Astros na Operação Atlas (2)

Formosa (GO), 25 de junho de 2025 — Em uma demonstração da capacidade de mobilização e pronta resposta da Força Terrestre, o Exército Brasileiro iniciou no último dia 23 de junho o deslocamento estratégico do Sistema ASTROS, a partir de Formosa (GO), com destino a Belém (PA). A operação integra os preparativos da Operação ATLAS, exercício conjunto coordenado pelo Ministério da Defesa que será realizado em outubro deste ano.

A mobilização foi coordenada pelo Comando de Artilharia do Exército, com apoio do Centro de Logística de Mísseis e Foguetes (C Log Msl Fgt) e do 16º Grupo de Mísseis e Foguetes (16º GMF). Antes do início da missão, uma reunião de alinhamento operacional e de segurança foi realizada entre os comandos envolvidos, com orientações logísticas detalhadas sobre o itinerário.

Durante o encontro, o comandante do Comando de Artilharia do Exército, General de Brigada Erb Lyra Leal, dirigiu-se à tropa destacando a relevância da missão para uma Força Especializada de Emprego Estratégico. “Esse deslocamento representa mais que um exercício; é a afirmação do nosso compromisso com a soberania e a capacidade de pronta atuação em qualquer ponto do território nacional”, afirmou o oficial-general.

A 1ª Bateria de Mísseis e Foguetes do 16º GMF é a unidade destacada para a operação, conduzindo os modernos veículos lançadores e sistemas de apoio do ASTROS, sistema de artilharia altamente móvel e de longo alcance desenvolvido no Brasil.

A iniciativa reforça a capacidade do Exército Brasileiro de projetar poder de fogo em regiões estratégicas, assegurando a defesa de áreas sensíveis e a prontidão em resposta a eventuais ameaças. A Operação ATLAS buscará testar a integração entre as Forças Singulares — Exército, Marinha e Aeronáutica — e ampliar a interoperabilidade e a eficácia das ações de Defesa Nacional diante de cenários complexos.

A movimentação rumo à região Norte é parte de uma política de adestramento realista e fortalecimento da presença militar em áreas-chave do país, reafirmando o papel estratégico da Artilharia de Mísseis e Foguetes na proteção do território brasileiro.

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

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Maximus
Maximus
22 dias atrás

Pergunta de leigo, não seria interessante manter um grupamento fixo de viaturas astros na região de Belém? Pq as atuais “eventuais ameaças” são de um país vizinho na fronteira norte.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Maximus
22 dias atrás

Ola M.

Caso inexistissem meios de transporte, como no início do século XIX ou mesmo início do Sec.XX, quando as regiões eram isoladas, fazia sentido dispersar os recursos.

Durante a Guerra do Paraguai, por exemplo, a região do Mato Grosso era acessada de navio, entrando pelo Rio da Prata e subindo o RIo Paraguai.. O interior da região amazônica só podia ser acessadas entrando pelos rios Negro ou Solimões.

O problema era tanto de transporte quanto de comunicação. Ainda que existisse uma extensa rede de telégrafos, era preciso manter as linhas de fios.

Hoje, a comunicação é praticamente instantânea e há uma rede de aeroportos e pistas em todo o Brasil, A FAB tem condições de transporte tático e dependo da região, existe uma rede de rodovias e ferrovias.

No caso brasileiro, qualquer ameaça de agressão demandaria a concentração de forças estrangeiras, algo que seria rapidamente identificado. Outro ponto que precisa ser levado em conta é a capacidade de ataques aéreos vindos do exterior, o que pode anular qualquer vantagem tática de tropas dispersas.

Por outro lado, considerando que não existe qualquer ameaça de agressão, faz sentido concentrar meios especializados em centros com condições de treinamento, logística e manutenção otimizados.

Por exemplo, no caso do Astros. Tanto o EB quanto a FAB tem capacidade de movimentação das baterias para qualquer região do Brasil. Por outro lado, ao centralizar os meios, é possível manter uma equipe de manutenção treinada e sem ociosidade, sem falar na otimização do estoque de peças de reposição e até do estoque de munição. Também é razoável manter toda o pessoal especializado concentrado para otimizar o treinamento prático e teórico

Se a gente for pensar bem, exceto os caças atuando na defesa aérea 24/7, que seriam 2 aviões em prontidão, que precisam ser mais ou menos distribuídos pelo território, até os meios aéreos de transporte, caça e patrulha, podem estar uma única única base. Por exemplo, os Kc390 estão baseados em Anápolis, ainda que estejam voado em todo o país.

Voltando ao Astros. Seria preciso o dobre ou o triplo de baterias para distribuí-las pelo país, Não há uma região no Brasil que apresente maior ou menor ameaça.., seria preciso manter mais quartéis, mais estoques, mais oficinas.. etc.. os gastos seriam imensos sem qualquer garantia de efetividade, porque no caso de uma ameaça, seria preciso deslocar reforços das outras unidades para a região sob ameaça.

Penso nos aviões B2 dos EUA. Todos ficam na mesma base, onde existe um hangar para cada aeronave. A manutenção é feita na mesma base que mantém disponíveis as peças de reposiçao e os estoques de armas. Os aviões decolam de lá para realizar missões no mundo todo. Nunca houve necessidade de distribuir os aviões em muitas bases. Eles ficam de prontidão e disponíveis para decolar e ir para onde forem necessários.

Maximus
Maximus
Responder para  Camargoer.
22 dias atrás

Olá Camargoer. Obrigado pela resposta, realmente faz sentido seja por razões orçamentárias ou operacionais concentrar meios em um só local.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Maximus
22 dias atrás

Olá M.

Legal.

Acho que tanto concentrar as baterias de Astros em Formosa é bom em todos os sentidos.

Neste aspecto, é fundamental esta colaboração entre a FAB e o EB para o transporte tático em casos de urgência.

O Jugger comentou sobre o trajeto rodoviário que poder ser feito em dois dias, talvez mais barato que usar os meios da FAB, já que o deslocamento será para um exercício.

Wilson
Wilson
Responder para  Camargoer.
22 dias atrás

Pelo que me lembro o exercito pediu um prazo de 6 meses para deslocar forças até a fronteira norte quando esse mesmo vizinho resolveu bravatear, isso a menos de dois anos. Então essa história de “mobilidade” realmente fica estranha. Talvez o real motivo seja o desgaste que a falta das areias de ipanema fariam ao moral dos militares mais graduados.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Wilson
21 dias atrás

Pois é.. existem muitos motivos..

claro que tudo depende da urgência.. aquela papagaiada da fronteira entre o Brasil-Venezuela-Guiana foi considerada um dia um foco de guerra e agora ninguém mais lembra..,

sobra pensar que:

1) era uma presepada sem importância
2) foi uma crise resolvida por diplomacia que a gente nunca soube
3) foi uma crise resolvida com diplomacia e disuasão
4) a Venezuel conseguiu atingir seus objetivos
5) foi uma crise apenas para a mídia brasileira que precisava de uma manchete para aquela semana…

ou um pouco de tudo

brutus
brutus
Responder para  Camargoer.
21 dias atrás

eu iria na 1

Joao
Joao
Responder para  Wilson
21 dias atrás

Uma tropa pode ser desdobrada em menos de 24 hrs em qualquer parte do território nacional, para emprego.
Quando se fala de 6 meses, é para manutenção permanente, pois há necessidade de construção de instalações.

Eu não gostava de Ipanema…

Renato Pereira
Renato Pereira
Responder para  Camargoer.
22 dias atrás

Eu realmente gostaria de entender tantos negativos…não que me importe, quando dou minha opinião como agora não muda nada na minha vida “positivos” ou “negativos”…quando discordo, passo adiante, pois opinião cada um é livre para ter a sua!

Enfim: concordo com o que o colega falou! Existem equipamentos e equipamentos e os Astros realmente fazem sentido ficarem concentrados!

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Renato Pereira
21 dias atrás

O pessoal acha que estas negativações são espontâneas.. nas verdade, eu administro algumas dezenas de “bots” programados para negativas meus comentários..

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BVR
BVR
Responder para  Camargoer.
18 dias atrás

Salve Camargoer !!
Continue a comentar; pois esse é o espírito que fundou o BlogNaval e, posteriormente, a Trilogia.
Não lembro de vc sendo descortês com ninguém, tão pouco desqualificando a opinião de ninguém.
Então…keep walk, ou melhor keep write.

BVR
BVR
Responder para  Renato Pereira
18 dias atrás

Salve Renato !!
Tem uma galera que negativa o Camargoer só porque ele respira. Rsrsrsrs…
Este meu comentário mesmo vai ser kkkkkk

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  BVR
18 dias atrás

Olá BVR,

Temo que nestes tempos estranhos seu comentário seja literal.

Um dia vai ser verdade.. até lá será preciso alguma paciencua

BVR
BVR
Responder para  BVR
18 dias atrás

Kkkkkkk
Não disse.

Mauro Cambuquira
Mauro Cambuquira
Responder para  Camargoer.
18 dias atrás

Só que os B2 voam… Os ASTROS apesar do nome, se movimentam por roldanas…

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Mauro Cambuquira
18 dias atrás

Foi o que disse.. é si colocar o Asttis dentro do Kc390 e sair viando

José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  Maximus
22 dias atrás

As ” eventuais ameaças” vem do mar, pelo Norte, da Nato e do atlanticismo.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  José Joaquim da Silva Santos
22 dias atrás

Olá José.

O Brasil sofre ameaças difusas. Felizmente não existem ameaças focadas. Isso é bom mas cria um desafio para a elaboração de uma estratégia de defesa.

No atual cenário, é preciso organizar forças armadas flexíveis e com mobilidade para que possam ser acionadas para diferentes cenários de potencial agressão

Dissuasão é melhor que combate.

Wilson
Wilson
Responder para  José Joaquim da Silva Santos
22 dias atrás

Se vierem não haverá “Astros” que os segurem.

Angus
Angus
Responder para  Maximus
22 dias atrás

Todo o sistema Astros se localiza no Forte Santa Barbará, em Formosa.

Com essa centralização toda logística de manutenção fica facilitada e muito mais barata.
Existe um campo de instrução “do lado”, o que facilita naturalmente a qualificação e o adestramento dos Grupos.

Ou seja, não faz sentido ter uma Bateria em Belém (ou qualquer outro ponto do Brasil).

A origem do Forte justamente esta na centralização das 5 Baterias que estavam localizadas em cidades diferentes (Cruz Alta, Macaé, Niterói, Brasília…não lembro da outra).

Um conflito com algum país vizinho não vai começar “da noite para o dia” (a nossa realidade é muito diferente da vivida por Israel por exemplo, não temos inimigos declarados). Dessa forma, em um prazo razoável é possível mobilizar os GMF e desloca-los para a parte do território nacional necessária.

Obviamente operações de adestramento são necessárias, com deslocamentos para o Norte e para o Sul, de modo que tudo esteja perfeitamente mapeado, caso seja preciso utilizar futuramente.

Colombelli
Colombelli
Responder para  Maximus
21 dias atrás

Nao justifica por razões de custo, manutenção, logistica e formação. É igual a força blindada. Teria que se multiplicar estruturas. Os GLMF atuam sob forma de comando ( comando de artilharia). São modulares e sujeitos a subordinação direta do COTER pra emprego em todo pais.

Wellington
Wellington
Responder para  Maximus
21 dias atrás

Caro Maximus, o Sr. Camargoer explicou sobre estratégia concentrar tudo em um canto, etc…
Mas ao meu ver, só mão existem outras bases pois o EB possuí poucos sistemas ASTROS, senão me engano algo em torno de 38 unidades no EB.
Se tivéssemos pelo menos uns 150 sistemas desse, dava pra dividir em vários locais do Brasil, agora só 38 não vale a pena dividir mesmo.
Infelizmente nossos equipamentos são a conta gotas, quantidades mínimas.
Mesma coisa dos caças Gripens, era pra ter pelo menos uns 20 Gripens em cada uma das 5 regiões Brasileiras.
Agora se for só 36 aí fica complicado dividir mesmo.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Wellington
21 dias atrás

Ola W,

Vocẽ tem razão. Há vantagens em centralizar todas as baterias de Astros em Formosa, ao menos na atual configuração. A unidade de Formosa tem um limite físico que suporta uma determinada quantidade de baterias e pessoal. Acho até razoável que os FN compartilhassem a base de Formosa com o EB.

Agora, se o número de baterias fosse superior á capacidade de Formosa, seria preciso uma segunda base ou talvez um rodízio das baterias em formosa.

JuggerBR
JuggerBR
22 dias atrás

De Formosa a Belém, 2100 km pelas estradas mui bem conservadas estradas da região, quantos dias de viagem? Não seria mais produtivo usar o KC-390?

Deadeye
Deadeye
Responder para  JuggerBR
22 dias atrás

A rodovia Brasilia Belém é quase toda pavimentada, então não devem ter tantos problemas, creio eu.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Deadeye
22 dias atrás

Olá Dea.

Qualquer coisa, o EB manda o batalhão de engenharia na frente para fazer os reparos necessários.. riso

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Santamariense
Santamariense
Responder para  JuggerBR
22 dias atrás

Por não ser urgente, não tem necessidade de um deslocamento rápido. Além disso, são algumas viaturas,o que demandaria vários voos de KC-390. Assim, o deslocamento via terrestre é mais barato e deixa os ainda poucos KC-390 disponíveis para outras missões mais urgentes e necessárias. O texto cita a 1ª Bateria de Mísseis e Foguetes do 16º GMF. Uma Bateria completa do sistema ASTROS é composta por 12 viaturas, sendo seis viaturas lançadoras, três viaturas remuniciadoras , uma viatura de controle de fogo, uma viatura meteorológica, uma viatura de posto de comando e controle e uma viatura oficina. Mesmo que tenha sido mobilizada meia Bateria, ainda assim são 6 viaturas.

Última edição 22 dias atrás por Santamariense
Felipe
Felipe
Responder para  Santamariense
20 dias atrás

Uma bateria tem 6 lançadores e um grupo tem 18. Na verdade em Formosa há um escalão de artilharia acima de grupo.

Santamariense
Santamariense
Responder para  Felipe
19 dias atrás

Sim, uma bateria tem 6 viaturas lançadoras. Foi o que eu escrevi acima.

Cido
Cido
Responder para  JuggerBR
22 dias atrás

Tem ferrovia nova surgindo, a ferro grão.

Colombelli
Colombelli
Responder para  JuggerBR
21 dias atrás

Motivo= custo. É exercicio. Não mobilização real

Joao
Joao
Responder para  JuggerBR
21 dias atrás

A ideia, pelo que parece, é fazer terrestre. É outro tipo de mobilização.
Se houvesse pressa, sim, o KC-390.
Mas não há.
Poderia ir rodando direto, parando pra abastecer e motoristas trocando pelo caminho. Um dirigindo e outro dormindo, igual ônibus de viagem longa, mas não há necessidade.
Acredito q será um deslocamento administrativo. Rodando somente durante o dia, com previsão de descanso para os motoristas, abastecendo só em quartéis, onde o combustível já foi licitado, e provavelmente fazendo demonstração e instrução de pessoal pelo caminho.

Bueno
Bueno
22 dias atrás

O exercício Atlas esta diretamente ligado a preparação de segurança da COP30, é muito bom ver esta movimentação e acumulo de material e pessoal na região norte, é operacionalidade , demonstração de força e dissuasão.
O ASTRO em Belém não tem utilidade para Defesa antiaérea , deveriam desloca o astror para RO mais próximo da fronteira com a Venezuela , de Belem até Roraima por hidrovia deve durar 1 mes.
Já enviaram para Belém pelo menos uns 4 Gepard ? este ajuda a somar esforços d=na defesa AA

Santamariense
Santamariense
Responder para  Bueno
22 dias atrás

A Operação Atlas tem duas fases:

Planejamento conjunto: de 30 de junho a 11 de julho, na Escola Superior de Defesa, em Brasília /DF.
Exercício no terreno: de 27 de setembro a 11 de outubro, na região do Comando Militar da Amazônia, em especial em Roraima.

A COP30 ocorrerá em novembro, em Belém/PA. Muitos dos meios utilizados na Operação Atlas serão mantidos na região, para proteção da COP30. Certamente haverá a participação de viaturas Gepard, que serão deslocadas daqui de Santa Maria ou de Rio Negro/PR. Certamente, a defesa antiaérea será feita por Iglas, RBS-70 E Gepards. E a defesa aérea por F-5M e A-29. Talvez os Gripen estejam aptos a lançar mísseis até lá (não creio, mas torço para estar errado).

Bueno
Bueno
Responder para  Santamariense
21 dias atrás

Valeu Santamariense!
Fica de olho ai e nos informa as movimentações, se eu nao estou enganado , acho que foram 3 meses para deslocamento de Viatura Grarani do Sul Para o Norte, um blindado de 47 Toneladas deve dura um pouco mais devido a velocidade da carretas devido este peso e dimensões .

Santamariense
Santamariense
Responder para  Bueno
21 dias atrás

Pode deixar. O que eu perceber e registrar, compartilho aqui.

Felipe
Felipe
Responder para  Bueno
20 dias atrás

Só não existe um Astros antiaéreo por falta de investimento, a Avibras com as devidas parcerias conseguiria desenvolver um.

Bueno
Bueno
Responder para  Felipe
20 dias atrás

Sim, muitas deficiências na área de Defesa e no desenvolvimento tecnológico se devem à falta de investimento e de vontade política.

Gostaria de ver um estudo aprofundado sobre a ação de Israel no Irã, com o objetivo de extrair aprendizados aplicáveis ao Brasil, especialmente levando em conta nossa dimensão territorial e a profundidade dos ataques realizados, que alcançaram desde as fronteiras até Teerã.
O Brasil precisa tirar lições desses dois eventos beligerantes do século: a guerra entre Rússia e Ucrânia, e o conflito entre Israel e Irã.

Última edição 20 dias atrás por Bueno
Daniel
Daniel
22 dias atrás

O Brasil precisa urgentemente de ferrovias. Se precisarmos deslocar blindados de uma ponta para outra do país em caso de emergência, quando eles chegarem lá a guerra já acabou.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Daniel
22 dias atrás

Olá Daniel

O custo de uma ferrovia é muito alto.
Só faz sentido uma ferrovia que tenha viabilidade econômica para operar comercialmente durante os períodos de normalidade.

Uma ferrovia de caráter militar ficará ociosa e os gastos serão perdidos, Havendo uma ferrovia comercial, é possível deslocar tropas e material militar quando for necessário.. caso contrário, que se use rodovias.. em último caso, que se use os Kc390

Daniel
Daniel
Responder para  Camargoer.
20 dias atrás

Claro, amigo. Isso é óbvio. Mas como aconteceu nos EUA, o governo poderia apoiar mais as parcerias público-privadas. As concessões são muito tímidas e falta segurança jurídica.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Daniel
20 dias atrás

Daniel,

A decisão de construir uma ferrovia e a té um sistema de trens de alta velocidade começa pela viabilidade econômica do projeto.

O modelo que será usado para a construção depende desta avaliação. Se o projeto é viável, é possível fazer uma concessão, uma PPP ou até mesmo constituir uma estatal para executar o projeto.

Por exemplo, as concessionárias que administram as rodovias em SP há mais de 30 anoa fazem reformas e até ampliações em diversos trechos porque há uma viabilidade econômica

Por exemplo, a rodovia Imigrantes em SP era administrada pelo Dersa até que foi concedida para a iniciativa privada em 1998, acho que o governador era o Covas.. praticamente 25 anos depois, a empresa anunciou a construção da terceira pista (que será praticamente um longo túnel) no trecho da Serra do Mar.. o atual sistema está perto do gargalo e há uma enorme demandas e viabilidade econômica para esta obra.

Por outro lado, é curioso perguntar qual a razão de não existir interesse em construir uma ferroevia para transporte de pessoas ligando a capital com o litoral.. por outro lado, foi lançado um projeto de construir uma linha de trens de média velocidade ligado Sorocaba e Campinas á Capital

Toda concessão ou PPP só é possível se existir uma viabilidade econômica

Acho que em MG foi construida uma ferrovia chamada “Ferrovia do Aço” projetada para usar locomotivas elétricas. Depois de construirem viadutos e tuneis, ela foi abandonada.. isso na década de 70. Depois de privatizada, a concessionária opto por usar locomotivas a diesel, mas os tuneis tinham sido projetados para locomotivas elétricas.. foi preciso construir algins desvios para as locomotivas contornarem estes túneis mais longos..

Não basta querer construir ferrovias, como era no fim do século XIX e início do século XX.. a questão da viabilidade econômica vem antes do modelo adotado para a sua construção

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
Responder para  Camargoer.
19 dias atrás

Há projeto de TIC entre São Paulo e Santos.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Rafael Oliveira
17 dias atrás

Pois é.. eu li alguma coisa que estão sendo realizados estudos de viabilidade técnica.. Por outro lado, o trem entre S.Paulo e Campina já está na elaboração do projeto básico. A previsão das obras é 2026. Neste caso, é mais simples porque será possível usar a maior parte do leito atual

O trajeto atual é usado para cargas com trens entre 40~60 km/h. Será preciso algum ajuste para que os trens possam desenvolver 140 km/h. Eu não sei se os trens de carga também receberão um trilho novo ao lado dos trilhos dos trnes de passageiros.. seria estranho usarem os mesmos trilhos para carga e passageiros..

De qualquer modo, a ligação entre S.Paulo-Campina-Ribeirão Preto está atrasadas 50 anos.

Por outro lado, temo que se perde uma oportunidade de introduzir um sistema de alta velocidade (350~300 km) que poderia seguir o trajeto S.Paulo-Jundia-Campinas-Ribeirão-Uberlãncia-Uberada em um eixo.. e outro eixo S,Paulo-SJCampo-Taubaté-VoltaRedonda-Rio…

sei lá..

Daniel
Daniel
Responder para  Camargoer.
16 dias atrás

Está pensando pequeno, amigo. Nos EUA do século XIX, era o governo que criava a viabilidade. ele concedia terras ao longo de ferrovias, Isso financiava a construção e incentivava o surgimento de cidades no entorno, gerando demanda onde antes não havia nada. Ou seja, eles não esperavam a ferrovia ser viável — tornavam ela viável com políticas inteligentes.

No Brasil, fizemos o oposto: ferrovias isoladas, focadas no escoamento de café, sem integração nem ocupação planejada. O caso da Ferrovia do Aço mostra mais um erro de planejamento do que um fracasso do modal ferroviário.

Talvez devêssemos retomar parte da estratégia americana: criar as condições para a ferrovia funcionar, e não apenas esperar que ela seja lucrativa desde o início. Não só por motivos econômicos, mas também por motivos de soberania.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Daniel
16 dias atrás

Daniel

Pois é. era um modelo que fazia sentido nos EUA no Séc.XIX. hoje é preciso desapropriar o trecho conde será feita a ferrovia.

No caso dos EUA, o principal objetive era ligar as duas regiões populosas na costa leste e costa oeste e criar uma alternativa para o transporte por barcos que contornava pelo Panamá.

O regime militar fez algo parecido com este modelo mas em torno de Transamazônica, regularizando a posse da terra no entorno da rodovias

Também é preciso lembrar dos fracassos da Fordlãndia e da Madeira Mamorá.

Colombelli
Colombelli
Responder para  Daniel
21 dias atrás

La nem tem como manter uma ferrovia. Não tem demanda. E a ferrovia é alvo prioritario. A prancha rodoviaria e la o meio fluvial é o que tem como usar.

M A
M A
21 dias atrás

E se tivéssemos investido em ferrovias no decorrer da nossa linda, bela e vitoriosa história?
https://transportation.army.mil/MITD/rail.html

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  M A
21 dias atrás

Olá MA.

O problema foi sustentar a viabilidade das ferrovias.
Enquanto o principal produto brasileiro era o café com destino ao posto de Santos, o sistema ferroviário de SP era enorme. Hoje, a maior parte das ferrovias de SP foram desativadas após o colapso das frandes fazendas de café.

Por outro lado, o sistema de transporte de pessoa foi dominado pelo sistema rodoviário que se tornou mais rápido e confortável.

Uma vez fiz a viagem de trem entre S.Carlos e S.Paulo poucos meses antes do serviço ser fechado. Juro.. era para ser 6 horas.. levou 13.. de ônibus, com ar condicionado, poltronas confortáveis., se for direto são 3 horas.

Sou um entusiasta do transporte de passageiro por trem, ma é preciso alta velocidade para competir com o avião.

Por exemplo, a distãncia entre S.Paulo e RIo de Janeiro são 450 km, ou 1 h de avião.. com todo o irritante embarque e enventual atraso.. uma vez levou 2 h para eu pousar em Congonhas. Sâo 6,5 horas de ônibus.

A distância entre Tokyo e Osaka são 500 km e leva 2,5 h de trem bala ou 5 horas com o trem de menor velocidade.

A viagem de Shinkansen custa o mesmo que bilhete aéreo e é muito mais confortável. A viagem de trem mais lento é o mesmo preço do bilhete de ônibus.

Então é possível investir em transporte de pessoas por trem, mas este sistema não serve para transporte de carga ou transporte tático de equipamento militar.

As principais ferrovias de carga hoje servem para transporte de minérios, como em Carajás ou no Vale do Rio Doce ou para soja como aquela que corta SP e era usada para o transporte de café no Sec.XIX

Curiosidade. meu bisavô, pai de minha avó, trabalhou na construção dos ramis de ferrovia ligando fazendas ao ramal da “Sorocabana” e a família de meu avô plantavam café na região conhecida como noroeste e que antes produzia muito café.

Colombelli
Colombelli
Responder para  Camargoer.
21 dias atrás

E pra transporte de carga, estudos mostram que somente acima dos 300 km o ferroviario se mostra o melhor. Pra carga hâ espaço. Passageiros dificilmente salvo areas metropolitanas.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Colombelli
21 dias atrás

Olá C.

Lembro de ter lido, há muito tempo, que o transporte de passageiros de longa distância usa o horizonte de 3 a 4 horas de viagem. Quando mais rápido, mais longe.

O governo de SP junto como Federal estão lançando algumas linhas de loga distância de média velocidade, acho que dá ordem de 150 km/h ou um.oouco mais, para ligar inicialmente Sorocaba e Campinas a S.Psilo.

Que viajar pela Washington Luiz ali perto de Santa Gertrudes, eu acho, vera um leito de terra onde deveria existir uma ferrovia para passageiros. Ela reaparece com um viaduto ferroviário que passa embaixo do trecho final da Rod.Bdndeirsntes. obras autorizadas pelo Quercia.

Santamariense
Santamariense
Responder para  Colombelli
21 dias atrás

O transporte rodoviário de cargas é intenso em todo o país. Um exemplo simples, mas que serve para muitos outros casos: o RS é o maior produtor de arroz do Brasil. Mais de 70% do arroz produzido no país sai daqui do RS. Como esse arroz todo sai daqui para o restante do país? Via rodoviária, em viagens de centenas e milhares de km. O RS não produz açúcar, sendo SP o maior produtor nacional do produto. Como esse açúcar sai de lá para todo o país? Via rodoviária.Esses são exemplos simplórios, mas válidos. Se houvesse interesse por parte do poder público e não houvesse um lobby gigantesco das empresas de transporte rodoviário, o sistema ferroviário seria uma grande saída para diminuir enormemente o tráfego de caminhões nas estradas. Esse tráfego destrói as estradas com o sobrepeso que os caminhões levam, pois praticamente não há balanças nas rodovias. Além disso, diminuiria o número de acidentes nas rodovias.
Ferrovias estrategicamente projetadas, alcançando os maiores pontos de origem e destino dos produtos com maiores demandas por transporte, seriam uma solução que baratearia o frete, desafogaria as rodovias, diminuindo os danos às mesmas e diminuindo os acidentes. Esses hubs ferroviários seriam atendidos, aí sim, por empresas de transporte rodoviário, que fariam a distribuição “por capilaridade” desses produtos em distâncias bem menores. Mas, tudo isso nunca vai acontecer. Continuaremos dividindo as estradas com bitrens e rodotrens, com 50, 60, 70 toneladas de cargas, se arrastando no menor aclive que haja e esmagando e deformando o asfalto.

Henrique A
Henrique A
Responder para  Santamariense
20 dias atrás

Teoricamente tudo o que você escreveu faz muito sentido mas o problema não é um simples “lobby” mas sim a disfuncionalidade do Estado brasileiro e o estado falimentar das contas públicas.

Não há dinheiro e não há organização política para tocar um projeto tão complexo.

Daniel
Daniel
Responder para  Henrique A
20 dias atrás

O maior problema é a falta de continuidade entre governos. Não há um plano de estado. Por exemplo, há várias ferrovias que começaram mas não foram terminadas por falta de visão e populismo. Cada governo altera suas prioridades e não termina o que o anterior começou.

Santamariense
Santamariense
Responder para  Henrique A
19 dias atrás

Eu concordo contigo. Porém, a iniciativa privada poderia muito bem tocar um projeto desses. Entretanto, é aí que entra o lobby do transporte rodoviário. Se tivesse um programa de Estado, em conjunto com a iniciativa privada, dinheiro haveria. Mas, falta vontade política.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
Responder para  Santamariense
19 dias atrás

Se analisar bem a malha ferroviária operada pela Rumo, ela é bem abrangente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e poderia transportar muito mais carga do que transporta hoje, mas ela é subutilizada. Basicamente só transporta minérios para indústrias ou comodities para exportação.

Parte dessa subutilização é cultural, jurídica e econômica. É muito mais fácil contratar uma transportadora de caminhões ou um caminhoneiro para levar sua carga ponto A para o ponto B do que contratar a Rumo para levar “um vagão”. Fora a parte de, em regra, ter que usar caminhão tanto para levar a carga do ponto A até a ferrovia e depois pegar a carga na ferrovia e entregar no ponto B.

Santamariense
Santamariense
Responder para  Rafael Oliveira
19 dias atrás

Sim, como eu coloquei, o transporte rodoviário seria o de “capilaridade” e não o de longas distâncias. Seria uma sinergia entre ambos modais.

Scudafax
Scudafax
Responder para  M A
21 dias atrás

Sensacional. E ainda nos iludem com o mito do livre mercado, escondem o Foreign Investment Act e os 900 bilhões de dólares em defesa anuais.

Última edição 21 dias atrás por Scudafax
sagaz
sagaz
21 dias atrás

Dava para ter feito um caixa bom para a Avibrás, e quem sabe ainda fazer, se liberassem a venda dessas baterias para a Ucrania.

Felipe
Felipe
20 dias atrás

Os Astros 2 que temos, e equipados futuramente com o MTC300 e o SS150 guiados, deveriam estar presentes em todas regiões do país. Hoje temos todos 38 lançadores do EB em Formosa GO, e os 6 da marinha no RJ. Uma bateria tem 6 lançadores, e um grupo teria 18. Apenas por economia de recursos concentraram tudo num lugar só.
Já existe no portfólio da Avibras o Astros 3, pouco falado , tem o dobro do poder de fogo do 2. Uma pena que com a crise da empresa talvez nunca seja fabricado.

Felipe
Felipe
20 dias atrás

Falta um veículo antiaéreo para acompanhar as baterias do Astros, nossos blindados ao sul ainda podem contar com os Gepard 1A2. Aliás uma opção barata seria veículos com canhões AA , há novas versões no mercado. Em vez disso estão investindo só nos mísseis portáteis , penso ser um erro ainda mais com carência de grana.