Legislação brasileira sobre controle de armas é vista como exemplo nos EUA, que pretende endurecer as regras sobre venda de armamentos

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Antonio Rangel Bandeira

vinheta-opiniao-forteO massacre de Newtown reavivou o movimento pelo controle de armas nos EUA. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, lidera uma frente de 725 prefeitos pelo controle de armas. Ele presidirá um simpósio de pesquisadores na Universidade John Hopkins para dar sugestões à força-tarefa do presidente Barack Obama, que tem até o fim do mês para propor mudanças na lei de armas ao Congresso.

Em 12 anos, os EUA reduziram os homicídios por arma de fogo de 14,24 por 100 mil habitantes para 3,2 em razão da mudança na política da polícia, que deixou de ser só repressiva para ser preventiva. No entanto, ainda são o país mais violento entre as nações desenvolvidas e os campeões mundiais em suicídios por arma de fogo em razão de uma lei permissiva. Os massacres de inocentes se repetem em ritmo estarrecedor, a uma média de cinco chacinas por ano.

O simpósio resolveu conhecer melhor o processo de controle de armas de países que consideram bem-sucedidos: Grã-Bretanha, Austrália e Brasil. Da Grã-Bretanha virá Mick North, pai de uma das 16 crianças fuziladas por um atirador na Escócia, em 1996, que levou a campanhas de entrega voluntária de armas e à total proibição da posse de armas de fogo por civis. Da Austrália virá a jornalista Rebecca Peters, que liderou à maior campanha de entrega de armas já realizada – 700 mil – e à proibição de armas automáticas e semiautomáticas para civis, após o massacre de 35 pessoas em um bar de Port Arthur, em 1996. Nos anos seguintes, as mortes por armas de fogo caíram 43% no país.

Os americanos veem semelhanças com o Brasil. Aqui, até 2003, o Congresso recusava-se a mudar a legislação feita sob influência do regime militar e do lobby da indústria de armas e munições, que financia campanhas eleitorais de parlamentares a seu serviço. Vamos explicar no simpósio como revertemos essa situação. Primeiro, produzindo pesquisas sobre o universo secreto das armas. Por exemplo, provando que 90% das armas ilegais apreendidas são de fabricação brasileira, que ter arma em casa é mais um risco do que proteção. Em seguida, divulgando esse conhecimento científico e esclarecendo a população, que participou de marchas memoráveis, que só no Rio reuniu 50 mil pessoas.

Em 2003, com 82% dos brasileiros a favor do controle de armas e 76% a favor da proibição do porte, os parlamentares se curvaram à vontade popular e votaram o Estatuto do Desarmamento. Lei avançada, porque veio de baixo para cima, já copiada por oito países. Após Newtown, com 58% de apoio popular ao controle de armas, os especialistas americanos pensam em seguir nosso exemplo e enfrentar o bilionário lobby das armas.

No Brasil, a marcação da munição permitiu seu rastreamento e foi assim que se chegou aos policiais que assassinaram a juíza Patrícia Acioli, em 2011. O controle de armas combinado com a modernização da polícia no Sudeste levou à queda de 40% dos homicídios por arma de fogo. A ausência de um controle levou a um crescimento de 82% na região Norte, entre 2000 e 2009, segundo o Núcleo de Estudos da Violência da USP.

Agora, estamos em nova campanha de entrega voluntária de armas, que leva os pais a refletirem sobre a ilusão de segurança dada pela arma, o risco a que expõem suas famílias, principalmente as crianças. Foram entregues até agora 65.144 armas, segundo o Ministério da Justiça. Cada vez mais os homens se convencem de que arma é boa para ataque, mas instrumento precário de defesa, porque o assaltante conta com o fator surpresa. Só no cinema dá certo.

São medidas como essas, e seus resultados positivos, que os americanos querem entender melhor. Enquanto isso, no Brasil, parlamentares a soldo da indústria de armas promovem na surdina a destruição gradual do Estatuto do Desarmamento, concedendo porte de arma a um crescente número de profissões. Afinal, queremos uma sociedade violenta, de cidadãos armados, ou um país pacífico, com um povo protegido das armas? Fortes interesses privados e uma ideologia de glorificação das armas querem nos fazer voltar ao passado, sepultando a nova política de controle de armas, admirada internacionalmente porque está dando bons resultados. Com a escolha do desarmamento como tema social da Copa do Mundo, a experiência brasileira será ampliada. Só não podemos ser derrotados em casa.

É SOCIÓLOGO DO VIVA RIO E PARTICIPARÁ DA CONFERÊNCIA SOBRE ARMAS EM BALTIMORE, EUA

FONTE: estadao.com.br, via senado.gov

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Requena
Requena
11 anos atrás

Texto mentiroso, manipulador e tendencioso.

Mas esperar o quê de um infeliz que “sobrevive” as custas de uma causa dessas?

Um grande cretino isso sim.

Luis
Luis
11 anos atrás

Texto mentiroso, manipulador e tendencioso.[2]

Antonio Rangel Bandeira e Rubens César Fernandes são dois pulhas, demagogos e falsos, que trocados por fezes sairiam caros!

Rebecca Peters é outra palhaça, que todas as vezes que foi debater com o Wayne LaPierre ( da NRA), levou uma surra e ficou com cara de otária!

Cinquini
Cinquini
11 anos atrás

Quanta mentira em um só texto!!!!!! Lixo!!! Mil vezes lixo!!!! A maior falácia do mundo é essa campanha do desarmamento!!!!! Engraçado que o escritor não cita o referendo aonde a grande maioria dos brasileiro foi a favor de continuar o comércio de armas! E se fosse feito um referendo hoje perguntando se deveriam mudar a lei pra garantir o porte (não a posse, essa já é garantida por lei) a grande maioria aprovaria também! Infelizmente a lei atual limita e muito o cidadão honesto de possuir uma arma de fogo, mesmo atendendo todos os pré-requisitos, fato esse que já foi… Read more »

Vader
11 anos atrás

Maldito! Pulha! Escroque! Tire as armas ILEGAIS dos bandidos, TODAS ELAS, que eu sou o primeiro a apoiar o desarmamento! Enquanto isso, NADA FEITO! E não foi o controle de armas que derrubou os homicídios no Sudeste, foi a melhoria e os investimentos em Segurança Pública, em polícias e cadeias, especialmente em São Paulo, que derrubou os índices. São Paulo é hoje a capital brasileira com menor índice de homicídios por mil habitantes do Brasil, e a única próxima de índices internacionalmente aceitos, apesar de toda a oposição do PT, que acusa o governo do PSDB de enterrar dinheiro em… Read more »

Antonio M
Antonio M
11 anos atrás

Será que se conseguirem o que querem, depois se voltarão à Suiça? Por lá já existe movimento querendo acabar com as forças armadas, seriam um terreno fértil para suas elucubrações mentais, quem sabe !!!!!! Em um programa na tv paga, onde um historiador propõe a um “cientista maludo” uma nova versão atualizada de armamentos antigos consagrados em seu tempo, em determinado programa, o referido cientista diz “Povo armado é povo educado” e é isso que não vejo na mentalidade de nossos bonzinhos sociólogos, militantes e governo que defendem o desarmamento, muito pelo contrário. O partido do governo atual ERA defensor… Read more »

Observador
Observador
11 anos atrás

LIXO.

Tudo lixo. Não vale o papel em que foi escrito.

A piada é completa pela profissão da figura: sociólogo.

Sociologia nem é ciência, pois não consegue definir seu objeto de estudo e seus “resultados” (se é que podemos chamá-los assim), são meramente especulativos e nunca produziu nada de útil.

Minha definição de sociologia é a seguinte:

SOCIALISMO + ASTROLOGIA = SOCIOLOGIA

ROTAnaRUA
ROTAnaRUA
11 anos atrás

Como todos bem disseram: lixo. No livro Freakonomics, os autores analisam dados sobre armas e a influência sobre a queda da criminalidade observada nos EUA durante a década de 90. Para eles, as leis de controle de armas surgidas na referida década não contribuíram para a diminuição da violência. A exemplo do que fora dito acima, “Washington e Chicago instituíram a proibição de armas muito antes que a criminalidade começasse a declinar em todo o país nos anos 90, mas ainda assim essas duas cidades foram retardatárias em relação à redução nacional da criminalidade”. Se os EUA querem um exemplo,… Read more »

Antonio M
Antonio M
11 anos atrás

Ainda, basta ver o crime recente onde uma mulher grávida é baleada vindo a falecer. O criminoso já era reincidente e devido a “erros” após ser preso foi solto novamente para cometer crimes novamente sendo que o sistema admitiu o erro. Pena que foi tarde demais. Se o Estado ao menos se preocupasse em cumprir minimamente sua obrigação ao invés de campanhas ideológicas pífias já estariamos mais seguros. Sim, virão os militantes e dirão que é isso é culpa de certo partido que tem como símbolo um pássaro azul e é só, apenas isso que são capazes de produzir mesmo… Read more »

Marcelo "Ostra" Lopes
11 anos atrás

Dyas perguntas as duas serias = para que serve um sociologo ? e eh o tal negocio em nenhuma destas coisas se ouve a palavra Chacina … ahhhhh chacina nao eh massacre … de ontem pra hoje quantitativamente so na regiao sudeste ja deve ter tido uns dois “massacres” por aqui …

Giordani
Giordani
11 anos atrás

Ao ler este lixo travestido de texto, me senti um dos 60 milhões de otários que foram as urnas…

Essa m#rd@ de texto só serve a causa do falastrão cristovam buarque e da aloprada da maria do rosario…

Quem defende o desarmamento não anda desarmado! Exemplo? Garotinho…

Renato Oliveira
Renato Oliveira
11 anos atrás

Quando eu vi o autor, nem gastei meu tempo lendo a porcaria de texto.

Se o desarmamento funciona tããããão bem, então porque 70% dos homicídios em banânia ainda são por armas de fogo??

nunes neto
nunes neto
11 anos atrás

Nos EUA, deveria ter “restrição” quanto ao tipo de arma e de calibre a venda,acho absurdo um cara poder ter um fuzil 7,62mm em casa,isso quando tem um só, quando vemos vídeos de “tiro a lata” nos EUA, tem nego com .50,o cidadão tem AK- 47 , 2 AR15, 3 FAL,5 pistolas,4 escopetas….para defender o seu lar não precisa de tudo isso, lá eles tem armas porque faz parte da cultura dos americanos,eles adoram as armas e são criados adorando,filmes,gemes etc..tem venda até de fuzil com motoserra acoplada para matar zumbi,kkk

nunes neto
nunes neto
11 anos atrás

Resumindo não sou contra a venda,mas o que se vende livremente a qualquer um, tem lugar que é mais fácil vc comprar uma arma que comprar uma garrafa de bebida nos EUA.Abçs

nunes neto
nunes neto
11 anos atrás

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