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VISÃO DO CORREIO

É preocupante o cenário da Venezuela depois de um ano da morte de Hugo Chávez. O país se divide em facções e subfacções. Sem o carisma, a autoridade e o poder centralizador de Hugo Chávez, Nicolás Maduro se vê cercado de crises por todos os lados. A oposição também se partiu. De um lado, a ala moderada, sob o comando de Henrique Capriles. De outro, a radical, liderada por Leopoldo López, preso na terça-feira responsabilizado por três mortes ocorridas em manifestações.

Sem interrupção, há duas semanas passeatas pintam as ruas de Caracas de branco e vermelho. O branco prega a saída do governo, considerado incapaz de administrar a crise econômica que se aprofunda a olhos vistos. A inflação bate em 57%. O dólar dispara. O mercado paralelo se amplia. Apagões se tornam rotina. A produção acelara o ritmo descendente. O desabastecimento obriga os cidadãos a enfrentar longas filas para comprar produtos essenciais mas escassos.

Maduro, atônito diante dos desafios para os quais não tem resposta nem experiência para buscar soluções, avia a receita do antecessor. Recorre à força para solucionar problemas que exigem diálogo e planejamento de curto, médio e longo prazo. É o caso do congelamento de preços, da restrição ao acesso do papel-imprensa, do cerceamento à liberdade de expressão, da formação de milícias armadas, da demonização dos Estados Unidos. A reprise não convence. Soa como farsa.

Daí as mais de 500 manifestações que teve de enfrentar no curto mandato. O quadro de violência política que cobre o país de insegurança lembra 2002, ano do golpe fracassado que apeou Chávez do poder por dois dias. A saída, com certeza, não passa pelas armas, mas pelo diálogo. Como fazer que os dois lados se sentem à mesa para harmonizar interesses em prol do bem comum? A polarização de ambos os lados parece desestimular a diplomacia.

Aos vizinhos e sócios no Mercosul e na Unasul, a escalada de violência e o risco de ruptura institucional na Venezuela não apenas lhes diz respeito por proximidade, mas também pelo interesse comum em preservar ambos os blocos como espaços democráticos e institucionais. Ainda que respeitando o princípio de não intervenção em assuntos domésticos, é possível — talvez necessário — oferecer papel de facilitação do diálogo entre as partes, como ocorreu depois do golpe frustrado contra Chávez. O Brasil, no exercício de liderança reconhecida globalmente, pode contribuir com postura proativa na busca de solução que evite a degeneração do processo político antes que seja tarde demais.

FONTE: Correio Braziliense via Resenha do Exército

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Marine
10 anos atrás

Mais um capitulo de sucesso no exito que e o livro do Socialismo, Comunismo e Populismo barato! Rsrsrsrs

Reinaldo Deprera
Reinaldo Deprera
10 anos atrás

Eu fico incomodado em ver pessoas lutando para se livrar do socialismo logo aqui do lado. Só vejo um jeito desse Maduro e seu partido de m…. continuar governando. Com muito sangue. É uma pena que um país como o Brasil tenha um povo que em sua maioria, se diz socialista ou simpatiza com ideias do socialismo. Em pleno século XXI! Se tivéssemos um governo sério, nossas F.A já teriam sido requisitadas para destronar o comuna da Venezuela. A droga que entorpece as mentes daqueles que não raciocinam. Por preguiça, ou por interesses. Socialismo. A maior desgraça da história da… Read more »

erabreu
erabreu
10 anos atrás

Há muitos meses preví isso. Um país a beira de uma gerra civil ou de uma ditadura sanguinária.
Basta ser observador para chegar a conclusão que quem semeia ódio, rancor e divisão, colhe violencia, separatismo e guerra civil.
O mesmo aplica-se ao Brasil, onde algumas pessoas no sul-sudeste sempre pregaram o separatismo e a divisão da sociedade, levada a cabo pelo PT e seus asseclas, por meio dos seus tentáculos para militares (MST, movimento negro, movimento quilombola, movimento índio, MAV, bleque bloques, etc)

erabreu
erabreu
10 anos atrás

Continuando:
Serve de mote para este tipo de aspiração.