Tigers no Griffin Lightning 2025 - 4

No maior exercício aéreo fora de suas fronteiras em décadas, a Alemanha exibiu em maio a força de seus helicópteros de ataque Tiger, reforçando a capacidade de dissuasão da OTAN na Europa Oriental. Durante o exercício Griffin Lightning 2025, os helicópteros alemães mostraram seu poder de fogo e agilidade em operações reais de tiro, provando serem peças fundamentais na defesa nacional e coletiva da aliança.

No cenário lituano, helicópteros Tiger operaram de forma furtiva, voando baixo, quase invisíveis entre as copas das árvores, antes de surgirem repentinamente para destruir alvos como tanques inimigos. “Nenhum outro sistema de armas no mundo consegue igualar o Tiger em voo a baixa altitude”, afirmou um oficial alemão. A aeronave alia alta mobilidade e precisão, cobrindo centenas de quilômetros rapidamente, independente do terreno, e continua sendo uma ferramenta essencial de dissuasão imediata para a OTAN — uma herança tecnológica concebida ainda durante a Guerra Fria, mas que mantém plena relevância no atual contexto de tensões no flanco leste da Europa.

No Griffin Lightning 2025, cerca de 800 soldados, 250 veículos e mais de 30 helicópteros, incluindo os Tigers, foram deslocados para a Lituânia via centro logístico alemão. O exercício visou testar operações conjuntas no contexto do Modelo de Forças da OTAN para 2025-2027, aprimorando táticas e a integração entre as forças multinacionais. Para as tropas terrestres, a presença dos helicópteros de ataque continua sendo um fator decisivo no campo de batalha, proporcionando suporte aéreo letal e rápido deslocamento.

Além das máquinas, a experiência dos soldados do 36º Regimento de Helicópteros de Combate, sediado em Fritzlar, foram um diferencial. Com vasto conhecimento sobre operações antitanque e técnicas de voo a baixíssimas altitudes — capacidades raras em nível mundial — o regimento é altamente respeitado internacionalmente. Segundo fontes militares, essa expertise facilita a adaptação das tropas ao foco atual na defesa nacional e aliada.

Os drones substituirão os helicópteros de ataque?

Contudo, o avanço dos drones levanta discussões sobre o futuro dos helicópteros de ataque. Embora sistemas aéreos não tripulados (UAS) ganhem espaço, especialistas alemães afirmam que, mesmo na próxima geração, esses drones não substituirão completamente os helicópteros. A falta de redes seguras de comunicação em banda larga para operar grandes sistemas aéreos de baixa altitude é um dos principais obstáculos. A tendência, apontam militares, é que drones complementem, e não substituam, os helicópteros em operações de combate.

O futuro da frota alemã também está em transição. O projeto do helicóptero Tiger não terá continuidade pela Alemanha. A partir de 2026, o Exército alemão começará a incorporar o novo Light Combat Helicopter (LKH), visto como uma solução de transição. Apesar de o Tiger ainda oferecer capacidades superiores de voo, o LKH trará avanços significativos em sistemas de comando, controle e armamentos, marcando um salto tecnológico que, segundo oficiais, pavimenta o caminho para o futuro das forças aéreas de combate do país.

FONTE: Bundeswehr

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Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
6 horas atrás

Os drones substituirão os helicópteros de ataque?

Um não substitui o outro ainda, mas se complementam….Como facilitaram o acesso a armamentos do tipo “manpad” para a maioria das nações nas ultimas décadas, helicópteros fazendo reconhecimento e ataque no conceito “clássico” podem e deveriam sim ser restrito o uso, mas quando se trata de escolta de outros helicópteros carregando tropa em assalto aéromóvel acho pouco provável, por mais técnologia embarcada que exista atualmente, acredito que piloto de helicóptero de transporte nenhum ficaria “confortável” voando próximo de um UAV…isso vai demorar um bocado ainda

Obs: aliás só complementando sobre o Tiger alemão…dizem que ele estava sendo muito criticado pelos alemães devido seu elevado custo operacional até pouco tempo atrás (o pé de boi mesmo é o o H-145 armado), nada como uma ameaça do leste europeu para justificar seus gastos.