Brasil vai propor comissão de vigilância na fronteira Colômbia e Venezuela

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vinheta-clipping-forteO governo brasileiro planeja propor à Colômbia e à Venezuela a criação de uma comissão de vigilância fronteiriça como um primeiro passo para aliviar as tensões entre os dois países, disse nesta quinta-feira o assessor especial da Presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Segundo ele, a comissão seria semelhante à que já existe entre Colômbia e Equador, que permite a troca de informações oficiais sobre o que acontece na fronteira.

“Se for necessária a ajuda do Brasil para vigiar a fronteira, nós estamos dispostos a ajudar”, disse García em uma entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro.

As relações entre Colômbia e Venezuela estão congeladas há meses por decisão do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Nas últimas semanas a situação piorou devido a diversos incidentes fronteiriços, a ponto de Chávez ter pedido no último domingo que as Forças Armadas e o povo da Venezuela para se “prepararem para a guerra”. Dois dias depois, ele disse que a imprensa havia “manipulado” suas “reflexões”.

Segundo o assessor da Presidência brasileira Garcia, a comissão de acompanhamento proposta seria formada após consulta ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe e a Chávez, o que poderia acontecer durante a cúpula de países amazônicos que o Brasil convocou para o dia 26 deste mês em Manaus, para definir uma posição comum para a Conferência do Clima de Copenhague.

“Se houver possibilidade de consulta aos dois presidentes, se fará esta proposta”, disse Garcia, que, no entanto, salientou que a data da reunião em Manaus está em dúvida devido a problemas de agenda de alguns líderes convidados.

O governo brasileiro declarou em outras ocasiões sua disponibilidade para mediar as diferenças entre a Colômbia e a Venezuela, desde que a iniciativa partisse desses países. Até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na semana passada sua intenção que de Uribe e Chávez falem sobre as questões bilaterais durante o encontro em Manaus.

Segundo Garcia, a comissão de supervisão “poderia ser o primeiro passo para um pacto de não agressão entre os dois países e para a normalização das relações”.

Ele ressaltou, no entanto, que a longa área da fronteira colombiano-venezuelana é uma área “complicada” devido à presença na área de guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), do Exército de Libertação Nacional (ELN), de paramilitares, traficantes de drogas e “criminosos de todos os tipos”.

Sobre a possibilidade de que o Brasil volte a servir como facilitador para a libertação de policiais e militares reféns detidos pelas Farc, Garcia disse que o país está disposto a participar se for chamado.

“Se nos pedirem, é evidente que compareceremos”, disse o assessor de Lula.

FONTE: Folha Online / EFE

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Felipe Cps
Felipe Cps
14 anos atrás

Sempre ele…

Sergio
Sergio
14 anos atrás

Relações internacionais devem ser tratadas por funcionários de carreira.
São questões de Estado, não de Governo.

Flavio De Paula
Flavio De Paula
14 anos atrás

“Ele ressaltou, no entanto, que a longa área da fronteira colombiano-venezuelana é uma área “complicada” devido à presença na área de guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), do Exército de Libertação Nacional (ELN), de paramilitares, traficantes de drogas e “criminosos de todos os tipos”. Essa foi a unica coisa inteligente que ele falou. Será que sabe qual o custo de perder soldados lá? Ou ele acha que as FARC vão ver nossos soldados e não vão fazer nada? Esse sim é um retardado mental de primeira categoria. Ops, foi mal, não quero desmerecer em nada as pessoas com… Read more »

Edmar
Edmar
14 anos atrás

Caros Amigos.:

Essa confusão é tudo por culpa da “FARC” e das “Bases Americanas” que serão instaladas lá na Colombia.