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ClippingNEWSEm meio à grave crise fiscal dos Estados Unidos, pelo menos os turistas tiveram uma boa notícia. A Estátua da Liberdade, fechada desde 1º de outubro, junto com a paralisação do governo federal, foi reaberta ontem aos visitantes após o governo do estado de Nova York pagar os salários de servidores do Serviço Nacional de Parques.

O governador Andrew Cuomo disse que neste “arranjo incomum” o estado vai desembolsar US$ 61,6 mil por dia, permitindo visitantes voltarem às barcas que fazem a travessia até a ilha onde fica o monumento. “O custo é pequeno em comparação ao que estamos perdendo”, disse. A atração está entre os 10 monumentos e parques nacionais que reabriram no fim de semana após acordos semelhantes terem sido celebrados com governos locais. Outras 391 seguem fechadas.

Em Washington, o clima foi, contudo, de tensão. Policiais e manifestantes contrários ao fechamento do memorial nacional da Segunda Guerra Mundial entraram ontem em confronto diante dos portões da Casa Branca. Os líderes do protesto foram contidos após ameaçaram escalar as grades.

O impasse entre a oposição parlamentar republicana e o governo do presidente democrata Barack Obama ainda não tem solução à vista. No sábado, as negociações com os deputados caíram por terra e foram para o Senado. Sem elevar o patamar da dívida até a próxima quinta-feira, prazo limite, restarão ao Tesouro só US$ 30 bilhões para pagar as contas do país, quantia que pode se esgotar em uma ou duas semanas.

A Casa Branca rejeitou o plano do presidente da Câmara, o republicano John Boehner, para ampliar o teto de endividamento só até 22 de novembro. “Não seria aconselhável jogar com o risco de calote em meio à temporada de compras de Natal”, comentou Obama no sábado. As pressões das empresas do varejo sobre o Congresso para acabar com a paralisação do governo, que alcança hoje seu 14º dia, também cresceram nos últimos dois dias.

O presidente do Banco Mundial (Bird), Jim Yong Kim, afirmou que um calote da maior economia do planeta pode significar um “desastre” mundial, sobretudo para os países emergentes. Ele lembrou que os EUA estão a apenas poucos dias de um “momento muito perigoso” e, por isso, torce pela vitória do bom senso entre os parlamentares norte-americanos.

Acusações
Ontem no Senado, o líder da maioria, o democrata Harry Reid, disse ontem que iria trabalhar com o líder republicano, Mitch McConnell, durante todo o dia para chegar a um acordo para reabrir o governo e estender o teto da dívida do país. Reid negou as acusações republicanas de que os democratas estavam tentando ultrapassar os limites de gastos estabelecidos por lei orçamentária de 2011 nas negociações, acrescentando que eles estavam dispostos a apoiar os níveis atuais até 15 de novembro. “ É o cúmulo da hipocrisia não pagarmos nossas contas”, rebateu.

Os parlamentares norte-americanos expressaram otimismo sobre a possibilidade de conversas entre os líderes do Senado pavimentarem o caminho para um acordo que vá evitar o calote do governo, mas democratas e republicanos mantiveram-se distantes dos detalhes. Nem mesmo Obama apareceu em público, após uma série de notórias aparições públicas nos primeiros dias da paralisação, durante as quais culpar os republicanos pelo impasse fiscal.

O vice-presidente Joe Biden, que tem relações estreitas com os parlamentares que foram seus colegas durante seu mandato como senador, também ficou fora de vista. “Talvez precisemos de Biden fora do programa de proteção a testemunhas”, disse o senador republicano John McCain, durante um programa de na manhã de domingo, fazendo alusão à lendária habilidade do vice-presidente de costurar acordos com a oposição.

FONTE: Correio Braziliense

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