Cerca de 100 homens do Exército tomaram posição na Washington Luis em Duque de Caxias Dilene Laureano. Foto: Cléber Júnior/Extra / Agência O Globo

Por Gen Bda Luiz Eduardo Rocha Paiva

O vulto assumido pelo crime organizado permite classificá-lo como ameaça à lei, à ordem e à própria soberania nacional, pois o Estado perdeu a autoridade em áreas, ainda que restritas, de algumas metrópoles no País. No Rio de Janeiro, existem complexos de favelas controlados por facções criminosas, que impõem a sua “lei”, constituindo um estado paralelo ao Estado nacional no exercício da violência.

O emprego das Forças Armadas (FA) na segurança pública, num quadro de garantia da lei e da ordem, tem sido contumaz. No entanto, é apenas paliativo com efeito superficial e de curta duração, haja vista o retorno aos níveis de violência e o controle da bandidagem tão logo as tropas são retiradas das áreas conturbadas. As FA não são preparadas nem estruturadas para a segurança pública, em que os conflitos devem obedecer a leis e regras rígidas, que limitam a liberdade de ação para o emprego da violência com a mesma letalidade exigida em conflitos armados na defesa da Pátria contra um inimigo externo.

As fronteiras nacionais são um dos pontos críticos na gestão da segurança pública, pois a extensão, a permeabilidade e a porosidade dificultam, drasticamente, seu controle efetivo e o bloqueio de ilícitos transnacionais. Tal dificuldade foi agravada pelos acordos de livre comércio e pela globalização, que facilitaram a passagem e ampliaram a circulação de cargas pelas vias terrestres, marítimas e aéreas. Se os EUA não conseguem evitar o maciço tráfico de drogas e a realização de outros ilícitos nos 3 mil km de sua fronteira terrestre com o México, contando com seus imensos recursos para esse controle, o que dizer do Brasil. São 17 mil km de fronteiras terrestres, sendo 11 mil km em selva, com centenas de entradas possíveis, e 6 mil km em área humanizada, com enorme fluxo de comércio.

As fronteiras marítimas têm 7,5 mil km com dezenas de portos que movimentam milhares de contêineres por dia, cuja fiscalização é extremamente difícil. O mesmo pode-se dizer da volumosa entrada de cargas por inúmeros aeroportos oficiais. Cumpre destacar que, na fronteira aeroespacial, aeronaves do tráfico de drogas e armas entram no espaço aéreo, voam por dez minutos, aterrissam em algum campo de pouso clandestino ou lançam sua carga e regressam, não dando tempo ao controle aéreo para reagir. Portanto, é um engano acreditar ser possível um controle tão efetivo das fronteiras a ponto de considerá-lo a ação principal contra a criminalidade.

No Brasil, esse combate tem visado mais às consequências do que às causas da ascensão do poder da criminalidade, que se aproveita de gravíssimas vulnerabilidades nos campos político, social, jurídico, policial e penal. Algumas importantes vulnerabilidades estão listadas no quadro a seguir.

As organizações criminosas (OC) de nível nacional (OCN) são o Primeiro Comando da Capital (PCC), presente em todos os Estados da Federação, e o Comando Vermelho (CV), com ampla disseminação no território nacional. Essas facções disputam entre si o poder em vários Estados e neles convivem ou atritam com outras organizações criminosas de expressão local ou regional (OCR). As ações das OCN e OCR, quando necessário, envolvem crimes violentos, de âmbito nacional ou transnacional, como os relacionados com tráfico de drogas, contrabando de armas, tráfico de pessoas, sequestros e outros; lavagem de dinheiro, que inclui a gestão de negócios com fachada de legalidade; infiltração em diversos segmentos da sociedade, inclusive na justiça, na política e nos órgãos de segurança pública (OSP); corrupção; cooptação; chantagem; intimidação; controle violento de comunidades e de várias atividades lucrativas como as de transporte.

Existem OC do tipo “máfia”, voltadas para os crimes financeiros e sem violência, envolvendo lideranças de altos escalões, partidos políticos e empresários. O mensalão e o petrolão são exemplos do funcionamento dessas OC, cuja repressão deve seguir o modelo da Operação Lava Jato.

O combate específico às OCN e OCR violentas, ponta de um profundo iceberg, é apenas parte da solução do problema, que exige, simultaneamente, ações estratégicas de longo prazo sobre as vulnerabilidades listadas no quadro anterior. Tais vulnerabilidades, como se pode deduzir, estão em diversos setores da Nação, além do que é relativo, especificamente, à segurança pública. Esse combate requer centralização, coordenação e integração, desde os mais altos escalões, em um Projeto Estratégico de longo prazo, com visão da situação desejada no futuro e os objetivos e as metas sucessivas.

A seguir, são sugeridas algumas medidas de combate às OCN e OCR, que não esgotam o rol das necessárias:

  • endurecer a lei sobre Organização Criminosa, tornando a justiça ágil e mais rigorosa;
  • emprego de forças-tarefa de composição mista (Jurídico, Inteligência e Operações) por Estados ou Regiões, com foco nas OCN e OCR, e não na bandidagem isolada; utilização da prisão preventiva aos enquadrados na lei e fim do foro especial;
  • líderes e membros de maior periculosidade recolhidos em presídios especiais de segurança máxima, separados entre si e executando trabalhos rigorosos;
  • controle rigoroso das visitas, inclusive de advogados, e das ligações entre esses presos e o exterior das cadeias, impedindo efetivamente o uso de meios eletrônicos;
  • os alvos seriam as lideranças, as estruturas de gestão das OC e o seu braço armado; e
  • as ações de inteligência buscariam identificar e localizar as lideranças e os apoios logístico, financeiro e político, enquanto as operações decorrentes seriam realizadas por forças-tarefa dos OSP e dos grupos especiais das Forças Armadas, quando necessário, ou pelo emprego de tropa em operações de grande envergadura.

A situação é gravíssima e sua deterioração poderá resultar num quadro semelhante ao de guerra civil, em que a perda da autoridade e da soberania interna pelo Estado traria, como consequência, grande risco para a unidade nacional. A Nação tem que ser conscientizada de que o combate à criminalidade será de longo prazo e implicará o emprego da violência com efeitos colaterais e, eventualmente, com restrições à liberdade individual.

Em curto prazo, poderá ser uma questão de vida ou de morte para o Brasil!

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

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João Augusto
João Augusto
6 anos atrás

Esse conceito de crime organizado como o com maior nível de organização e estruturação hierárquica está superado, embora ainda seja popular, está há muito superado pelo que, acertadamente (no meu modo de ver) entende o crime organizado como a parte das estruturas criminosas que (I) atua na origem do poder punitivo do estado, tipificando ou não condutas e/ou alterando a legislação pertinente que permite a ação criminosa ou que impede/obstaculiza a punição de atos essenciais à prática do crime, ou (II) que atua na estrutura do poder punitivo do estado, inviabilizando o agir eficiente dos mecanismos de combate ao crime… Read more »

Carvalho
Carvalho
6 anos atrás

General – de -brigada Luiz Eduardo Rocha Paiva, Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 15/ 12/ 1973, na Academia Militar das Agulhas Negras e promovido a General-de-Brigada em 31/ 03/ 2003. Passou à reserva remunerada em 31/ 07/ 2007, quando era Secretário-Geral do Exército. Possui doutorado em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares na Escola de Comando e Estado–Maior do Exército (ECEME – RJ) – 1988/1989.Mestrado em Aplicações Militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO – RJ) – 1982; Pós Graduação Lato Sensu em Política, Estratégia e Alta Administração Militar – Especialização, com ênfase em Estratégia, na ECEME… Read more »

Ronaldo de souza gonçalves
Ronaldo de souza gonçalves
6 anos atrás

È fazer campos de concentração no meio da amazonas vários dezenas deles fácil de vigiar tendo o exercito do lado de fora,como ilhotas, não tem jeito e pedir o EUA auxilio financeiro, pois a eles interessam que as drogas não vão para lá. Por um oficial general em cada frente de comando das policias estaduais,com o comando maior entre exercito é elementos da policia,dar carta branca para que a Fab e MB patrulhem mais as nossas fronteira com vant e pequenos barcos.Não é fácil não é uma luta ardúa mas se os países não unirem no combate aõ crime esse… Read more »

camargoer
6 anos atrás

Olá Colegas. A população carcerária brasileira é a terceira maior do mundo (certa de 700.000 pessoas). A maior causa de aprisionamento é tráfico (25% homens, 65% mulheres) seguido de roubo (20% homens, 5% mulheres), homicídios (15% homens, 5% mulheres) e furtos (12% homens e 7% mulheres). Sabemos que uma enorme fração dos roubeos, homicídios e furtos estão relacionados ao tráfico de drogas. Portanto, não é errado considerar que metade dos aprisionamentos estão relacionados ao tráfico. Há 30 anos as políticas de segurança pública foram pautadas pela guerra à drogas, e foi um enorme fracasso. Talvez seja hora de uma revisão… Read more »

Alfredo C. S.
Alfredo C. S.
6 anos atrás

A ponta do iceberg chama-se desemprego…Com o exdesgoverno petralha mentindo que aqueles milhoes que recebem o bolsa-esmola sao “empregados”, nao restam duvidas que a unica saida é a desestatizacao com demissoes no funcionalismo gigante. As empresas privadas e os cidadaos que nao tem vinculos trabalhistas com o Estado, sao obrigados a sustentar benefices que nao existem no mundo real privado e que existem apenas para os poucos que se beneficiam das Leis trabalhistas… É fundamental o governo parar de se entrometer nas relaçoes de trabalho, parar de esconder sua inflacao pela taxa de juros e dar um fim no plano… Read more »

camargoer
6 anos atrás

Outro ponto que precisa ser revisado é a demora dos julgamentos e a quantidade de pessoas encarceradas esperando julgamento. No Ceará e Mato Grosso, por exemplo, esse número chega a 50%. Um sistema de justiça que não funciona resulta em um sistema injusto que agrava o problema de segurança publica. Não adianta penas mais pesadas se o sistema judiciário é incapaz de julgar os processos. Por outro lado, penas pesadas para crimes leves (como furtos) é um erro porque serve apenas para encarcerar uma enorme população que não representaria ameaça mas que se torna membros das grande organizações criminosas baseadas… Read more »

Tomcat3.7
Tomcat3.7
6 anos atrás

A coisa tende a ficar bem feia. O governo tem que dar carta branca pra que se revide nas mesmas proporções, vai morrer vagabundo aos montes e creio que haverá muitos inocentes mortos colateralmente, mas se não formos enérgicos e focados agora , a realidade do RJ tende a se espalhar e ficar ainda pior e guerra civil será pouco no futuro. Tem de começar por acabar com a praga dos direitos dos inumanos,coisa tosca que tem até valor, se não fosse tão usurpada e deturpada por aqui. Deem carta branca pro EB,MB FAB e guarda nacional pra ver a… Read more »

Walfrido Strobel
6 anos atrás

Tomcat3.7, deixe as Forças Armadas longe deste lixo, só vão se corromper e a situação só vai piorar.
Que se equipe melhor as Polícias.

Caio
Caio
6 anos atrás

O trafico cresceu nas favelas do Rio de janeiro primeieo por que nao era o principal problema da epoca, estava de olho nos comunistas, segundo nao afetava as classes medias e altas, e terceiro muita gente com grana curtia isso vide os depoimentos de dona Narcisa Tamboridegue. Hoje o problema e agravado pela rede de crimes, que se ampliaram com ele: roubo de cargas,roubo a bancos,pirataria, trafico de armas, roubos e envio de carros para o Paraguai e Bolivia mas, nao creio ser essa Hydra pintada na materia. Quando realmente tivermos mais patrulhamento mesmo nas fronteiras terrestres, maritmas, e areas… Read more »

Caio
Caio
6 anos atrás

So esqueci de falar do maior desafio, nossa imprensa e politicos que chamariam isso de belicismo exagerado mas, da pra ser feito.

Agnelo
Agnelo
6 anos atrás

Camargoer, boa tarde

Bebida, cigarro, CD, DVD, eletro-eletronicos, brinquedos etc são todos legalizados e, mesmo assim, movem uma máquina enorme de corrupção.
Não acredito Q a legalização vai mudar muito as coisas. Só diminuir a punição de quem comete o tráfico, Q será descaminho.
Sds

_RR_
_RR_
6 anos atrás

Prezados, A nossa crise vai muito além de uma crise moral, ética ou econômica… Ela é precedida, antes de mais nada, por uma crise intelectual. Não há sistema econômico ou jurídico que prevaleça sem que haja uma base cultural forte. Daí que nossa alta cultura foi severamente golpeada… As nossas principais cabeças pensantes ( a elite intelectual ), salvo raríssimas exceções, simplesmente estão aquém do desafio, e não são capazes de formar novas gerações que sejam verdadeiramente capazes… E isso tem evidentes reflexos em nossa classe política, que nunca antes foi tão medíocre… Em suma, antes de pensar em reestruturação… Read more »

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
6 anos atrás

Camargoer, o tamanho da população carcerária brasileira é condizente com o tamanho da população. Temos a 3ª maior população carcerária e a 5ª maior população. Apenas superamos a Índia (que é uma pocilga sem lei) e a Indonésia (que é uma pocilga com pena de morte). . Se analisarmos o número de presos por habitantes, o Brasil despenca no ranking, tendo, no mínimo, uns 30 países com maior taxa de encarceramento do que o Brasil. Aliás, São Paulo que puxa a taxa de encarceramento para cima. Alguns estados do Nordeste tem taxa de encarceramento bem baixa. . E como você… Read more »

_RR_
_RR_
6 anos atrás

Caio, amigos,

Qualquer problema que gere distúrbio social, somente haverá de se combater com legislação condizente…

Na real… Pode-se colocar mais policiais, mais viaturas, ampliar vigilância de fronteiras e etc… Nada disso vai efetivamente funcionar sem que haja uma verdadeira legislação que coíba o crime. E ela, como bem disse o ‘Camargoer’, necessita de um suporte físico ao meio jurídico. Afinal de contas, também de nada adianta termos leis que julguemos eficazes se o judiciário se mostra lento em julgar.

Juarez
Juarez
6 anos atrás

RR , correto, em primeiro lugar temos que mudar a lei, votar a inimputabilidade para policiais,militares, civis que reagem a ação de bandidos, eliminando os vagabundos. Segundo lugar, punir severamente qualquer pessoa envolvida no tráfico de drogas, com extrema dureza, sem possibilidade de habeas corpus. Terceiro, bombardear todas pistas clandestinas no Paraguai e na Bolívia de onde vem 80% das drogas que chegam as regiões sul e sudeste. Afundar sem aviso prévio toda e qualquer embarcação que for abordada com drogas, prender toda a tripulação, independente de se paraguaio, boliviano ou Marciano. Abater todo e qualquer tráfego aéreo na região… Read more »

Juarez
Juarez
6 anos atrás

AHhh, escrevi com muita emoção e esqueci ade uma ação militar importantíssima:
Inserir forças especiais no Paraguai e na Bolívia para capturar chefes de cartéis, policiais e militares que dao cobertura ao tráfico, trazendo-os para o Brasil para serem julgados e condenados.
Os traficantes serão eliminados in loco.

G abraco

Daniel Ferreira
Daniel Ferreira
6 anos atrás

As únicas coisas que eu não quero são: 1) População armada. Não quero ficar no meio de motoristas trocando tiro. Não quero estar num bar e começar tiroteio por causa de mulher, ou porque alguém esbarrou em outro. Não quero que as pessoas saiam fazendo justiça com as próprias mãos, resolvendo tudo a bala, e me acertem sem querer ou a alguém da minha família. Libere as armas para um monte de gente que não sabe usar, num país em que não se tem noções de civilidade, e o caos será pior do que o atual. 2) Carta branca para… Read more »

Adriano Luchiari
Adriano Luchiari
6 anos atrás

É isso aí, precisamos de juízes que façam cumprir as leis e do entendimento geral de que NINGUÉM está acima da lei. Tolerância zero das polícias, grampear desde quem mija no muro até os chefes do crime organizado, autoridades e grandes empresários comprovadamente envolvidos em transações ilícitas, tudo com o devido respaldo legal. Isso se chama profilaxia criminal. E finalmente, na execução penal, extinguir os benefícios de progressão de pena dependendo da gravidade do delito praticado. Essas ações talvez convencessem os politicamente corretos, direitos humanos, “lavados-cerebrais” por ideologias e quejandos a reclamarem ao bispo e pararem com a palhaçada de… Read more »

camargoer
6 anos atrás

Olá Agnelo. Acho que não da para comparar a dependência química do usuário com a motivação do consumidor de DVD pirata. Contudo, dá para comparar o consumidor de álcool e cigarro com o dependente de cocaína. Segundo o Dr. Varela (no livro Carandiru) ele testemunhou muitos prisioneiros com tuberculose ou HIV se livrarem do crack e da cocaína mas não do cigarro. Se assumirmos que a dependência química do cigarro e álcool seja similar à do usuário de cocaína ou crack, é um fato que a comercialização das drogas lícitas (cigarro e álcool) não causam violência mas o tráfico da… Read more »

camargoer
6 anos atrás

Olá Rafael. Sua premissa que a população carcerária brasileira é proporciona à população está estatisticamente equivocada. A população carcerária no Brasil é de 711 mil (0,3%) que é a terceira maiir do mundo em valor absoluto. Em termos proporcionais, também é terceira (EUA tem a maior, seguida da Russia, depois Brasil, Peru, Colombia, CHile,Turquia e Mexico. China, India e Indonésia, que são paises bastante populosos, tem uma população carcerária percentual bem menor, parecida aos números da Alemanha, Finlandia e Japão. Ou seja, prendemos muito e ainda assim temos uma alta criminalidade. A conclusão é que prender não reduz a criminalidade.… Read more »

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
6 anos atrás

Caros Juarez e Adriano, Por que bombardear as pistas de decolagem na Bolívia e no Paraguai em vez de bombardear as pistas de pouso no Brasil? Apesar da esquerda querer estragar cada vez mais o Direito Penal, ele tem seus fundamentos. Progressão da pena, pode ser mais rígida, mas acabar com ela complica muito a questão do comportamento nos presídios. Matar em legítima defesa ainda não é crime. Claro que às vezes aparece um promotor querendo aparecer e apresenta denúncia, mas ainda estou para ver um caso de alguém que foi condenado por matar em legítima defesa. Impossível acabar com… Read more »

M.Silva
M.Silva
6 anos atrás

Está na hora de tratarmos “crime organizado” como narco-guerrilha/ terrorismo, declararmos Estado de Defesa (Estado de Sítio), enfrentar os bandidos sem frescuras de “privilégios dos manos” e acabar com isso. Camargoer, a repressão ao tráfico só funciona se nossos vizinhos pararem de produzir e exportar drogas para nós (além da exportação de armamentos). Para mim, isso é ato de guerra e mereceria um bombardeio de napalm das plantações e refinarias, além de bancar uns grupos paramilitares locais para fazerem uma guerra de procuração contra tais governos e tais bandidos (eles não fazem o mesmo conosco? – olha o PCC, CV,… Read more »

Leonardo
Leonardo
6 anos atrás

Eu moro em um bairro em que todas, TODAS as favelas foram construídas em áreas militares, com o beneplácito dos comandantes, que assistiam as ocupações de camarote. A maioria surgiu na época do governo militar. Hoje ocorrem arrastões na frente de um batalhão de aeronáutica e o soldado assiste da guarita os traficantes usando armamento melhor do que o dele.

Leonardo
Leonardo
6 anos atrás

Camargoer, se temos a terceira maior população carcerária do mundo, estamos fazendo pouco, porque deveríamos estar em primeiro lugar. Qual das duas situações lhe parece mais plausível? (1) quando descriminalizarem as drogas, os traficantes vão finalmente procurar emprego honesto. (2) as drogas de qualidade serão vendidas em lojas, com altíssima carga tributária incidente, enquanto que as drogas de má qualidade continuarão sendo vendidas na favela. Para um viciado, vale mais a quantidade do que a qualidade.

Juarez
Juarez
6 anos atrás

Rafael Oliveira 31 de Janeiro de 2018 at 19:39 Caros Juarez e Adriano, Por que bombardear as pistas de decolagem na Bolívia e no Paraguai em vez de bombardear as pistas de pouso no Brasil? Porque eles estão largando fardos de para quedas ou em vôos rasantes jogando a carga no solo. As pistas no Paraguai e na Bolívia são protegidas por policiais e militares a soldo dos cartéis. Há alguns anos atrás um do DT de PV foi alvejado no ar por uma.50 de uma embarcação q transportava drogas. A inteligência depois descobriu que um militar da marinha boliviana… Read more »

Pablo PM
Pablo PM
6 anos atrás

Crack em toda esquina. Porque trabalhador usa crack para esquecer a dor e a fome durante o dia. Ai com tempo perde juizo e cai na violência para conseguir outra dose. Teu cafezinho provavelmente foi colhido por cara que usa crack para esquecer a dor nas costas. Teu piso porcelanado foi fumado, teu estepe consertado também… assim vai.

camargoer
6 anos atrás

Olá Leonardo. É preciso separar os problemas. Existe a violência relacionada ao tráfico (disputa pelo controle das áreas, cobrança de dívidas, etc). E existe o problema de saúde pública do dependente. Tomando o álcool como exemplo, existe problemas de contrabando, problema de sonegação fiscal, etc, mas não existe problema de tráfico. A venda legal de bebida alcoólica não elimina o problema do dependente (acidentes automobilistico, violência doméstica, cirrose, cancer de garganta). As experiência histórica (lei seca nos EUA, legalização da maconha em Portugal, consumo de ópio na China) sugere que quando o comércio é legal, não existe violência devido o… Read more »

Pablo PM
Pablo PM
6 anos atrás

A crise dos opioides nos EUA começou com remédios lícitos para a dor. Informação da moral.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
6 anos atrás

Camargoer, minha premissa não está errada. Você caiu na pegadinha do Nexo. Nos comparativos da matéria não estão todos os países do mundo: “Abaixo, gráficos comparando a evolução da população carcerária brasileira à de países do G20*, América do Sul e nórdicos.” Claro que não foi por má-fé, países europeus que possuem alta taxa de encarceramento, como Lituânia e Belarus, assim como o Uruguai que tem taxa quase igual a do Brasil, não foram citados. Mas, pelos rankings, já dá para ver que Indonésia e Índia não são países sérios no combate à criminalidade. Ou você que a Indonésia é… Read more »

Pablo PM
Pablo PM
6 anos atrás

Uma mulher que tem filho ou irmão preso tem que traficar. Conheço caso de advogada que faz tudo para nao matarem o filho no presidio. De moça que foi violentada em troca da vida do irmão que não é de grupo criminoso. O texto é forcado. Comando de policia nao fala em salário pois sempre ganha o acertado para manter a tropa calada. Isso temos que falar. Moral é honestidade. Gente honesta e articulada muda isso tudo.

Delfim Sobreira
Delfim Sobreira
6 anos atrás

Concordo com Camargoer na questão da descriminalização.
Minha única ressalva é que, com o fim do tráfico, milhares de “soldados” descerão ao asfalto, pois não deixarão de ser bandidos nem entregarão seu armamento.
Haverá um pico de violência nas ruas que não se sustentará por muito tempo sem o ganho do tráfico, mas será traumático.

Pablo PM
Pablo PM
6 anos atrás

Tem estatística de grande estado que é furada. Escrivao nao registra pequeno delito e manda a população fazer online a pedido de gente grauda. Não cria mapa da violência como base pra policia militar trabalhar logo em seguida. Deixa população na mão. Por exemplo, quantos furtos os camelos do ver o peso, da saara, da vila rubim, da cidade velha… perceberam hoje… cara roubando por uma dose ou cachimbo.. Infraestrutura é conhecimento. Moral é honestidade.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
6 anos atrás

Juarez,
Acho que só uma parte lança as drogas, pois dá bem mais trabalho. Tem bastante pouso aqui, tanto que de vez em nunca prendem alguém. A FAB poderia começar derrubando os aviões, antes de bombardear um outro país.
E aqui no Brasil também tem militares que trabalham para traficantes. De vez em quando, prendem algum.

Juarez
Juarez
6 anos atrás

Não, não haverá, pois vão para cadeia e o mais importante, faze-los trabalhar na cadeia e não ficar 24 matutando sacanagem.
Argola no pescoço, na canela, pá, picareta, enxada e serviço sem lero lero de direito dus Manu.

G abraco

camargoer
6 anos atrás

Olá Rafael. Achei os dados do CNJ sobre a população carcerária no Brasil. Segundo os dados, o EUA tem a maior população carcerária (2,2 milhões), seguido da China (1,7 milhões), Brasil (711 mil) e então Russia (676 mil) e depois Ìndia (385 mil) (depois vem Tailandia, Mexico, Irã, Africa do Sul e Indonésia). Em população percentual, o primeiro são os EUA (698 por 100 mil habitantes), Russia (468), Tailandia (457) e Brasil (300). Seguem os relatórios do governo brasileiro.

http://www.cnj.jus.br/images/imprensa/diagnostico_de_pessoas_presas_correcao.pdf
https://wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/noticias/129733348/cnj-divulga-dados-sobre-nova-populacao-carceraria-brasileira

camargoer
6 anos atrás

Ola Delfim. Você tem razão sobre a necessidade de um processo de ampliação de empregos e distribuição de renda. O que leva a um garoto buscar o tráfico é renda. Existem muitos fatores que contribuem para a violência urbana, mas uma das motivações para o jovem se tornar um criminoso é a alta renda. Então, é fundamental que termos uma política de criação de empregos. Neste caso, o setor privado atua pela redução de salários e precarização do emprego (como estratégia de maximizar seu ganho) o que, no fim, significa a existência de um número de desempregados e subempregados. Se… Read more »

camargoer
6 anos atrás

Olá Rafael. Segue outro link de um bom relatório sobre população carcerário mundia.
http://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/world_prison_population_list_11th_edition_0.pdf

Zé
6 anos atrás

A primeira medida é MURO em torno dessas favelas e em seguida erradica-las fisicamente resgatando essa população à Cidadania. Esses assentamentos , servidos devidamente por rede de transporte, devem ocupar áreas onde o Estado pode exercer seu papel e com o urbanismo que proporcione esse controle. Logicamente nada vai adiantar se não acompanhar uma politica de tolerância zero com contravenções e penas durissimas (perpétua para tráfico e morte para homicidas ). Se não houver essa “revolução” na abordagem do crime organizado internacional e narcoterrorismo chegaremos a uma situação como a que havia na Colômbia e que existe no México, com… Read more »

Delfim Sobreira
Delfim Sobreira
6 anos atrás

Camargoer.
A questão da violência é que ela, além de ser inerente ao ser humano, também sofre influência de múltiplos fatores externos, sócio-econômicos e culturais.
Isto acaba dando margem a interpretações políticas e ideológicas, algumas inócuas e até ridículas, mas que agravam o problema em vez de melhorá-lo.
Não há um pragmatismo sobre o assunto.

Agnelo
Agnelo
6 anos atrás

Os senhores realmente acham Q a descriminalização da droga acabará com a corrupção e violência? Q o contrabando de drogas virar descaminho e não mais tráfico, vai apascentar tudo? Q o dependente e, pior, quem compra pra “recreação” vai comprar na loja tributada? Que toda a estrutura Q rola bilhões de reais e molha muita mão vai cair, porque não será mais um crime “pesado”? Senhores, por favor… Tem Q ter oportunidade para as pessoas de trabalho e estudo? Óbvio… O Q foi feito até agora? Só pioraram a situação… Nem trabalhar precisa mais… Precisa de educação? Mais óbvio ainda!… Read more »

camargoer
6 anos atrás

Olá Delfim. Lembro daquela máxima “para todo problema complicado existe uma solução simples.. e errada”. Riso. Há um fato inquestionável que pode ser usado como ponto de partida. A “guerra às drogas” fracassou, portanto insistir neste modelo é um erro. Nossa sociedade terá que tentar outras ideias fora do contexto de repressão ao tráfico, que foi a prioridade até agora, simplesmente porque não temos outra alternativa. Já sabemos que o modelo atual não funcionou, portanto não temos nada a perder. Existem outros fatos que precisam ser considerados: o tráfico de drogas é o maior responsável pela violência urbana no Brasil.… Read more »

camargoer
6 anos atrás

aro Delfim. Tem um livro chamado “Viver é perigoso?” de David Spiegelhalter (acho que dá para baixar o PDF) escrito por dois estatísticos de Cambridge (se tiver tempo, tente ver as palestras dele no Youtube) que desmonta vários mitos de nossa vida cotidiana, alguns dos quais relacionados à violência urbana. É bastante interessante notar que a violência não é natural da espécie humana (nossa espécie tem o viés evolutivo do altruísmo), mas em uma população de cerca de 8 bilhões no mundo (ou mais de 200 milhões no Brasil) a parcela de infratores ou pessoas com tendencia à violência é… Read more »

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
6 anos atrás

Camargoer
Após ver esse documento você ainda acha que o Brasil é o 3° no ranking de encarceramento?

camargoer
6 anos atrás

Olá Rafael. Tem um comentário meu ainda retido e com dois links para documentos do Ministério da Justiça. Segundo os dados, o EUA tem a maior população carcerária (2,2 milhões), seguido da China (1,7 milhões), Brasil (711 mil) e então Russia (676 mil). Segundo o próprio governo brasileiro, temos a terceira população carcerária. Estes dados mostram que uma política de aprisionamento não reduz a violência urbana. Segue um link de uma noticia da EBC de dezembro de 2017.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-para-726712-pessoas

camargoer
6 anos atrás
Glasquis7
6 anos atrás

A origem da criminalidade no Brasil não é apenas uma mas as maiores são a Individualidade, a arrogância e a hipocrisia. Não nos incomoda enquanto não seja conosco, apesar disso somos os melhores da região e fazemos de conta que estamos horrorizados quando na verdade, depois de tantos anos nos acostumamos a todo isso. Não vejo aonde está a novidade ou o terrível da situação. Cheguei no Rio de Janeiro no meio de uma guerra de favelas entre o Cantagalo e o Pavãozinho em Julho de 1990 e até hoje a situação é a mesma. Já esqueci de quantas vezes… Read more »

Kealid
Kealid
6 anos atrás

Brasileiro vai demorar muito ainda pra perceber que a política de guerra as drogas fracassou faz tempo. Simplesmente ignoram os índices de violência e ainda dizem que deve aumentar a repressão, o que certamente aumentará ainda mais esse índice e todo esse caos na segurança publica se multiplicará. Essa ignorancia do estado deixa o mercado do narcóticos na mão da bandidagem (eles sim se aproveitam, absurdamente lucrativo). Essa arrogancia vai nos levar muito além do ponto que estamos.

Mike FT
Mike FT
6 anos atrás

Camargoer Esta buscando essas informações na página do PT ou esta participando de algum “intensivão” esquerdista??? Livro do Drauzio Varela, Agência Brasil, Site Nexo… Todos de orientação esquerdista, esse seu papinho não cola comigo não! Para você o lula deve ser inocente e o mensalão foi obra da extrema-direita, melhora seu canal de informações, não venha com desinformação. A molecada hoje procura o mundo do tráfico por que não quer trabalhar, não quer ralar, quer dinheiro fácil. A falta de emprego não é justificativa, eles querem moleza, apesar de não ser fácil achar um emprego com salário digno, mas isso… Read more »

Mike FT
Mike FT
6 anos atrás

Camargoer

Faltou você falar da política de desencarceramento, da audiência de custódia. Você já disse para liberar as drogas, vamos liberar os bandidos também. Prende o cara hoje no tráfico, no furto, na receptação de veículo ou celular e no dia seguinte ele é solto na audiência de custódia. Depois de uns dia pegamos o mesmo cara no furto e no dia seguinte… Rua, e de novo, de novo, de novo.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
6 anos atrás

Caro camargoer, não questionei em nenhum momento os números absolutos. Meu questionamento, desde o início era em relação aos números relativos. Você disse que minha premissa era equivocada. Apontei que seus dados não contemplavam todos os países do mundo.
Fiz uma pergunta simples: o Brasil apresenta a 3a maior taxa (presos/habitantes) de encarceramento do mundo? Sim ou não?
A menos que sua resposta esteja presa na moderação, ela ainda não foi respondida.