(Luis Alberto Romero, Historiador, Membro do Clube Político Argentino, 20) 1. Que fator catalisa uma moléstia latente e a converte em agitação e protesto? Pode ser a economia, o bolso. Ou a percepção da injustiça. Ou apenas uma frase infeliz. Normalmente, o mau humor é passageiro e inconsequente. Mas às vezes persiste, cresce e chega a coisas maiores. Explicar porque isso ocorre é um verdadeiro desafio.

2. Os bons historiadores ajudam a pensar o cotidiano de maneira mais complexa e a articular impressões fugazes – como a de mudanças de humor social – com esquemas mais despojados. Mas muitos apreciam apenas um momento, embalados pela abundância de dinheiro. Mas hoje se teme que a bolha estoure.

3. A força política que quer construir uma alternativa deve levar em conta os níveis e os tempos. Deve capitalizar o mau humor conjuntural para exibir um diagnóstico real e encontrar uma caracterização forte. Um diagnóstico duro é necessário, mas não é suficiente. Para mobilizar é necessária uma proposta de esperança. Às vezes, os políticos só podem recorrer ao “otimismo do coração”. A ocasião é essa. Os políticos irão ver de que forma deve ser feito.

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