Estender para as forças Aérea e Terrestre a cooperação existente entre a Marinha do Brasil e a Armada da Namíbia foi um dos pontos da reunião bilateral entre os ministros da Defesa dos dois países, Celso Amorim e Charles Dnp Namoloh, hoje em Brasília. Durante o encontro, os ministros também destacaram a necessidade de treinamentos conjuntos na região do Atlântico Sul, em especial no tocante ao combate a grupos piratas.

Na oportunidade, Celso Amorim disse também que o governo do país africano poderá adquirir equipamentos da indústria nacional com linhas de crédito do BNDES. Ele citou, como exemplo, os aviões Super Tucanos, considerados eficientes para patrulhamento do espaço aéreo. “Esses aviões têm sido motivo de êxito em países africanos no policiamento de fronteiras e combate a grupos armados”, disse o ministro.

No encontro, abordou-se também a ideia para que ocorram reuniões periódicas dos chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas dos dois países, além da ajuda na área de saúde por parte dos brasileiros, caso específico de medicamentos retrovirais. Amorim e Namoloh conversaram também sobre o interesse da Namíbia em participar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Estamos de acordo para que a Namíbia participe não apenas como país observador, mas como membro pleno da CPLP”, afirmou o ministro brasileiro.

A visita

A visita oficial do ministro Charles Dnp Namoloh ocorre num contexto de maior aproximação entre o Brasil e seu país. No Ministério da Defesa, Namoloh foi recebido com honras militares. Após passar em revista as tropas e receber os cumprimentos das autoridades brasileiras, os dois ministros seguiram para a sala de reunião na sede do MD.

Inicialmente, o ministro Amorim fez um relato dos temas de interesse dos dois países. Ele lembrou que se encontra em curso o programa de treinamento com oficiais da Marinha da Namíbia. Segundo o ministro, ao longo dos últimos anos, 600 oficiais e praças frequentaram unidades de ensino da Marinha do Brasil.

Em outra frente, a Emgepron – empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa, por intermédio do Comando da Marinha – enviou proposta de construção e fornecimento de meios navais para a Marinha da Namíbia. A proposta encontra-se em análise pelas autoridades namibianas. Existe também, conforme salientado, a sinalização entre as duas Armadas para a troca de informações no Atlântico Sul.

Celso Amorim solicitou ainda que a Marinha do Brasil promova exercícios com a participação conjunta dos namibianos. O ministro lembrou que a força naval brasileira irá receber, nos próximos meses, o navio patrulha Apa, fabricado por empresa no Reino Unido. E sugeriu que a embarcação participe de exercício naquela região, em seu deslocamento para o Brasil.

Ainda na reunião bilateral, Amorim e Namoloh trataram da participação brasileira na Antártica, das operações de paz, da reunião internacional da Zopacas (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul) e da incorporação do navio de apoio logístico “Elephant”. De fabricação chinesa, o navio foi oferecido para ser recebido pela Marinha.

A agenda do ministro Namoloh prevê outras reuniões nos próximos dias. A programação inclui visitas de sua comitiva a estaleiros e unidades das Forças Armadas em diferentes locais do Brasil.

FONTE/IMAGENS: Ministério da Defesa

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Daglian
Daglian
11 anos atrás

Talvez um pouco fora do tema, mas é um ABSURDO nosso governo/FFAA ajudarem na saúde da Namíbia quando a NOSSA está nos CACOS (pública). É simplesmente horrendo.

De fato, deve ser muito bom para o desgoverno fazer caridade usando o dinheiro do brasileiro para ajudar outro povo, enquanto há pessoas aqui passando fome e morrendo em macas no corredor de hospitais.

Observador
Observador
11 anos atrás

Mais uma parceria caracu patrocinada pelo nosso (des)governo com o dinheiro público.

Caracu porque na hora da Namíbia tirar dinheiro do bolso para comprar equipamento, ela vai e compra na CHINA.

É só lembrar da Corveta Purús, que foi doada aquele país. No momento em que resolveram substituí-la, não tiveram pudores em comprar um navio chinês.

Ou seja, nesta parceria eles entram com a cara, e nós, os brasileiros entramos com o c…