Burkina Faso reforça forças armadas com grande lote de blindados e artilharia chinesa

SM6s de Burkina Faso
O governo de Burkina Faso entregou oficialmente um novo e significativo lote de equipamentos militares importados da China, ampliando de forma substancial o poder de fogo de suas forças armadas no combate ao terrorismo no Sahel. A cerimônia de entrega, realizada no dia 10 de outubro, foi liderada pelo chefe de Estado, Capitão Ibrahim Traoré, e contou com a presença de altos oficiais militares.
Os veículos e sistemas foram destinados a unidades de elite, como o Batalhão de Artilharia de Intervenção Rápida (BACIR) e o Batalhão Blindado de Intervenção Rápida (BBIR). O lote inclui seis veículos de apoio de fogo VN22B de 105 mm, quatro lançadores múltiplos de foguetes SR5 acompanhados de veículos de reabastecimento, seis sistemas de morteiro autopropulsado SM6/WMA09 de 120 mm, dois veículos de comando baseados no WZ551 e seis blindados Dongfeng EQ2050 equipados com mísseis guiados a laser.
Imagens da cerimônia também mostraram 14 obuseiros autopropulsados SH1 de 122 mm, pelo menos 16 obuseiros rebocados — possivelmente modelos soviéticos M-30 ou Type 54 de origem chinesa — e cerca de 10 caminhões Shaanxi. O armamento foi fabricado pela estatal chinesa Norinco.
Relatos indicam que os equipamentos chegaram ao país por via marítima em agosto, tendo sido vistos em vídeos divulgados nas redes sociais. O SR5 MLRS destaca-se por sua capacidade de lançar foguetes guiados e não guiados de diferentes calibres, enquanto o VN22B combina mobilidade 6×6 com um canhão de 105 mm. Já o SM6 é um sistema versátil de morteiro e obuseiro autopropulsado com alcance efetivo de até 12,8 km.
Além dos veículos chineses, o país também recebeu recentemente blindados Mbombe 4 de fabricação sul-africana, vistos em vídeos recentes já operando no país.
A entrega acontece em meio à deterioração da situação de segurança no país. Segundo dados do Africa Center for Strategic Studies, o Burkina Faso concentra cerca de 55% das mortes causadas por grupos extremistas islâmicos no Sahel, com média de 10.500 mortes anuais nos últimos três anos. As forças governamentais controlam atualmente cerca de 40% do território nacional, número em declínio diante da expansão de grupos armados.
Desde 2024, o país tem recebido lotes sucessivos de armamentos e veículos militares. Só em junho de 2024 chegaram 100 veículos blindados chineses, incluindo modelos VP11 e CS/VP14. Em dezembro do mesmo ano, outro grande carregamento incluiu cerca de 50 CS/VP14, 25 VN22 e dezenas de caminhões logísticos.
Essas aquisições fazem parte de uma estratégia do governo Traoré para reforçar a capacidade operacional das forças armadas e recuperar áreas atualmente sob controle de grupos insurgentes. A intensificação da cooperação militar entre Burkina Faso e China consolida Pequim como um dos principais fornecedores de armamentos para o país africano, em um cenário de crescente instabilidade no Sahel.■



Se essa compra ocorresse nos anos 80, provavelmente teriam comprado equipamentos da Engesa. Uma pena o Brasil ter perdido esse nicho.
É ao que parece, o islamismo radical voltou com força em vários pontos, recentemente na Nigéria tem ocorrido verdadeiros genocídios de cristãos. Na própria Europa temos assistido cada vez mais tanto na França como na Inglaterra manifestações cada vez maiores exigindo a imposição nos países que os acolheu de espaços específicos destinados ao islã. Estamos voltando aos tempos em que os califados adentraram Europa a dentro principalmente no leste e em regiões da península Ibérica.