Brics se unem para fomentar projetos na área de inovação

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BRICS

Países do grupo assinarão acordo para apoiar pequenas e médias empresas em setores com potencial para a inovação, como biotecnologia

Os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinarão em outubro um acordo de cooperação que tem como objetivo apoiar empresas de pequeno e médio porte com foco em inovação. O acordo será estabelecido durante a conferência Open Innovation, que será realizada em Moscou e servirá também para apresentar a experiência russa com projetos na área de inovação aos parceiros dos Brics.

Segundo o representante do Banco de Desenvolvimento da Rússia (Vneshconombank), Vladímir Dmitriev, foram identificados diversos setores, como as áreas de farmacologia e biotecnologia, onde é viável o estabelecimento de joint ventures que trabalharão com projetos inovadores, através do apoio financeiro de bancos de desenvolvimento. As verbas que serão disponibilizadas a estes projetos, no entanto, não foram divulgadas.

Inovação nos Brics
Ksênia Belikova, professora livre-docente da Cátedra de Direito Civil e Trabalhista da Universidade Russa da Amizade dos Povos, chamou a atenção para o fato de que os países dos Brics já apresentam projetos de inovação em diversos níveis de desenvolvimento. Hoje, de acordo com a especialista, os países dos Brics desenvolvem suas ideias nas áreas de inovação em âmbito estratégico, com o objetivo de obter resultados vantajosos mesmo contando com investimentos mínimos e limitados recursos financeiros, de tempo e de energia. “O formato desse acordo sugere a participação financeira do Banco de Desenvolvimento, permitindo a cooperação em muitas áreas promissoras, com base na complementaridade dos recursos existentes nos países dos Brics”, afirmou Belikova.

A especialista ainda acredita que o potencial de cooperação está justamente na superação de uma série de desafios comuns: o atraso no desenvolvimento de alta tecnologia, que acarreta a dependência de tecnologia estrangeira, a remoção de restrições a investimentos privados no setor de desenvolvimento e a introdução de novos conceitos tecnológicos. Para tanto, acredita Belikova, os mecanismos utilizados pelos países dos Brics devem ser os mesmos: de um lado, a construção de um sistema inovador, em que as empresas se aliam com as universidades para a criação de tecnologias inovadoras e o Estado entra como cofinanciador dos projetos; de outro, a consolidação das pequenas e médias empresas como os principais agentes de inovação das economias nacionais.

“A implantação desses mecanismos contribui para a restruturação das universidades, bem como para a fortificação das pequenas e médias empresas, aumentando os indicadores das cotas de pesquisa e desenvolvimento no PIB (Produto Interno Bruto). A China, por exemplo, em 2020, tem planos para aumentar a cota de participação do setor de pesquisa e desenvolvimento no PIB nacional em 2,5%, a África do Sul em 2% e a Rússia em até 3%”, disse a especialista.

“O principal objetivo desta cooperação é fortalecer os países dos Brics na competição em setores de inovação diante dos países europeus e dos Estados Unidos”, afirmou o direitor da consultoria BDO na Rússia, Eduard Rumiantsev.

Segundo o especialista, a Rússia é diretamente beneficiada por este processo. Através da partilha de conhecimentos, as empresas inovadoras russas agora terão mais chances de conseguir financiamento a partir dos bancos de desenvolvimento dos Brics em um momento em que o país sofre sanções impostas pelo Ocidente até mesmo no campo científico. Para ele, é em resposta às sanções que a Rússia busca reforçar a cooperação com os países dos Brics.

Rumiantsev crê ainda que os países dos Brics devem seguir os passos da China e Índia neste setor e que a Rússia deve se aproximar ainda mais dessas duas potências no segmento de inovação. “O líder inconteste no âmbito da inovação é a China, seguida pela Índia. Infelizmente, Rússia e Brasil seguem bem atrás”, completou.

A opinião do especialista é confirmada pelo relatório de inovação internacional The Global Innovation 2014, publicado recentemente pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, em conjunto com a Escola de Negócios Francesa (ISEAD) e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Este ano, a China foi a melhor colocada entre os Brics, ocupando o 29º lugar, seis posições acima da que ocupava no ano passado. A Rússia também apresentou uma melhora de sua dinâmica em relação ao ano passado, não somente entre os países dos Brics, mas no ranking geral da classificação. O país ocupou o 49º lugar, subindo 13 posições. Já a África do Sul, Brasil e Índia ocuparam respectivamente os lugares de número 53 (subiu cinco posições), 61 (subiu três posições) e 76 (caiu dez posições).

Em outras classificações, como o Rankig de Universidades Brics 2014-2015, preparado pela Agência QS, a Rússia ocupou o pódio junto com a China. A Universidade Estatal de Moscou (MGU) ficou em 3º lugar, depois das universidades de Tsinghua e Pequim. Além disso, 19 universidades russas figuraram na lista das cem melhores, e as três melhores universidades receberam a classificação máxima de 100 pontos. No entanto, a MGU ficou bem atrás no número de artigos publicados pelo corpo docente: enquanto a Universidade de Tsinghua tem 97,5 pontos nesse quesito e a Universidade de Pequim apresentou 89,6 pontos, a MGU teve apenas 37,5 pontos.

FONTE: Gazeta Russa

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joao.filho
joao.filho
10 anos atrás

Rússia, Índia, China e África do Sul, sim vão projetar, produzir e evoluir muito. Brasil??? Rsrsrs!!!

Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
10 anos atrás

Brasil ??

Bláhhhhhhhhhhh…..

Vou vomitar de novo ………..

joao.filho
joao.filho
10 anos atrás

Proponho renomear esse grupo RICS. A dura realidade é que nele o Brasil nunca pertenceu…