Exército Brasileiro amplia diálogo sobre o Campus IME Manaus com sociedade civil e instituições de fomento

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Exército Brasileiro amplia diálogo sobre o Campus IME Manaus com sociedade civil e instituições de fomento

Manaus (AM) – Em mais uma agenda estratégica para consolidar a implantação do Campus do Instituto Militar de Engenharia (IME) em Manaus, o General de Divisão Galdino reuniu-se, na tarde desta terça-feira (16), com mulheres influenciadoras da capital amazonense. O encontro teve como objetivo apresentar, em detalhes, a proposta que também foi compartilhada com o prefeito em exercício de Manaus, Renato Júnior, e representantes de instituições acadêmicas federais e estaduais.

Durante a conversa, o General destacou a importância de descentralizar investimentos e iniciativas educacionais que, historicamente, estão concentradas no eixo Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo ele, o momento é propício para fortalecer o Norte e o Nordeste com projetos sólidos que unam educação, ciência, defesa e desenvolvimento.

“Temos um potencial imenso aqui no Amazonas. A criação de um campus do IME em Manaus é um passo concreto para ampliar a presença da alta tecnologia no coração da Amazônia, gerando oportunidades e formando especialistas civis e militares em áreas fundamentais para o país”, afirmou.

A reunião também contou com a presença da vice-reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), professora Kátia Couceiro, que reforçou o compromisso da instituição em apoiar a iniciativa. O Instituto de Pesquisa do Exército na Amazônia (IPEAM), criado oficialmente em 24 de outubro de 2024, deverá abrigar provisoriamente o campus e servir como centro articulador da agenda estratégica do Exército na região.

Um dos pontos discutidos foi a viabilidade da estrutura atual, com cerca de 15 profissionais atuando nas instalações do 4º Centro de Geoinformação (CGEO), o IPEAM ainda carece da infraestrutura necessária para avançar com pesquisas de ponta. A proposta é, com apoio dos senadores federais do Amazonas, transformar o espaço em um polo de referência em engenharia de defesa.

Durante o encontro, mencionou-se o exemplo do Ceará, onde um campus voltado à formação em tecnologia foi implantado com apoio do Ministério da Educação e da Força Aérea Brasileira, utilizando uma base desativada. O modelo cearense, que inclui convênios com instituições internacionais como Harvard, demonstra que a criação do Campus IME Manaus é uma proposta viável e alinhada com os interesses nacionais.

No início da tarde, o General Galdino também esteve reunido com a diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), professora Márcia Perales. Em pauta, a possibilidade de fomento para os futuros alunos do campus, com bolsas de mestrado e doutorado em estudo. A iniciativa reforça o papel da pesquisa científica como eixo de transformação social, desenvolvimento sustentável e soberania nacional.

O curso de pós-graduação a ser oferecido inicialmente será interdisciplinar, com ênfase em Engenharia de Defesa. A proposta é formar profissionais altamente qualificados para atuar em áreas estratégicas, contribuindo diretamente com o fortalecimento da Base Industrial de Defesa e com a geração de empregos qualificados. De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor de defesa é um dos que mais emprega engenheiros e técnicos de nível médio na indústria nacional, com alto retorno sobre o capital investido.

Ao abrir o diálogo com diferentes setores da sociedade, o Comando Militar da Amazônia (CMA) reafirma o compromisso com a integração entre Defesa, Academia e Indústria, e fortalece o papel da Amazônia no cenário científico e tecnológico do país.

DIVULGAÇÃO: Comando Militar da Amazônia

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Claudio Moreno
Claudio Moreno
14 horas atrás

Salve senhores camaradas do Forte e Trilogia!
Mais uma vez, sendo o primeiro a realizar um comentário sobre a matéria postada, penso que haverá muitas discordâncias, mas isso é sadio do ponto de vista estratégico e democrático. Aceito isso na boa e até espero isso, já que a juventude de hoje (a maioria menos de 30 anos engole tudo…)

Vamos lá, eu e centenas de camaradas temos recitado o Mantra, de que as FFAA precisam ter parcerias com as Universidades e Faculdades e demais iniciativas privadas criativas para suprir as necessidades internas de nossas FFAA.
Agora que Washington resolveu bater forte na porta dos fundos do governo federal, é urgente que fomentemos nossa indústria de defesa.

Por exemplo, o MAX AC pode não ser um Javelin da vida mas é um AC, nacional, limitado, mas nacional que pode evoluir. O Javelin pode ser que nem venha assim como só BH ((volto a dizer que não acrescentam em nada, pois são plataformas que se vier, virão peladas, desprovidas e proibidas de um pacote do estilo HABÍA ou aquele que os EAU queriam nos vender e foi vetado). Temos outros problemas mas me concentro na minha arma que é a força terrestre. Graças a deus ou ao diabo temos o GUARANÍ e o REMAX para dar uma força às tropas já que o sonho de VBC vai azedar se não partirmos para os parceiros do BRICS. Agora é o momento de inverter posições, sai da posição de 4 e tentar andar em duas pernas, mesmo que isso custe caro e leve tempo,mas agora é o momento. A China somente depois dos anos 80 conseguiu sair da posição que estava (uma simples copiadora) para uma fornecedora ao seu anterior fornecedor.

Sgt Moreno

Nilo
Nilo
Responder para  Claudio Moreno
13 horas atrás

Correto Sgt Moreno, vários comentários no artigo recente no PTer sobre tema taxação, com variações de abordagem, mas indo neste sentido, nossa alta dependência tecnológica.

Felipe M.
Felipe M.
Responder para  Claudio Moreno
8 horas atrás

Tbm penso assim. Mas entendo que os pés devem sempre estar no chão.
Infelizmente, acho que, diante do histórico e, especialmente, com o péssimo momento político que vivemos no geral, essas questões devem ser tratadas como uma “deveria”. Pq a preocupação com defesa e indústria pesada, por nossa classe política, no geral, é praticamente nula.
Tendo os pés nos chão deveríamos, ao menos, pensar em como garantir uma certa estabilidade orçamentária de forma que houvesse algum tipo de garantia de demanda.
Assim, com os pés nos chão, estabeleceríamos metas progressivas daquilo que poderíamos fabricar internamente.
Continuidade no processo de fabricação de armamentos pessoais, munições e explosivos que usamos.
Em seguida, foguetes e mísseis.
Depois, sistemas e subsistemas de equipamentos que usamos, incluindo um sistema de comunicação nacional.
E por aí aí. Passando por radares, aviônicos dos aviões que usamos até, quem sabe, um dia, chegássemos na fabricação de motores de caças e aviões.
Fico pensando. Se há 15 anos, tivéssemos pensado em algo do tipo, em vez de meter os pés pelas mãos com megalomanias como a produção de submarino nuclear (que, caso um dia saia do papel, dificilmente será mais de um), talvez as empresas brasileiras que trabalham com alta tecnologia não estivessem tão sujeitas a dificuldades diante de uma ação como essa do governo dos EUA. Talvez, a Embraer (e a Akaer), já conseguissem produzir a maior parte dos aviônicos do Gripen, por exemplo. Quem sabe até houvesse algum tipo de produção, mesmo que sob licença, de um motor para jatos, sejam caças ou comercias.
Enfim, todos que chegaram a algum lugar começaram aos poucos. Se quisermos chegar a algum lugar, um dia precisaremos dar esses primeiros passos, mesmo que tenham que vir com abdicações. E, nesse momento, concordo contigo. Não acho que seja momento de gastarmos o pouco de recursos que temos com equipamentos de prateleira vindos dos EUA. Acho que a ideia, a partir de agora, tem que ser justamente o contrário. Começarmos a pensar que, algo como o que está acontecendo, pode vir a se repetir no futuro e estarmos melhores preparados para caso aconteça.

George A.
George A.
Responder para  Claudio Moreno
12 minutos atrás

Podiam seguir os que as petroleiras já fazem em termos de parcerias com centros de pesquisa brasileiros, ou criar algo inspirado na EMBRAPA pra promover essa cooperação, mas é algo que eu preferia ver sendo discutido diretamente entre militares, as Universidades, o MEC e o MICT, já que o Ministério da Defesa não tem capacidade pra coordenar nada (vamos ver como isso vai ficar depois de serem empossados os novos servidores na carreira meio criada pra ele).