Avibras: Fundo Brasil Crédito atende reivindicações do Sindicato dos Metalúrgicos

São José dos Campos (SP) – As negociações entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e o fundo Brasil Crédito Gestão FIDC deram um passo importante nesta quinta-feira (22), com avanços significativos no plano alternativo à recuperação judicial da Avibras. O novo acordo, que será votado pela Assembleia Geral de Credores (AGC) na próxima segunda-feira (26), contempla reivindicações essenciais para os trabalhadores da empresa, uma das principais indústrias de defesa do Brasil.
Durante a reunião desta quinta-feira, a Brasil Crédito — que pretende adquirir a Avibras e atualmente figura como credora da empresa — concordou em reconhecer o passivo trabalhista acumulado, garantir 90 dias de estabilidade para os empregados que retornarem à fábrica e firmar um novo acordo coletivo com cláusulas sociais, nos moldes do pactuado em 2023.
Esses pontos representam uma mudança substancial em relação ao plano anteriormente apresentado pelo fundo, que havia sido rejeitado pelo Sindicato na última AGC, realizada em 13 de maio. Na ocasião, a proposta não reconhecia obrigações contratuais anteriores, o que motivou o pedido de suspensão da votação e a abertura de nova rodada de negociações.
A próxima AGC será realizada de forma virtual às 12h de segunda-feira (26) e decidirá o futuro da Avibras. Se o plano alternativo for aprovado pelos credores, ele seguirá para homologação judicial. A partir daí, será nomeado um interventor para assumir a gestão da empresa, marcando o início de uma nova fase de transição, durante a qual as negociações entre o fundo Brasil Crédito e o Sindicato continuarão.
“Este foi um importante avanço para garantirmos os direitos dos trabalhadores. O Sindicato tem lutado incansavelmente pela manutenção dos empregos, pela retomada da produção e pela defesa da principal indústria de defesa nacional”, declarou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Weller Gonçalves. A decisão tomada na próxima assembleia poderá ser decisiva para o futuro da Avibras e de seus trabalhadores.
Por um lado, fico feliz que os trabalhadores, os maiores prejudicados pela incompetência da diretoria da empresa, conseguiram um “alívio”.
Por outro, não tenho mais esperança nenhuma sobre essa empresa.
Tendo a concordar com a sua opinião. Esta novela se desenvolve faz muito mais tempo que o necessário. A esta altura não faz diferença o seu final. A relevância estratégica da empresa hoje em dia é ínfima pois, produtos jurássicos e defasados, além de quadro criticamente afetado pela longa crise. Melhor solução a esta altura, queima tudo e começa do zero com estrutura totalmente nova.
Nessa altura do campeonato:
Todo o corpo técnico e de engenharia da Avibrás já “pularam do barco” a muito tempo ( aposto que a maioria foi pra SIATT ou EDGE );
Suas máquinas e instalações devem estar todas obsoletas ou mal cuidadas, por falta de investimento;
Não tem confiança nem com fornecedores, e nem com possíveis compradores;
Não tem NENHUM produto pronto, ou quase, com potencial mercadológico pra dar um pouco de “alívio” a empresa, dando lucro;
Então, o que tem pra ser salvo nessa empresa?
Infelizmente o Brasil, desde longa data, não faz o básico.
Empresas de defesa dependem de vendas constantes e robustas para sobreviver, especialmente do país de origem.
Isso nunca foi realidade por aqui.
Uma pena.
O problema é quem administra esse $.
O plano envolve o afastamento do atual diretor e nomeação de um interventor:
https://www.defesaaereanaval.com.br/defesa/trabalhadores-aprovam-plano-para-possivel-retomada-da-avibras
Passada para a fase de homologação do plano pelo juiz de recuperação judicial, confirmando-se a aprovação do plano ocorrerá o afastamento do atual proprietário da Avibras, João Brasil Carvalho Leite (por si já é uma excelente notícia), será nomeado um interventor para ficar à frente da empresa; começa, então, o processo de transição.
Sami Hassuani, ex-presidente da Avibras e hoje assessor do fundo, é o principal nome cotado para liderar a chamada Nova Avibras.
E como ex-presidente da Avibras esse senhor Sami Hassuani não possui responsabilidades pelo atual estado dessa empresa?
Boa pergunta, Marcos, apesar do disse me disse sempre apontar mais pro Brasil como responsável.
Eles não foram bobos, eles são credores de mais de 3 milhões, melhor a empresa voltar a funcionar.
Só isso?
Pensei que fosse muito mais.
Para ela a única chance de receber algo é alguém ou ela própria comprar a Avibrás. O problema é que esse valor de dívida é bem pequeno para “comprar” a Avibrás. Então esse plano vai depender muito da boa vontade dos outros credores.
Na verdade eu realmente errei, são 3 milhões só do sócio principal da Avibras, que faliu a empresa. (Eles penhoraram as quotas dele na empresa)
A empresa em si, deve bem mais para eles.
Ah bom.
R$ 3 milhões era muito pouco para ela querer “assumir” a Avibrás.
Se não me engano o montante da divida da Avibrás é de cerca de 600 milhões.
Isso no pedido de recuperação judicial de 2022.
Aparentemente dessa data em diante houve um incremento de mais 320 milhões.
Somando quase 1,0 Bilhão de reais…
Essa empresa é irrecuperável!!!
O que ela tem que vale 1,0 bi?
Provavelmente sim, mas em terreno. E isso pode ser um sinal do que vem por aí.
Pelo menos uma boa notícia.
Vamos torcer para que a nova gestão se concretize e entreguem os 60 milhões em equipamentos que devem ao exército e o míssil tático de cruzeiro.
Oro para finalmente termos a resolução e entrega ao setor operativo do MTC-300.
Haja fé.
Mas o que a empresa tem para vender? Tem carteira de pedidos sólida? Novos projetos com potencial comercial promissor?
Faltam as baterias de ASTROS que devem pro EB, o AVTM e os boosters do VSB.
Tudo já pago aliás.
Inclua nessa lista os últimos 4 motores V-50 que fazem parte dos lançadores VS-50 e VLM.
Tudo também já pago.
Apenas gostaria de saber como foi o estudo de prospecção para salvar a empresa.
Mesmo que tenham todos os detalhes dos projetos (o que acho difícil), vai demorar para contratarem especialistas e ainda mais para continuarem de onde pararam.
Ainda mais porque o VLM deve ser lançado em 2028, que não é tanto tempo assim.
Os prazos do IAE e do AEB nem são levados mais em consideração.
De tantas mudanças e tantos objetivos não alcançados, fica complicado acreditar neles.
E lá vamos nós………………..