O líder opositor Andry Rajoelina assumiu ontem o governo em Madagascar, com apoio dos militares, após meses de conflitos na ilha africana. Cercado, o presidente Marc Ravalomanana entregou o poder às Forças Armadas -que recusaram a formação de um governo militar e endossaram Rajoelina, ex-prefeito da capital.

Ravalomanana estava isolado na residência oficial desde o final de semana, quando opositores proclamaram Monja Roindefo Zafitsimivalo o novo premiê, sem encontrar resistência. Horas antes de renunciar, Ravalomanana propôs a realização de referendo, rechaçado pela oposição. Novas eleições serão convocadas em 2011, segundo Rajoelina.

A União Africana pediu respeito à Constituição. Aos 34 anos, o DJ e ex-prefeito Rajoelina é jovem demais para assumir a Presidência, segundo a lei de Madagascar. Os EUA ameaçaram cortar a ajuda se forem tomadas medidas inconstitucionais.

Ravalomanana viu sua autoridade erodir em meio a protestos generalizados que deixaram 150 mortos. Um golpe foi frustrado em fevereiro. A oposição o acusa de ignorar a pobreza e governar o país como empresa privada -metade das terras aráveis foi alugada a um conglomerado para a produção de alimentos para a Coreia do Sul.

A instabilidade afeta o turismo, importante para Madagascar, exportador de produtos agrícolas e minérios, atualmente em baixa. A crise econômica aumentou a rejeição popular à cessão de terras da ilha, cujos 20 milhões sobrevivem com renda média de R$ 62 mensais.

FONTE: Folha de São Paulo

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