EUA e China assumem compromisso para acordo com TikTok em meio a rodada de negociações em Madrid

2
US China Madrid

Madrid, 15 de setembro de 2025 — Em mais uma tentativa de aliviar tensões comerciais, delegações dos Estados Unidos e da China se encontraram em Madrid para discutir tarifas, segurança nacional, exportações tecnológicas e o futuro da plataforma de vídeo TikTok. O encontro, que marca a quarta rodada de negociações em quatro meses, terminou com um acordo estrutural (framework) para que TikTok passe a ter controle norte-americano, salvando a empresa de um possível banimento caso o prazo de desinvestimento exigido por Washington fosse mantido sem mudanças.

As conversas envolveram o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o Representante de Comércio americano, Jamieson Greer, do lado dos EUA, enquanto os chineses foram representados pelo Vice-Premier He Lifeng e pelo negociador sênior Li Chenggang. A rodada ocorreu no Palácio de Santa Cruz, sede do Ministério das Relações Exteriores da Espanha, e tratou ainda de temas mais amplos: tarifas sobre produtos chineses, controle de exportações de tecnologia, exportações de terras raras, proteção de dados e preocupações americanas com segurança nacional.

Um dos pontos de maior urgência era o prazo de 17 de setembro para o desinvestimento da ByteDance, proprietária chinesa do TikTok, nas operações americanas da plataforma — prazo esse que, em ausência de um acordo concreto, poderia levar ao bloqueio do uso do aplicativo nos Estados Unidos. O governo norte-americano sinalizou que uma vez alcançado um acordo estrutural em Madrid, esse prazo poderá ser prorrogado.

Embora o acordo de framework tenha sido anunciado, muitos especialistas acreditam que avanços definitivos dependerão de uma reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping. Além disso, outros temas complexos como tarifas chinesas sobre bens dos EUA, restrições tecnológicas, exportações de chips e comércio de substâncias químicas ilícitas como precursas de fentanil permanecem sem solução clara.

A Espanha, que sediou o encontro, vê na negociação uma possibilidade de reforçar sua imagem diplomática internacional, equilibrando seu relacionamento tanto com os EUA quanto com a China, em um momento de polarização comercial global. Ser anfitriã deste tipo de negociação coloca Madrid em posição de intermediária em disputas econômicas de grande escala.■


 

Inscrever-se
Notificar de
guest

2 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
NBS
NBS
1 hora atrás

Vivemos para ver os EUA, país que, no Consenso de Washington, formulou com seus aliados as regras do livre comércio e da globalização como hoje se conhecem. Entre as principais decisões estiveram a disciplina fiscal, a reforma tributária, a abertura comercial e ao investimento estrangeiro direto. Somam-se ainda privatizações, desregulamentação e a garantia dos direitos de propriedade para assegurar segurança jurídica e confiança nos contratos — regras que lhes eram favoráveis e que agora tentam modificar. Isto deveria servir de lição a todos aqueles que, de forma apaixonada, se lançam a defender um sistema econômico ou um modo de produção

juggerbr
juggerbr
Responder para  NBS
59 minutos atrás

As pessoas não entendem que não existe perfeição, qualquer coisa criada por humanos será sujeita a falhas, então defender um sistema político é torcer pro erro, mais cedo ou tarde.