Mais soldados russos mortos na Ucrânia do que soldados dos EUA em mais de 20 anos

Mais de 7.000 soldados russos morreram desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, de acordo com estimativas de inteligência dos EUA citadas por vários meios de comunicação.

Oficiais de alto escalão das tropas russas, incluindo quatro generais, foram supostamente mortos pelas forças armadas ucranianas. Autoridades dos EUA estimam que 20 generais foram inicialmente enviados para a Ucrânia.

Apenas a morte de um general, o major-general Andrei Sukhovetsky, comandante geral da 7ª Divisão Aerotransportada russa e vice-comandante do 41º Exército, foi confirmada por Vladimir Putin em um discurso televisionado em 3 de março.

Para muitos nas fileiras russas, cujo número totalizava 150.000 soldados no início da guerra, essas perdas provavelmente foram um choque.

E na quarta-feira, autoridades do Pentágono disseram que Vladimir Putin pode precisar enviar tropas de reposição para compensar as perdas de guerra.

“Nós os vimos deliberando e discutindo a possibilidade de reabastecimento para incluir tropas substitutas”, disse um alto funcionário de defesa do Pentágono. “Mas não temos – não vimos nenhuma indicação de que algo está se movendo agora fora do que eles já têm na Ucrânia. Mas sabemos que eles disseram que estão sofrendo perdas todos os dias; perdas de pessoas, perdas de equipamentos, perdas de aeronaves.”

Na terça-feira, as Forças Armadas da Ucrânia disseram que os militares ucranianos destruíram mais de 1.200 veículos blindados russos, 640 veículos e 404 tanques desde o início da invasão.

Soldados russos inicialmente destacados na fronteira da Ucrânia na preparação militar que antecedeu a invasão em grande escala foram informados de que estavam lá apenas para treinamento.

Em seguida, eles foram informados de que seriam recebidos como salvadores assim que libertassem a Ucrânia de líderes nazistas que supostamente oprimiam seus concidadãos.

“Mãe, isso é tão difícil”, um soldado russo mandou uma mensagem para sua mãe antes de morrer no quinto dia desde o início da invasão. “Disseram-nos que as pessoas nos receberiam aqui, mas eles pulam sob nossos veículos, não nos deixando passar. Eles nos chamam de fascistas”, disse o soldado dramaticamente à mãe, em textos amplamente compartilhados pelos serviços de segurança ucranianos.

A realidade é que as tropas russas enfrentaram forte oposição na Ucrânia, tanto de soldados ucranianos quanto de civis. Em 21 dias de guerra, as perdas sofridas pelas tropas russas são significativas.

Autoridades ucranianas estimam que o número de soldados russos mortos na Ucrânia seja superior a 13.500, enquanto os números russos minimizam o total para apenas 498. As estimativas dos EUA combinam esses números diferentes com imagens de satélite e estimativas baseadas em dados de inteligência e definem esse número para 7.000.

Estima-se que pouco mais de 7.000 soldados americanos morreram em operações pós-11 de setembro no Afeganistão, Iraque e Paquistão entre 2001 e 2021.

As mortes das tropas americanas nas operações pós-11 de setembro afetaram suas famílias, seus amigos e a vida daqueles que retornaram da zona de guerra. Estima-se que quatro vezes mais soldados morreram de suicídio depois de retornar do Afeganistão e do Iraque, que foram mortos em batalha.

Ainda não se sabe qual será o impacto da guerra na Ucrânia na saúde mental das tropas russas, principalmente daqueles que nunca tiveram a intenção de travar uma batalha tão sangrenta contra um país vizinho que muitos consideram habitado por seus “irmãos” e “irmãs”.

As tropas russas na Ucrânia já estão sofrendo com o moral baixo generalizado. Três prisioneiros russos na Ucrânia, entrevistados pela CNN, disseram que foram enviados ao país para libertar a população dos neonazistas, mas acharam isso incorreto.

Um deles até chamou as operações russas na Ucrânia de “atos terroristas” e disse que eles “se levantarão contra” seu comandante em chefe Vladimir Putin quando voltarem para a Rússia.

É provável que muitos na Rússia ainda não tenham recebido notícias do número de mortes entre as fileiras russas na Ucrânia, já que Putin exerce um controle de ferro sobre quais informações são comunicadas na mídia nacional.

FONTE: Newsweek