Atentado mata 6 funcionários da organização; violência coincide com a chegada de Hillary na região

vinheta-clipping-forteCABUL E PESHAWAR – Um carro-bomba matou mais de 90 pessoas e feriu cerca de 200 nesta quarta-feira, 28, em um mercado lotado na cidade paquistanesa de Peshawar, na região da fronteira com o Afeganistão. Esse é o ataque mais recente de uma série de atentados sangrentos lançados por militantes. No mesmo dia, ataques insurgentes contra pensão usada pela ONU para a estada de funcionários estrangeiros no centro da capital deixaram pelo menos 12 mortos, entre eles seis funcionários da organização.

Horas depois dos ataques em Cabul, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, aterrissou no Paquistão prometendo uma nova página nas relações norte-americanas com o país. A derrota do Taleban e a estabilização do Afeganistão são fundamentais na estratégia regional de Washington para combater a milícia. O Paquistão está em alerta máximo em meio a temores de ataques de militantes do Taleban paquistanês, enquanto o Exército ataca fortalezas dos militantes no Waziristão do Sul, na fronteira afegã.

A explosão no Paquistão, a que causou mais vítimas neste ano, aconteceu no Peepl Mandi, bairro onde moram muitos muçulmanos xiitas. De acordo com um policial, o ataque atingiu o Mina Bazaar, que reúne mulheres lojistas. Nenhum grupo reivindicou imediatamente a responsabilidade pelo atentado, mas Peshawar tem sido o local de muitos dos ataques realizados pelos militantes islâmicos neste mês, uma escalada sangrenta que já matou mais de 500 pessoas.

Hillary, em entrevista concedida após os atentados, afirmou que os EUA ficarão ao lado do Paquistão na luta contra “grupos extremistas brutais”. “O Paquistão está no meio de um combate aos grupos extremistas brutais e obstinados, que matam pessoas inocentes e aterrorizam comunidades”, afirmou Hillary. “Daremos a vocês (Paquistão) a ajuda que necessitarem”, acrescentou.

A ofensiva contra os militantes no Waziristão do Sul foi lançada depois de uma série de ataques às Nações Unidas, quartéis militares, a polícia e o público em geral, nos quais 150 pessoas morreram. Houve vários ataques a bomba em represália desde o início da ofensiva. O Exército diz que está obtendo progresso contra os militantes ligados à Al-Qaeda.

Ataque contra a ONU no Afeganistão

Militantes do Taleban mataram ao menos 12 pessoas, incluindo seis funcionários de uma equipe estrangeira da ONU, em um ataque a uma hospedaria internacional em Cabul, nesta quarta-feira, despertando preocupações sobre a segurança para a eleição presidencial a se realizar em 10 dias. A nacionalidade dos mortos na equipe da ONU na hospedaria em Cabul não foram esclarecidas. Um desses hóspedes é cidadão norte-americano, informou a Embaixada dos Estados Unidos

O Taleban já prometeu realizar ataques antes das eleições de 7 de novembro, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considera o envio de mais soldados ao Afeganistão para combater os insurgentes, que estão no auge da violência desde que foram retirados do poder em 2001.

Os insurgentes vestiam uniformes policias para entrar na hospedaria, afirmou a polícia. Forças afegãs trocaram tiros com os militantes por horas dentro da casa enquanto sirenes soavam pelo coração da capital. Em outro sinal do crescente alcance dos militantes, foguetes também foram lançados em um hotel de luxo estrangeiro perto do palácio presidencial na capital afegã, forçando mais de 100 hóspedes a irem para um abrigo.

Segundo a BBC, um porta-voz do Taleban anunciou que o grupo assumiu a autoria do ataque contra a pensão e afirmou que se trata apenas do “primeiro passo” na campanha para prejudicar o segundo turno das eleições presidenciais no país, marcadas para sete de novembro. A ONU tem um papel importante na organização do pleito.

FONTE: Estadão

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