U.S. Marine Corps aposenta o AAV após 53 anos e inicia transição para o Amphibious Combat Vehicle

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AAV-P7

O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (U.S. Marine Corps) realizou, em 26 de setembro de 2025, uma cerimônia formal de descomissionamento do veículo anfíbio sobre lagartas Assault Amphibious Vehicle (AAV-P7/A1), marcando o fim de uma era de 53 anos de serviço ativo. O evento ocorreu na Assault Amphibian School, em Camp Pendleton, Califórnia, com homenagem ao legado do AAV e sinalização clara da transição para o novo Amphibious Combat Vehicle (ACV).

Legado do AAV e papel multifuncional

O AAV foi inicialmente introduzido em 1972 como veículo anfíbio sobre lagartas para transportar tropas de navio até a costa e, desde então, recebeu diversas versões e melhorias. Ao longo de suas mais de cinco décadas, ele também atuou como plataforma de combate blindado, transportador de pessoal e plataforma logística.

Durante a cerimônia, o Coronel Lynn W. Berendsen, comandante da Assault Amphibian School, comentou:

“O AAV-P7 foi muitas coisas: conector navio-terra, veículo blindado de combate, transportador de tropas, plataforma logística e até, por vezes, um ‘barco salva-vidas’.”
“Acima de tudo, estava num lugar em que os fuzileiros deixaram sua marca no combate, no serviço e no sacrifício.”

O AAV substituiu o Landing Vehicle, Tracked (LVT), que operou desde a Segunda Guerra Mundial, e gradualmente recebeu atualizações de motorização, proteção e armamento para se manter relevante nos cenários modernos.

Motivações para aposentadoria e desafios do ACV

A decisão pela aposentadoria do AAV já vinha sido tomada há alguns anos, especialmente após críticas de sua vulnerabilidade em ambiente marítimo e incidentes mais graves — como o naufrágio em 2020 que matou oito fuzileiros e um marinheiro. O modelo ACV, de rodas 8×8, havia sido selecionado em 2018 como substituto, e seu desenvolvimento vinha sendo progressivamente incorporado à doutrina anfíbia do Corpo de Fuzileiros.

Amphibious Combat Vehicle – ACV

No entanto, o ACV também enfrentou contratempos em sua fase inicial: operações aquáticas foram suspensas entre setembro de 2021 e janeiro de 2022 por problemas com cabos de reboque, e um capotamento em 2022 levou à nova suspensão de treinamentos em água mais agitada.

Apesar disso, o ACV já teve seu batismo de fogo no exterior: em maio de 2024, participou de um exercício com fogo real nas Filipinas. O novo veículo será produzido em variantes para transporte de pessoal, comando e controle, apoio de fogo e recuperação, alinhado à modernização proposta pelo Force Design dos fuzileiros.

Simbolismo e significado

A cerimônia de despedida do AAV contou com uma última passagem no desfile de três unidades, simbolizando o fim de uma era e o início de uma nova fase para o uso anfíbio dos Fuzileiros Navais. Com essa transição, o USMC busca adaptar-se aos desafios de um ambiente mais contestado, especialmente no Indo-Pacífico, onde a mobilidade anfíbia moderna é essencial para operações expedicionárias e dissuasão.

O AAV deixa um legado de versatilidade e serviço duradouro, mas sua aposentadoria marca uma virada para a próxima geração de capacidades anfíbias no Corpo de Fuzileiros dos EUA.■


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Claudio Moreno
Claudio Moreno
1 mês atrás

Salve senhores camaradas do Forte e Trilogia!

Agora começa o povo a discutir que os EUA está copiando China e Rússia.
Sendo que o que deveríamos discutir é também a adoção de uma doutrina semelhante transporte e apoio de fogo reais na cabeça de praia.

Sgt Moreno

Carlos
Carlos
Responder para  Claudio Moreno
1 mês atrás

Doutrinas inteligentes e mais atualizadas com as necessidades mais modernas tem que ser ampliadas/replicadas mesmo, diria que o foco realmente deveria ser de também integrarmos essa mentalidade em nossas forças de defesa, o que, sabemos bem, virá sim, mas com bastante atraso e problemas, principalmente orçamentários.

Henrique A
Henrique A
Responder para  Claudio Moreno
1 mês atrás

Dado as enormes deficiências da MB e a nossa política externa avessa à ações bélicas não faz sentido investir pesado em meios especializados de guerra anfíbia.

O CFN não deveria ser mais que infantaria e forças especiais, não há justificativa para montar um mini USMC.

Joao
Joao
Responder para  Henrique A
1 mês atrás

Infantaria combate sem os apoios?

Henrique A
Henrique A
Responder para  Joao
1 mês atrás

A marinha não tem nem navio aí vai ter dinheiro pra ter uma divisão anfíbia pra desembarcar aonde? O CFN é maior que os Royal Marines! Os fusiliers marins da França são apenas infantaria e apenas dedicados à defender instalações navais mas a riquíssima MB quer ter seu USMC em miniatura.

A política externa brasileira é pacifista e a própria CF88 rejeita o recurso armado a solução de litígios, que sentido faz manter uma força altamente especializada em operações ofensivas quando falta o básico?

Última edição 1 mês atrás por Henrique A
cipinha
cipinha
Responder para  Henrique A
1 mês atrás

A ideia é usar o CFN como no desembarque de Inchon na Guerra da Coreia, não é invadir outro país

Henrique A
Henrique A
Responder para  cipinha
1 mês atrás

Na Coreia não foi “em outro país?” O CFN foi moldado no USMC, pro EUA faz sentido pra nós não; deveríamos fazer como os franceses.

José 001
José 001
1 mês atrás

Ótima oportunidade de compra para nossos fuzileiros!

Colombelli
Colombelli
Responder para  José 001
1 mês atrás

A preço bom e em boas condições podem servir pra mobiliar os 5 btl litorâneos que não tem meios blindados.

Henrique A
Henrique A
Responder para  Colombelli
1 mês atrás

Não faz sentido investir dinheiro escasso numa capacidade hiper especializada.

O CFN deveria passar por um regime, não faz sentido querer ter um mini USMC.

Num conflito sério esses batalhões vão operar dentro das brigadas do EB e nossa política externa é avessa à intervenções armadas, não justificando gastar pesado em capacidades anfíbias/expedicionárias.

Última edição 1 mês atrás por Henrique A
Joao
Joao
Responder para  Henrique A
1 mês atrás

Num conflito sério, eles não integrarão brigadas do EB….

Colombelli
Colombelli
Responder para  Henrique A
1 mês atrás

Tambem acho que 99% da chance do CFN de operar é em terra como infantaria normal. Nao dentro de brigadas do EB mas como brigadas de infa da marinha enquadradas em divisões do EB ou avulsas.

E justamenre por isso cogito os litorrâneos receberem blindados. É melhor ter um blindado e anfibio do que combater a pé ou em caminhões. É a mesma função do m113 e viriam talvez ate de graça.

O investimento é infimo e o ganho superlativo. Te dá mobilidade todo terreno. Passa a ser uma infa blindada e não só motorizada como são hoje.

Henrique A
Henrique A
Responder para  Colombelli
1 mês atrás

Mesmo que viessem de graça operar e manter não seria de graça. Mesmo a existência desses batalhões é de razão discutível, já que a tarefa da MB é combater na água pois já temos um exército para combater na terra.

Falo enquadrado nas brigadas do EB pois não me consta que o CFN tem todos os fogos, Eng Combate, comunicações e outros serviços para criar brigadas de “verdade”.

Última edição 1 mês atrás por Henrique A
Colombelli
Colombelli
Responder para  Henrique A
1 mês atrás

1 nada é totalmente gatuito. Ai tu queres demais. Se quer equipamento algum gasto terá mesmo que pra manutenir. A alternativa é não ter.
2 Se tem CFN tem que ser equipado pra terra e agua. E operara no mais das vezes dm terra.
3 o CFN tem todas as funções de combate proprias e ate algumas que o EB não tem. Pode atuar de forma completamente modular e autônoma como uma ou mais brigadas.
4 todas as marinhas decentes do mundo tem um CFN e todos eles tem parte de suas tropas lotadas pra defesa de instalações em terra, sem prejuizo da flexibilidade e modularidade.

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
Responder para  Colombelli
1 mês atrás

Caro Colombeli, desculpe novamente, mas permita-me discordar….se está falando dos grupamentos de fuzileiros que pertencem aos distritos navais espalhados pelo país, faz mais sentido usar helicópteros e embarcações dando mais flexibilidade e independência aos distritos navais
Devemos lembrar que não temos “guarda costeira” e esse tipo de missões são destinadas a esses comandos regionais e são militares que tem grande demanda de missões.
Para meios aéreos existe o Esquadrão de Heli. de Empr Geral do Norte (EsqdHU-41) que pertence a um comando regional e apoia o batalhão de op. ribeirinhas que poderia servir de modelo, penso que seja necessário criar esquadrões de aeronaves uso misto entre asa rotativa e asa fixa com capacidade de patrulha, vigilância e salvamar subordinados a esses distritos navais.
Para Distritos navais na costa, existe nos grupamento de patrulha naval poucas embarcações e podendo apoiar esses fuzileiros locais sem depender da esquadra do rio de janeiro….
Concordo que esses comandos merecem meios para fazer esses fuzileiros navais operarem para fazer a lei ser respeitada, mas blindados estão na prioridade mais baixa, pela doutrina os blindados devem pertencer aos fuzileiros de esquadra voltados a combate seja expedicionário ou não…foi difícil eu compreender isso, não sou de Marinha…é como se existisse duas marinhas, uma marinha de guerra e outra marinha mais voltada a “policiamento” e esse policiamento não precisa de blindados….abraço.

Colombelli
Colombelli
Responder para  Rafael Gustavo de Oliveira
1 mês atrás

Uma coisa nao interfere na outra. Sao profissionais, e em caso de conflito, eles serão prioridade sobre os recrutas ou reservistas pra combate terrestre.

Devem ter os meios pras missões ordinarias de paz e tambem os necessarios a uma convocação pra atuarem como tropa de infantaria profissional e de elite.

Ademais a missão dos distritos é cumprida por pessoal ” marinheiro” e com embarcações e aeronaves. Os fuzileiros é segurança de instalações terrestres. Em tempo de paz nada de mal nisso. Mas em conflito, soldados profissionais nao podem ser desperdiçados nestas funções q são de reservistas de 2 categoria.

Hoje eles são batalhoes.

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
Responder para  Colombelli
1 mês atrás

“Ademais a missão dos distritos é cumprida por pessoal ” marinheiro”

Caro Colombeli, um Grupamento de Fuzileiros Naval é diretamente subordinado a um distrito naval e este tem área de responsabilidade seja na agua ou na terra, não é algo exclusivo de marinheiro, é muito mais do que embarcações e aeronaves.
Colocar um AAV para fazer papel de M-113 não tem utilizade nenhuma lá, a maximização do emprego operacional dele se faz combinado com um navio doca, distrito naval usa no maximo um navio patrulha, não faz o menor sentido colocar em um batalhão desse, talvez fosse melhor (e contrariando muita opinião) se enviasse o JLTV para melhorar a capacidade combativa regional e este já seria um caos para manter operacionais espalhados pelo território nacional, pensa comigo, se nem o EB com toda sua estrututa conseguiu manter blindados sobre lagartas operacionais espalhados pelo Brasil, como que a marinha conseguiria?
Em conflito é outra história…se fosse comprar AAV mande para os fuzileiros de esquadra que é melhor.

Última edição 1 mês atrás por Rafaelvbv
Colombelli
Colombelli
Responder para  Rafael Gustavo de Oliveira
1 mês atrás

Amigo. Fuzileiros nos distritos so existem pra segurança das instalações terrestres. Nao sao eles que fazem as funções ordinarias de fiscalização.

Em caso de guerra no local poderiam ser usados na segurança de portos o que seria um desperdicio pq isso pode ser feito ate por pessoal de TG.

Mas se tivermos uma guerra em fronteira ( e/ ou bom senso) eles se tornam inuteis nesta função e seriam usados pra combate.

São profissionais. Seriam convocados a atuar como infantaria em uma nova brigada de mobilização junto com a anfibia, ambas como tropa terrestre. Brigadas enquadradas em DE do EB ou avulsas.

Pra estar capacitado é preciso ter o meio pra treinar a função eventual e pra opera- lo caso necessario.

Pra tempo de paz, vtr 3/4 e caminhoes bastam pra fazer segurança de instalações. Pra mobilização de guerra o meio blindado acresce muito.

E quanto a manter, nao estamos falando de centenas como é o caso do EB. Sao 30 blindados em 05 btl. A demanda é tão baixa que da ora fazer uma turma pequena itinerante de manutenção.

Alias, se estes blt tem 3 cias., uma poderia ter o clanf ( 6) uma guaranis ( 13) e uma ser motorizada e atuar especializada em assalto anfibio. Isso pra guerra.

Não da pra desperdiçar tropa profissional em função de guarda em caso de guerra.

Quanto aos da esquadra, ja tem meios blindados, ate maiores do q a capacidade de desembarque.

Última edição 1 mês atrás por Colombelli
José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  José 001
1 mês atrás

Eu tava esperando o primeiro dizer isso, foi curta a espera.

E vamos desembarcar aonde com essas porcarias, em Angola ?

Colombelli
Colombelli
Responder para  José Joaquim da Silva Santos
1 mês atrás

Prezado, estes blindados não servem so pra operações anfibias. Foram usados como vbtp no Iraque.

Uma função não anula a outra.
Pra operações anfibias, os 46 que a brigada anfibia ja tem ate superam a capacidsde dos nossos navios mesmo com o novo meio.

Mais meios destes tornariam OM do CFN blindadas e isso pode valer a pena se estiverem em boas condições e vierem baratos ou ate de graça.

Ademais, é bom lembrar que as operações anfíbias tambem podem ser fluviais. Este tipo de blindado suporte deslocamentos relativamente longos e com bom desempenho em mar ou rios.

GBento
GBento
Responder para  Colombelli
30 dias atrás

O CFN vive trazendo os CLANF (é assim que se chamam?) aqui pro Lago de Furnas para treinamento.

Machado
Machado
1 mês atrás

Esse veículo está obsoleto para guerra moderna. Grande, lento e desajeitado. Só comparar com os veículos chineses ZBD-05. Os chineses são menores, mais rápidos e poder de fogo maior. O desenho do ZBD-05 é mais hidrodinâmico. Se não me engano os venezuelanos adquiriram o ZBD-05.

Claudio Moreno
Claudio Moreno
Responder para  Machado
1 mês atrás

Exatamente…mas ainda tem no almirantado e atrás do teclado os que se prendem como cracas ao que é antiquado e não ocidental (leia-se Made in USA)

Sgt Moreno

Colombelli
Colombelli
Responder para  Machado
1 mês atrás

E quem mais comprou alem da venezuela?
Pedquisa as compras de armas chinesas na AL e os resultados.

Ate tubo de canhão explodido teve e blindado anfibio que afundou na primeira entrada na agua.

José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  Machado
1 mês atrás

O tipo de operação relevante a que esse veículo se destina não é feita desde a Guerra da Coréia…

Abymael2
Abymael2
Responder para  José Joaquim da Silva Santos
1 mês atrás

A questão é que muita gente não aprende. Olhe o caso da Rússia: tentou usar contra a Ucrânia, em 2022, a mesma estratégia usada contra o Afeganistão em 1979.
O resultado já conhecemos.

Colombelli
Colombelli
Responder para  José Joaquim da Silva Santos
1 mês atrás

Esta destinação a mais que ele pode executar não anula sua função de vbtp tampouco o uso em operações anfibias ribeirinhas para as quais temos varios TO.

Destro
Destro
1 mês atrás

Na mesa os generais:
“Vamos as compras”

Alexandre Nunes
Alexandre Nunes
1 mês atrás

Fico vendo alguns comentários retrógradas e de mente medíocre quando se compara nosso CFN a o US marines, nossas missões são bem diferentes, e nossa marinha tem uma visão adequada de onde o CFN precisa ficar e se equipar no contexto nacional, os nossos carros lagarta Anfíbio ainda são novos e atendem plenamente nossa capacidade operacional, logo que for necessário a inclusão de um novo modelo, não temos os recursos financeiros eles tem para descartar equipamentos com 10, 15 anos de uso, e os carros lagarta Anfíbio, cumpriram bem sua missão com os americanos desde a década de 70, na invasão do panamar, guerra do golfo e etc, e nos servirá tão bem quanto e com a chegada do NDM OIAPOQUE as capacidades de transporte e de desembarque Anfíbio de nossa marinha atinge outro nível comparáveis a OTAN então que nossos Clanfs ainda durem o tempo que tiver que durar.