Exército dos EUA testa veículo tático autônomo com IA em exercício multinacional na Geórgia

O Exército dos Estados Unidos testou com sucesso o protótipo do veículo tático totalmente autônomo ULTRA, desenvolvido pela Overland AI, durante o exercício multinacional Agile Spirit 25, realizado em 29 de julho na Área de Treinamento de Vaziani, na Geórgia.
A iniciativa marca um passo importante na adoção de tecnologias autônomas com o objetivo de aumentar a segurança dos soldados, reduzir custos operacionais e otimizar o fornecimento de suprimentos em zonas de combate.
Comandado pelo coronel Will Cox, o Agile Spirit 25 é a 12ª edição do exercício bienal liderado pelo Exército dos EUA na Europa e África, e visa fortalecer a prontidão operacional, a interoperabilidade entre aliados e a segurança na região do Mar Negro. Este ano, uma das prioridades do treinamento foi a experimentação de inovações tecnológicas no campo de batalha, com destaque para veículos não tripulados.
“Queremos tirar os soldados da linha de frente e preservar vidas”, afirmou Adam Ungar, gerente sênior de programas da Overland AI. Segundo ele, a adoção de veículos autônomos como o ULTRA pode revolucionar a logística militar e reduzir drasticamente os riscos para os combatentes.
Equipado com inteligência artificial, sensores e câmeras de última geração, o ULTRA demonstrou capacidade de reconhecer o terreno e se adaptar automaticamente, desviando de obstáculos para cumprir missões de transporte de munições, como morteiros de 60 mm e 120 mm. O sistema foi testado por soldados da 173ª Brigada Aerotransportada, que já haviam treinado com o veículo na Alemanha meses antes do exercício.
“Fiquei impressionado ao ver a precisão e o controle do ULTRA. No começo, tinha receio do uso da IA, mas agora vejo que é uma ferramenta complementar”, declarou o soldado Jonathan Brooks.
Projetado para ser modular e adaptável a diferentes missões, o ULTRA pode ser configurado para evacuação médica, combate a drones (C-UAS), reconhecimento, modelagem de terreno e até operações de brecha — uma das tarefas mais perigosas em combate. Segundo a Overland AI, variantes do sistema estão sendo desenvolvidas em parceria com brigadas de engenharia do Exército para substituir humanos na abertura de passagens em áreas minadas ou fortificadas.
Com tração integral, o ULTRA alcança até 56 km/h e pode transportar até 450 kg de carga, com autonomia de 160 km dependendo do terreno. Sua estrutura leve e desprovida de cabine protegida o torna muito mais barato que veículos convencionais, viabilizando o uso em larga escala com perdas aceitáveis em combate.
“Acreditamos que veículos como o ULTRA representam uma mudança moral e operacional: permitem ao comandante aplicar força sem expor soldados ao perigo desnecessário”, disse Byron Boots, CEO da Overland AI.
O ULTRA ainda pode operar com comandos pré-programados, seguir rotas específicas ou ser controlado remotamente via sinal de internet ou satélite. Um novo teste está previsto para agosto, quando variantes do sistema serão apresentadas ao Subsecretário de Defesa para Pesquisa e Engenharia dos EUA, ao Exército e ao Comando de Operações Especiais.
Criado em 2011 e sob comando do Exército dos EUA desde 2018, o exercício Agile Spirit conta com a parceria estratégica entre a Guarda Nacional da Geórgia (EUA) e o Exército da Geórgia, consolidando mais de 30 anos de cooperação para a segurança regional.■
Viveremos um futuro onde o ser humano não estará no campo de batalha, mas atrás de consoles de controle/supervisão de diversos aparelhos autômatos e semi autômatos. Por um lado, poucas mortes em combate, por outro, uso ainda mais intensivo de recursos materiais para sustentar este exército de robôs.
Estar vai estar sim, mas só nos países dos pobres coitados que serão invadidos por essas potências.