Colômbia adere à Iniciativa do Cinturão e Rota da China, marcando nova fase nas relações bilaterais

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Colômbia China

A Colômbia formalizou nesta quarta-feira (14/5) sua adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), o ambicioso projeto global de infraestrutura e comércio liderado pela China.

O acordo foi assinado durante um encontro entre o presidente colombiano, Gustavo Petro, e o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, consolidando uma parceria estratégica entre os dois países.

A Iniciativa do Cinturão e Rota, lançada por Xi Jinping em 2013, visa expandir as conexões comerciais e de infraestrutura da China com o mundo. Com a entrada da Colômbia, mais de 150 países participam do programa, incluindo mais de 20 nações latino-americanas. A adesão colombiana representa um passo significativo na diversificação de suas parcerias internacionais e no fortalecimento de sua infraestrutura e economia.

Durante o encontro, Xi Jinping expressou disposição para aumentar as importações de produtos colombianos de alta qualidade, apoiar investimentos de empresas chinesas na Colômbia e colaborar em projetos de infraestrutura no país. Por sua vez, Gustavo Petro destacou que a adesão à BRI permitirá à Colômbia reduzir seu déficit comercial com a China, atualmente estimado em US$ 14 bilhões, e impulsionar o desenvolvimento de setores estratégicos como energia renovável, transporte e tecnologia.

A decisão da Colômbia ocorre em um contexto de crescente influência chinesa na América Latina, região tradicionalmente sob forte influência dos Estados Unidos. Nos últimos anos, a China tornou-se o segundo maior parceiro comercial da Colômbia, superando os EUA como principal fonte de importações. A adesão à BRI pode sinalizar uma reorientação da política externa colombiana, buscando maior autonomia e diversificação de suas relações internacionais.

Entretanto, a aproximação com a China tem gerado preocupações em setores econômicos e políticos colombianos, especialmente quanto às possíveis repercussões nas relações com os Estados Unidos. Alguns analistas alertam para o risco de endividamento e perda de soberania associados a projetos financiados pela BRI. Em resposta, Petro afirmou que a Colômbia busca parcerias baseadas na igualdade e no respeito mútuo, destacando que o país já sacrificou muito em sua colaboração com os EUA no combate ao narcotráfico.

A assinatura do acordo ocorreu durante o Fórum China-CELAC, que reuniu líderes de países latino-americanos e caribenhos em Pequim. Na ocasião, Xi Jinping anunciou uma linha de crédito de US$ 9,2 bilhões para projetos de desenvolvimento na região, reforçando o compromisso da China com o fortalecimento de suas relações com a América Latina.

A adesão da Colômbia à Iniciativa do Cinturão e Rota representa uma mudança significativa em sua política externa e pode ter implicações duradouras para a dinâmica geopolítica na América Latina. Resta observar como essa nova parceria se desenvolverá e quais serão seus impactos econômicos e políticos para o país e a região.

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George A.
George A.
5 horas atrás

O Itamaraty não considerava inteligente pro Brasil aderir formalmente a essa iniciativa e pagar pra ver pelos custos geopolíticos dela frente aos EUA, tendo os recentes acordos com a China, mesmo após a recusa, mostrado que a orientação foi acertada.
Pra Colômbia eu não faço ideia se vale a mesma coisa, pois eles não tem o tamanho e a rede de relações do Brasil, e assim não sei se continuariam tendo acesso a investimentos desse programa mesmo recusando a adesão agora formalizada e em contrapartida os EUA não estão oferecendo investimento em infra pra ngm no cone sul.

Última edição 5 horas atrás por George A.
Macgaren
Macgaren
Responder para  George A.
3 horas atrás

Tomaram uma raquetada do Trump na primeira oportunidade.

JuggerBR
JuggerBR
5 horas atrás

O Petro tem seu governo bastante questionado por lá, dizem que é bastante errático, vive atrasando sua agenda, tem uns sumiços misteriosos. Teve uma ocorrência em Paris, onde ele desapareceu por 48 horas, e foi visto em locais muito pouco recomendados para um presidente. Dito isto, Trump certamente não curtiu esse acordo.

D. Bagrov
D. Bagrov
Responder para  JuggerBR
1 hora atrás

Dizem que ele escreve umas besteiras no twitter de madrugada estando meio bêbado e depois apaga

Esteves
Esteves
3 horas atrás

Distribuição Regional dos Países Participantes do BRI.

África: 53
Europa: 29
Ásia Central: 6
Sudeste Asiático:
Sul da Ásia: 6
Leste Asiático: 3
Médio Oriente: 9
Pacífico: 12
América Latina e Caribe: 21

8 membros do G20.

O Brasil não é oficialmente signatário da Iniciativa do Cinturão e Rota. 

Eromaster
Eromaster
1 hora atrás

Em breve, uma Revolução Colorida pode começar acontecer na Colômbia para depor o Presidente deste país.

Nativo
Nativo
1 hora atrás

O quintal se mexendo para uma iniciativa alternativa a hegemonia dos EUA, ? se os outros bananais se mexessem no mesmo sentido seria ótimo, mas submissão é regra por aqui.

Última edição 1 hora atrás por Nativo