Bilionário americano doa US$ 130 milhões para pagamento de tropas durante o ‘shutdown’ federal

Washington — 25 de outubro de 2025 — O bilionário recluso e grande apoiador financeiro do Donald Trump, Timothy Mellon, foi identificado como o doador anônimo responsável por uma contribuição de US$ 130 milhões destinada a ajudar no pagamento dos salários de tropas dos EUA durante o impasse orçamentário que levou ao recente shutdown federal. A informação foi revelada por fontes do jornal The New York Times citadas por veículos como o The Guardian.

O valor foi aceito pelo Departamento de Defesa dos EUA (DoD) sob a chamada “autoridade geral de aceitação de doações” da instituição, segundo comunicado oficial. A doação estava condicionada ao uso exclusivo para salários e benefícios dos militares em serviço ativo, conforme declaração do porta-voz do Pentágono Sean Parnell.

Apesar do montante elevado, especialistas orçamentários destacam que ele representa apenas uma fração das obrigações de pagamento das Forças Armadas, cujo custo semanal está na casa dos US$ 7,5 bilhões.  A operação gerou questionamentos legais, em especial sobre a conformidade com o Anti‑Deficiency Act, que proíbe agências federais de gastar ou se comprometer com fundos além dos aprovados pelo Congresso.

Mellon, herdeiro da fortuna bancária dos Mellon e tradicional doador nas campanhas republicanas, manteve até então perfil discreto, embora tenha contribuído com dezenas de milhões para o ciclo eleitoral de 2024. O anúncio da doação foi feito por Trump, que descreveu o autor como “um grande patriota” e “amigo meu”, mas optou por não revelar seu nome.

A revelação da identidade do doador alimenta debates sobre a influência de recursos privados no financiamento de atividades estatais essenciais, além de levantar preocupações sobre transparência, precedentes institucionais e possíveis impactos sobre a separação entre poderes e as finanças públicas.■