será extremamente complexa. Fazendo uma brincadeira: Perguntem ao Moreira Cesar !! Aqui mesmo… Read more »

Daniel Sampaio
Daniel Sampaio
6 anos atrás

Drogas e armas entram pela nossa fronteira, atravessam diversos estados da federação que nada fazem, nada fiscalizam, e chegam no Rio. E só quando chegam nas mãos dos traficantes, vem gente criticar, dizer que o Rio vive um desgoverno. Ora, qual estado do Brasil não vive um desgoverno? Garanto que se a União parasse de sugar os recursos captados aqui no RJ, nós teríamos como investir no combate apropriado à criminalidade

Daniel Sampaio
Daniel Sampaio
6 anos atrás

Mais cômico do que isso é ter que ler que o contribuinte brasileiro tem que pagar pelo EB nas ruas do Rio quando, na verdade, a quantia que o RJ repassa para o GF já é maior que todo o orçamento do Ministério da Defesa.

Walfrido Strobel
6 anos atrás

Esta conversinha do RJ querendo responsabilizar o GF pela situação que deixaram se instalar não cola. Esta conversa vem de anos, não começou agora, pois é sempre mais fácil e comodo arrumar um inimigo externo para culpar por seus problemas. Não esqueço de um americano que reclamava em um coquetel aqui em Salvador sobre as drogas que a América Latina manda aos EUA, um Cel. Av. casca grossa disse a ele que a solução era simples, era só os americanos fecharem o nariz e cheirarem menos, se eles deixarem de comprar a AL deixa de mandar cocaína, mas é sempre… Read more »

Agnelo Moreira
Agnelo Moreira
6 anos atrás

Obrigado, Carvalho.

Daniel, não sei agora, mas antes da crise, o RJ arrecadava 13 vezes mais do que SC, por exemplo, só para exemplificar sua colocação.

Colombelli, esta é minha GRANDE preocupação. Mas acho que o EB deve ser empregado, PORÉM em Estado de Sítio ou Defesa. Situações que creio, minimizariam a atuação de agentes “vermelhos” dentro de todos os órgãos envolvidos, além de um controle de área e populacional muito melhor para se efetivar as ações.

Sds

Adriano Luchiari
Adriano Luchiari
6 anos atrás

O comentário do Agnelo Moreira faz sentido, já postamos aqui, em outra matéria sobre o RJ, que o GF deveria decretar intervenção federal lá e vários comentaristas elencaram as medidas a serem adotadas após isto, inclusive como seria o emprego do EB, diferentemente das ações realizadas até aqui, com juízes federais 24 horas à postos para emitir mandados de prisão, etc. O crime organizado e o narcotráfico chegaram em um nível que deixaram de ser problema de segurança pública, no país inteiro o número de mortes decorrentes é caso de segurança nacional. Só falta combinar com a esquerda e com… Read more »

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

A culpa é dos cariocas !!

Que ficam comprando drogas de outros Estados
Aqui do RS já traficamos o Brizola, o Tarso Genro
E agora se comenta por aqui que a Dilma vai se candidatar ao Senado pelo RJ

Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
6 anos atrás

Walfrido Strobel 17 de agosto de 2017 at 14:55
Começou imediatamente após o Govêrno do Chagas Freitas, advinha quem foi ?
Eu sei, foi quando morei lá pela primeira vez, de sete vezes.

GIOVANI DA SILVA BENTO
GIOVANI DA SILVA BENTO
6 anos atrás

Carvalho 17 de agosto de 2017 at 11:17

O link é esse, li e achei bem interessante:

http://www.forte.jor.br/2009/05/21/o-emprego-de-fuzileiros-mecanizados-no-haiti/

EParro
EParro
6 anos atrás

colombelli 17 de agosto de 2017 at 15:43

Concordo em gênero, número e grau. Direto aos pontos!

Forte abraço

EParro
EParro
6 anos atrás

colombelli 17 de agosto de 2017 at 19:49

Novamente, acertou em cheio.

Adriano Luchiari
Adriano Luchiari
6 anos atrás

Perfeito Colombelli! Compartilho a mesma opinião.

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

GIOVANI DA SILVA BENTO 18 de agosto de 2017 at 17:59 Obrigado Geovani ! Outra leitura interessante – também no FORTE, é a resenha do Livro blindados no Haiti, do Prof. Expedito. Nesta resenha se percebe a preocupação em traçar paralelos entre o emprego das tropas no Rio e o Haiti. Quanto a questão da Intervenção no RJ, respeito a opinião e o desconforto com as atuais operações. Mas, sinceramente, discordo. Acho que uma intervenção seria “jogar no colo” do GF e EB esta bomba. Vamos intervir por quanto tempo? 15 anos como no Haiti? E quando as conexões do… Read more »

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

Podem “baixar o porrete” !!
Como eu disse:

Te nho mais dúvidas do que certezas….

Rubens
Rubens
6 anos atrás

Quanto custo $ para o povo brasileiro essa brincadeira no Haiti.

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

Prezados,

A respeito das lições do Haiti
O JN de 21/08/17 (31:00) mostra um Piranha com lâmina bulldozer e torreta blindada
https://youtu.be/LgmvCjT-W8w

Creio que é modificação oriunda da experiencia brasileira no Haiti

Saudações

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

Collombeli Sou um pessimista por natureza. Invejo sua confiança de o EB ter poder real de “resolver” a situação. Os grupos criminosos possuem alta resiliência. A perda de fuzis e homens serão rapidamente repostas. O poder destas facções de dominar os territórios (ainda que por outros meios) continuará intocável. Pelo que sei, as UPPs hoje mantém regras de convivência com o tráfico. Tenho receio que o EB (ou qualquer outra força) ao incapacitar algum grupo ou facção esteja apenas abrindo caminho para outro grupo criminoso. Não podemos esquecer que boa parte das “traçantes” que vemos nos vídeos nada mais são… Read more »