Conflito entre Holanda e China pode paralisar montadoras de veículos brasileiras por falta de chips
Uma disputa geopolítica entre a Holanda e a China sobre a produção e exportação de semicondutores está provocando forte preocupação no setor automotivo brasileiro. Mesmo em meio a um cenário de vendas aquecidas e alta na produção, montadoras alertam que a crise global de chips pode interromper as linhas de montagem no país nas próximas semanas.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre janeiro e setembro de 2025 a produção de veículos no Brasil cresceu 6% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as exportações avançaram mais de 50%. Nas concessionárias, a demanda elevada já gera filas de espera para os primeiros meses de 2026.
Esse cenário, no entanto, pode mudar rapidamente. O governo holandês assumiu o controle de uma das maiores fabricantes de chips do mundo — uma subsidiária de um grupo chinês — alegando razões de segurança nacional e, segundo analistas, sob pressão de Washington. Em resposta, Pequim impôs restrições à exportação desses componentes, essenciais para as montadoras globais. O impacto já é sentido na Europa, e o Brasil pode ser o próximo.
“Nosso entendimento é de que o setor automotivo brasileiro está na iminência de uma crise de abastecimento de semicondutores. A ausência desses chips pode, sim, daqui a três semanas, paralisar as fábricas no Brasil”, alertou Igor Calvet, presidente da Anfavea. Ele cobrou uma ação diplomática rápida entre Brasília e Pequim para garantir o fornecimento ao país.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirmou que acompanha a situação e mantém diálogo com a indústria para mitigar eventuais danos econômicos e sociais. Uma reunião emergencial entre o governo e representantes do setor está marcada para a próxima terça-feira (28), convocada pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin.
A possível crise remete aos impactos da pandemia de Covid-19, quando a escassez global de chips comprometeu severamente a cadeia produtiva automotiva. Hoje, até mesmo modelos de entrada utilizam entre 1.000 e 3.000 semicondutores por veículo, responsáveis pelo controle de praticamente todos os sistemas eletrônicos e de segurança.
“Estamos falando de segurança, confiabilidade e sustentabilidade. Sem esses componentes, não há como entregar carros modernos e seguros”, destacou Hélder Giostri, professor de engenharia mecânica do Ibmec.
Com estoques limitados e prazos de entrega alongados, montadoras brasileiras acompanham com apreensão o desenrolar da disputa internacional. Se não houver uma solução diplomática rápida, o setor — responsável por cerca de 20% da indústria de transformação no país — poderá enfrentar a sua pior crise de fornecimento desde 2020.■

Foram cutucar um Godzila com a vara curtinha da UE kkk
(…)“Nosso entendimento é de que o setor automotivo brasileiro está na iminência de uma crise de abastecimento de semicondutores. A ausência desses chips pode, sim, daqui a três semanas, paralisar as fábricas no Brasil”, alertou Igor Calvet, presidente da Anfavea. Ele cobrou uma ação diplomática rápida entre Brasília e Pequim para garantir o fornecimento ao país.(…).
Vamos vê até onde o prestigio do presidente Lula tem com o Xi … uma coisa é quase certa …as montadoras chinesas não estão passando por esse sufoco.