Exército Brasileiro divulga requisito logístico para aquisição da Viatura Blindada de Combate Antiaérea 6×6 – ALR/MRS

Concepção do MSHORAD da Saab no Guarani
O Exército Brasileiro deu mais um passo em seu processo de modernização ao publicar o Requisito Logístico (EB20-RL-04.006) da Viatura Blindada de Combate Antiaérea (VBC AAE) 6×6 – ALR/MRS. O documento detalha as exigências operacionais, logísticas e técnicas da futura viatura, que será integrada ao programa estratégico do Sistema de Defesa Antiaérea do Exército (SISDDAE).
A VBC AAE 6×6 terá como missão principal a defesa antiaérea de tropas e infraestruturas críticas em todos os tipos de operações terrestres, oferecendo cobertura de curto alcance contra ameaças aéreas modernas, como aeronaves, helicópteros, mísseis de cruzeiro, drones e munições guiadas.
O projeto prevê que a nova viatura seja equipada com sensores de vigilância aérea e aquisição de alvos, sistema de comando e controle (C2), lançadores de mísseis superfície-ar e canhões automáticos. A viatura deverá operar de forma integrada com os demais sistemas do SISDDAE, inclusive por meio da interoperabilidade com redes C4ISR (Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento).
A plataforma básica será baseada em viatura blindada sobre rodas 6×6 com elevada mobilidade tática e estratégica. A configuração deve permitir a operação em diversos tipos de terreno, inclusive em regiões remotas ou urbanas, e oferecer proteção balística e antiminas aos tripulantes.
Entre as capacidades exigidas, destacam-se:
- Capacidade de engajamento de múltiplos alvos simultaneamente;
- Detecção de ameaças além de 15 km;
- Tempo de resposta inferior a 10 segundos desde a detecção até o engajamento;
- Autonomia operacional mínima de 24 horas sem reabastecimento;
- Capacidade de operação diurna e noturna, em quaisquer condições meteorológicas.
A VBC AAE será uma das peças centrais na composição das Baterias de Artilharia Antiaérea de Média Altura (BAAAe-MA), reforçando a proteção de forças blindadas e mecanizadas, como os Grupos de Artilharia Antiaérea Autopropulsada (GAAAe AP), que já operam viaturas Gepard e RBS 70.
Com essa aquisição, o Exército busca ampliar sua capacidade de negação do espaço aéreo de forma autônoma e em consonância com as novas doutrinas operacionais, alinhando-se a padrões internacionais de defesa antiaérea. O documento também sinaliza a intenção de fomentar a indústria de defesa nacional, ao prever a nacionalização de parte da produção e manutenção da nova viatura.
A definição final do modelo será precedida de processo licitatório, no qual empresas nacionais e internacionais poderão apresentar soluções compatíveis com os requisitos estabelecidos.
SAIBA MAIS:
Exército Brasileiro avança com o projeto da Viatura Blindada de Combate Antiaérea (VBC AAe – MSR)
Boa notícia, esse é o caminho, maximizar a nacionalização. A utilização doVBC AAE 6×6, excelente, suecos demonstram ser ótimos parceiros.
Esperar para ver. Tomara que saia algo.
Nestes casos o Brasil costuma demorar, gastar mais que o previsto e comprar menos unidades que a programadas, mas enfim, vai ser um avanço, ainda que com décadas de atraso.
“Antes tarde do que nunca”.
“É o que tem para hoje”.
“Não é ideal, mas é o que coube no orçamento”.
“Melhor que nada”.
São frases que costumam ser aplicáveis aos programas militares brasileiros, na verdade, se aplicam ao Brasil em geral.
Uma destas frases deveria estar na nossa bandeira, ao invés de ordem e progresso.
Aguardemos.
Bolão pra saber que tipo de torre será essa versão AA do Guaraní:
Apenas mísseis, apenas canhões ( a guerra da Ucrânia mostrou que canhões como AA ainda tem muita serventia ) ou ambos?
Eu penso que o ideal seria ter as duas ferramentas.
Me pareceu que esses requisitos são da bateria como um todo e não exclusivo da viatura….temos que lembrar que a plataforma base do Guarani é uma VBTP, se notar a proposta da Saab prevê a viatura unidade de tiro separada da viatura radar não só por uma questão de economia, mas também não ter que fazer extremas modificações na plataforma base Guarani.
Sendo assim por quê não fazer uma bateria mista com unidades de tiro de míssil (solução saab) e unidades de tiro canhões (solução ares) ? Nos daria grande flexibilidade.
Imaginei isso.
Uma viatura com radar, e outra viatura com a “arma”.
Nunca achei que seria igual o Guepard, por exemplo, com tudo concentrado num chassí só.
Alguma chance do radar SABER ser utilizado?
Pelo que entendi o produto da Saab é oferecido com o radar deles chamado giraffe 1x que é uma sensor de varredura dual fixa/móvel, não sei se a Embraer (atual dona da Bradar) responsável pelo Saber tem uma algo similar, o Saber M60 é uma solução “montável”, ou seja, que precisa descer da viatura tirar tudo dos cases e monta-lo.
Pra mim deveria ser os dois como um sistema Pantsir mas creio q será um veículo só radar(o q acho tosco) e outro só com mísseis, como na foto da matéria. No caso deste sistema shorad em uma viatura Lince bacana mas no Guarani sobra espaço.
Radar é muito caro e cobre uma área muito grande e com os softwares atuais acompanha vários alvos simultaneamente.
Tem que ter muito dinheiro sobrando para usar um radar em cada veículo antiaéreo. Não é o caso do Brasil.
Então basicamente será Guarani + Gepard para curta distância e EMADS ou IRIS-T SLM para média e longa distancia?
Decente.
Para o contexto do Brasil é excelente. penso eu que será o EMADS italiano .
Poderiam dar uma modernizada nos Gepards.
Ainda mais, que se mostraram muito efetivos na Ucrânia contra drones
Muito interessante. Eu sou muito a favor de utilizar a Torc-30 na função antiaérea, de forma combinada com o sistema da Saab. Provavelmente será utilizado o radar Girafale. Enfim… que venham muitas dessas…🙌🙌
Radar Girafale? Só se vier junto com um cafezinho da Dona Florinda. Hehehehehe…O radar é o Giraffe.
Kkkkkkkk
Boa, humor nato 10…
Esse é o tipo de aquisição que ao meu ver deveria ser reavaliada.
Um míssil como o RBS-70 é muito bom contra helicópteros de combate e aviões de ataque voando baixo, que eram, até pouco tempo atrás, a ameaça padrão às tropas em solo. Entretanto, o caso da Ucrânia está mostrando que a maior ameaça atual são pequenos drones armados com explosivos, que segundo algumas fontes já matam mais que a artilharia.
Não que o MSHORAD não seja capaz de interceptar este tipo de ameaça, mas é totalmente antieconômico você usar um míssil sofisticado para interceptar um drone comprado na shopee amarrado a uma ogiva HEAT. E não apenas é antieconômico, como também a taxa de fabricação dos drones é muito superior a dos mísseis, o que cria problemas de estoque.
Como alguns países estão se preparando pra esse cenário:
1) Defesa ativa:
-Canhões antiaéreos
-Distribuição de espingardas às tropas
-Munições especiais de fragmentação para fuzis e metralhadoras
-Guerra eletrônica (vem perdendo eficiência devido ao uso de comando por fibra ótica e IA)
2) Defesa passiva:
-Camuflagens multiespectrais
-Grades e redes de proteção
-Abrigos preparados
Imagino se seria muito caro dotar as tropas ( não todas, obviamente )om aquela arma que deaabilita drones, igual a que a PF utilizou recentemente?
Não acho que o custo seria um problema tão grande, até porque é um equipamento relativamente simples que pode ser comprado numa determinada quantidade e distribuído conforme a demanda, sem a necessidade de grande treinamento ou operação por unidades especializadas.
O problema, ao meu ver, é a defasagem tecnológica. Com o avanço da IA principalmente, em alguns anos esses equipamentos estarão obsoletos.
Vale salientar que o “tracking” automático já é utilizado desde a década de 60.
O drone pode ser guiado até uma distância em que o alvo é identificado e aí o operador tranca nele e daí pra frente não tem como mais interferir , salvo se for um laser que possa cegar o sensor de imagem.
E tem os drones com link de fibra ótica que também são imunes à ECM.
Já a IA ainda não está de fato introduzida nos drones. O que a imprensa chama de IA é na verdade o tracking automático , como ocorre no Javelin, etc. , combinado com o ATR (reconhecimento automático de alvos) na unidade de controle.
Também alguns mísseis têm capacidade de ATA (aquisição automática de alvo) quando lançado com coordenadas bem restritas. Por exemplo, um Brimstone pode ser instruído a atacar qualquer coisa que tem uma determinada assinatura radar numa área bem restrita, por exemplo, de 100 m por 100 m.
A IA vai funcionar quando não for mais preciso que o operar instrua o míssil que tem um alvo válido numa determinada área restrita.
Por exemplo, é determinado a um drone atacar alvos válidos (veículos de combate que estejam configurados na “biblioteca” do processador) dentro de uma área de 5 km por 5 km.
Ele vai ser “solto” na área e vai procurar alvos validos e atacá-los por conta própria, sem intervenção humana e inclusive sem nenhum link com a base. Se não achar ele retornaria ou se autodestruiria.
Algumas armas já são capazes de fazer isso , como por exemplo o míssil LRASM, o JSM, o NSM e o Storm Breaker.
Foi apresentada uma versão antidrones da Remax com 2 metralhadoras 7.6.
Se tem uma coisa que o EB acertou, foi o fato de não terem aposetados os Gepards, eu acredito que esses Gepards agora ganharam pelo menos mais uns 10-15 anos de vida operacional.
Fizem certíssimo em não vender pra Ucrânia.
A defesa anti-drone não torna a defesa contra helicópteros e aviões algo obsoleto. Não são coisas excludentes. Uma defesa anti-drones poderá não ser efetiva contra aeronaves tripuladas.
BJJ,
Nenhum país tem sistemas AA dedicados a se defender dos drones do Grupo I .
Essa defesa (passiva e ativa) deve ser orgânica de cada veículos e se brincar, como você bem lembrou citando a espingarda, para cada infante individual.
Não duvido que no futuro o “escudo” volte a ser uma defesa a ser considerada. Sem falar em sistemas de ECM individuais e claro, armas cinéticas como a espingarda de cano curto com uma munição especializada.
Então coloque essa espingarda num sistema de rastreamento automático com capacidade de cálculo balístico porque esses drones normalmente são minúsculos rápidos e capazes de manobrar, vide guerra na ucrânia. colocar uma espingarda “de chumbinho” e entregar pro soldado e dizer: vai lá, resolve o problema. É uma medida desesperada e pouco efetiva, provavelmente será apenas um alvo fácil mesmo.
Novo recorde: robô monta cubo mágico em apenas 0,103 segundos #superinteressante #robotica
Nesse caso é melhor usar estilingue e arco e flecha, diminui muito o custo !!!
Saab apresenta sua solução MSHORAD para o Guarani AAe – Tecnodefesa
Acho que poderíamos usar esse sistema até mesmo em viaturas financeiramente mais acessíveis,desde que seja feitas algumas adequações no projeto da viatura,em sua estrutura e chassi,poderia ser uma opção mais em conta.
o mais lógico seria utilizar canhões mesmo, visto a disponibilidade de países que fabricam canhões antiaéreos, poderíamos facilmente fabricar com transferência de tecnologia aos montes no Brasil! A Guerra da Ucrânia está dando spoiler de como serão os próximos conflitos… saturação e supressão de defesas antiaéreas e outros ativos com drones baratos e de vários tipos e carga bélica.
Duvido que surja uma empresa, por meios próprios, que compre o maquinário necessário para a fabricação dos tubos das armas e espere o governo pedir quantidade suficiente para manter a linha aberta até dar algum lucro.
Mesmo se o governo fizer isso via ToT, vão fabricar aqui pequenas peças, molas, munição, etc. O tubo, peças eletrônicas e outros componentes complexos serão importados, como já são em todos os outros produtos comprados via ToT.
Não tem nada de facilmente nisso.
Você fala de viaturas como essa da foto? Duvido muito o EB adquirir viaturas nessa configuração,é muito terceiro mundista para nossos garbosos militares verde oliva.
Militares brasileiros parecem não ser muito fãs de armengues,gambiarras ou soluções paliativas criativas.
Sem recursos esses projetos só ficarão no papel.
Uma realidade. O pouco de dinheiro disponível vai ter a maior parte consumida em placas de inauguração, bandas e eventos de lançamentos de alguma coisa.
Sem dúvida um projeto necessário, se nada for feito esta é uma lacuna na defesa aérea que só crescerá…
Ataque com drones disparando mísseis e foguetes não são novidade. Mas feitos com drones FPV baratos [relativamente] e acessíveis até pela internet, é uma mudança… ↓
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”Os militares russos começaram a implantar drones multirotor reutilizáveis FPV armados com granadas propelidas por foguetes (RPGs).
O RPG-26, que pesa 2,9 kg, carrega uma ogiva de carga anti-tanque de alta explosão de diâmetro de 72,5 milímetros de carga anti-tanque que pode penetrar 440 milímetros de armadura, 1 metro de concreto armado, 1,5 metros de alvenaria ou 2,4 metros de tronco e terra. O RPG tem um alcance de tiro eficaz de 250 metros.
Notavelmente, o drone FPV usado para disparar o RPG abandonou o lançador de uso único após o disparo, provavelmente para reduzir o peso antes de voar de volta para seus operadores.”
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Vídeo ↓
https://s5.cdnstatic.space/wp-content/uploads/2025/07/var.mp4
3 Mísseis só? Se for os 4 mísseis e um canhão automático, ai fica excelente. O Stryker já tem essa configuração
Mas ai tem que ver se o próprio Guarani aguenta, adianta nada colocar uma torre de quase 10t em uma plataforma pequena.
Serão 62 viaturas, sendo 49 U Tir e 13 Ct Alr.
Essa ideia de separar viatura radar e atiradora acho ridícula.
Se for 1 radar para 1 atiradora, perdendo qualquer uma das duas, perde-se as duas. Se for 1 radar por bateria, perdendo-se esta, perde-se toda a bateria. Economia burra!
Aliás, um blindado do porte do Guarani TEM QUE aguentar o peso de 1 radar + misseis na estrutura. Se for para deixar minguado assim, 1 só com 1 radarzinho e outra só com 3 misseis, então é obviamente muito melhor colocá-los num Lince e poupar $$ com a plataforma;;.
Santos,
Ainda que um “radar” seja neutralizado o veiculo dotado de mísseis iria funcionar, só perdendo sua capacidade de alerta antecipado.
Sem o aviso do radar a vigilância teria que ser na base do visual.
Essa solução de separar veículos AA com os efetores (mísseis e/ou canhões/metralhadoras) dos radares (autopropulsados ou rebocados) é bem tradicional e muito utilizada, haja vista os sistemas Chaparral, Avenger, etc.
O USA mesmo, até uns 3 anos não tinha um veículo de SHORAD de alta mobilidade que era dotado de radar no mesma viatura dos efetores, confiando só no sistema Avenger que utiliza (quando dava) o radar rebocado Sentinel para alerta de ameaças.
Bom radar, sensor ótico com grande resolução espacial, angular e espectral. Se puder funcionar passivamente e trocar dados entre unidade pra triangular posição de alvos furtivos. Talvez complementado a sensores sísmicos e acústicos também. Tudo desenvolvido por aqui principalmente os programas pra identificação e monitoramento de ameaças.
Cumprindo esses requisitos básicos e custando pouco eu apoio.
Prefiro não comentar sobre aquisições que provavelmente jamais se concretizarão. E, caso venham a acontecer, todo o processo licitatório levará no mínimo 25 anos — ou mais. Melhor mesmo é deixar tudo como está, assim evitamos criar falsas expectativas.
https://www.defesaaereanaval.com.br/defesa/laad-saab-apresenta-o-radar-giraffe-1x-no-vbtp-guarani
Para quem quiser saber mais sobre o radar do Guarani Antiaéreo.
Nos próprios requisitos tá que as unidades poderão ser apoiadas por uma unidade anti drones…basicamente 3 tipos de veículos uma com rbs 70 outra com radar e outra com canhão…o curioso é que não se fala que a anti drone será orgânica dessa unidade e suponho eu que a Anti-drone será da unidade orgânica da unidade a ser defendia ou seja a ver MSHORAD só será anexada se a ameaça aérea for superior à drones
Vale salientar que o Guarani com UT30 e kit antidrone necessita da orientação do radar Giraffe 1x do MSHORAD.