1. Preliminar. O método de criar constrangimentos sucessivos à autoridade superior, de forma a justificar sua saída ou exoneração, faz parte da rotina das organizações e em todos os níveis. Mas, certamente, não ficou bem para o advogado constitucionalista, ex-deputado federal, ex-ministro, ex-ministro da Corte Suprema, e ministro da Defesa, utilizar desse expediente para conseguir seu afastamento. Num homem público de sua estatura, isso deveria ter sido feito com lealdade e diretamente à Presidente.
  2. Mas, uma vez tomada essa decisão, caberia perguntar por que Nelson Jobim forçou sua própria saída. Afinal de contas, teria sido mais simples sair com o presidente Lula e deixar o cargo na transição de governo. Se não fez isso, é porque em janeiro queria permanecer e acreditava no novo governo. Portanto, dali para cá sua opinião mudou sobre a Presidente e sua capacidade de governar e sobre o governo e as circunstâncias.
  3. As razões podem ser esses quatro vetores, um ou mais. O primeiro é a decepção com a Presidente, com sua capacidade de comando político, controle e de gestão. O segundo vetor seria a decepção com o próprio governo, com seus companheiros de ministério. Jobim teria achado o ministério de terceira linha e não quis permanecer entre seus pares. E que as limitações políticas impediriam a Presidente de melhorar a qualidade do ministério.
  4. O terceiro vetor seriam as informações que detém através dos serviços militares de informação de sua pasta, que muito mais coisa vem por aí. E, finalmente, a projeção que os próximos anos vão ser muito difíceis para o governo federal pela crise que está aumentando a cada dia e, que com isso, o governo Dilma vai fracassar como fracassou o segundo governo FHC pela crise.
  5. É possível que seja uma combinação de dois ou mais desses vetores. Mas, de qualquer maneira, um vetor estará presente em todas as hipóteses: a perda de confiança na capacidade da Presidente para gerir, controlar, coordenar politicamente…
FONTE: Ex-Blog do Cesar Maia
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