A Rússia estuda a proposta da Liga Árabe de mobilizar uma força conjunta da ONU e dos países árabes na Síria, mas considera que antes é necessário um cessar-fogo, disse nesta segunda-feira em Moscou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

“Estudamos esta iniciativa e esperamos que nossos amigos nos países árabes esclareçam alguns pontos. Para mobilizar uma força de paz, é necessária a autorização da parte que a recebe. Precisa-se de algo que se pareça com um cessar-fogo”, disse Lavrov.

No entanto, considerou que será um objetivo difícil de ser cumprido porque “os grupos armados que combatem o regime sírio não obedecem a ninguém e não são controlados por ninguém”.

A oposição síria, por sua vez, considera impossível iniciar negociações até que o presidente Bashar Assad abandone o poder.

Lavrov, que na semana passada viajou à Síria, convocou nesta segunda-feira novamente os opositores a iniciarem negociações e lembrou que o regime havia proposto realizar negociações com o vice-presidente, Faruk Chareh.

“Deveriam utilizar esta oportunidade e lançar um diálogo com o vice-presidente. Agora é a oposição quem tem a palavra”, considerou o ministro russo.

UNIÃO EUROPEIA

A União Europeia disse nesta segunda-feira que apoia a iniciativa da Liga Árabe na Síria, incluindo o pedido ao Conselho de Segurança para formar uma força conjunta dos países da ONU e da Liga para acabar com a violência no país.

“Nós apoiamos fortemente qualquer iniciativa destinada que ponha fim imediato à repressão sangrenta “, disse Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia europeia declarou Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

“Estamos em contato constante com o secretário-geral da Liga Árabe e a ONU para examinar a forma de colocar isto em prática o mais rápido possível”, completou.

Segundo o porta-voz, as decisões tomadas no domingo pelos ministérios das Relações Exteriores da Liga Árabe são “corajosas” e firmam “o claro compromisso e a liderança que a Liga Árabe assume para resolver a crise na Síria”.

CHINA

Também nesta segunda-feira, a China indicou que apoia uma solução que passe pelo “diálogo”, mas não se pronunciou sobre a proposta da Liga Árabe.

“A China apoia e convoca a Liga Árabe a seguir com seus esforços de mediação política”, declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Liu Weimin.

“A ação da ONU deve permitir reduzir as tensões na Síria e favorecer o diálogo político para solucionar o conflito”, acrescentou. “A China apoiará as ações da comunidade internacional que são compatíveis com as propostas da China”, disse ainda Weimin.

A Rússia e a China são os princiapais apoiadores do regime de Assad. Ambos bloquearam em duas ocasiões resoluções do Conselho de Segurança da ONU de condenação da repressão na Síria, que ocorre há quase um ano. Eles consideram que os textos devem reconhecer a parte de responsabilidade da oposição na violência.

FONTE: Estadão/AFP

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