Despesas MD 2014 - 2025

O gráfico intitulado “Série Histórica 2014 – 2025: Despesas Discricionárias (MD)” apresenta a evolução dos gastos discricionários do Ministério da Defesa (MD) do Brasil ao longo de 12 anos, destacando uma redução acumulada de 42% no período, em valores corrigidos pelo IPCA.

Principais pontos da análise:

1. Queda progressiva das despesas totais

  • Em 2014, as despesas discricionárias somavam R$ 21,3 bilhões, sendo R$ 13,0 bilhões em “Demais Discricionárias” (verde) e R$ 8,3 bilhões em “Novo PAC” (azul).
  • Em 2025 (LOA), o total previsto é de R$ 12,3 bilhões, com R$ 6,6 bilhões em “Demais Discricionárias” e R$ 5,7 bilhões em “Novo PAC”.
  • Isso representa uma queda de 42% no total ao longo do período.

2. Oscilações e estabilidade relativa

  • Após uma queda acentuada entre 2014 e 2016, com o total chegando a R$ 14,4 bilhões, os valores oscilaram entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões até 2019.
  • De 2020 em diante, há uma trajetória mais estável e levemente descendente, até o piso de R$ 11,6 bilhões em 2024, antes de leve recuperação projetada para 2025.

3. Participação do Novo PAC

  • A participação do “Novo PAC” nas despesas variou ao longo dos anos, atingindo picos em 2014 (R$ 8,3 bilhões) e 2022 (R$ 7,2 bilhões), com um recuo expressivo em 2023 (R$ 4,9 bilhões).
  • Em 2025, estima-se uma leve alta para R$ 5,7 bilhões, ainda abaixo dos níveis da década anterior.

4. Redução nas “Demais Discricionárias”

  • O componente “Demais Discricionárias” caiu de R$ 13 bilhões em 2014 para R$ 6,6 bilhões em 2025, ou seja, quase 50% de redução nesse subconjunto específico.
  • Esta é uma indicação clara de restrição orçamentária contínua nas atividades operacionais, manutenção e investimentos não vinculados ao PAC.

Considerações

O gráfico evidencia uma diminuição sistemática da capacidade de investimento discricionário do Ministério da Defesa ao longo da última década, mesmo em períodos de maior estabilidade fiscal. A compressão orçamentária pode ter impactos diretos na manutenção da prontidão operacional das Forças Armadas, modernização de equipamentos e continuidade de projetos estratégicos. A inclusão do Novo PAC como componente importante nas contas de 2025 sinaliza uma tentativa de recuperar parcialmente os investimentos via programas federais de infraestrutura, mas ainda aquém dos níveis observados em 2014.

A tendência de queda, mesmo com oscilações, aponta para a necessidade de revisão das prioridades estratégicas e financeiras da Defesa diante de um cenário de limitação fiscal.

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Welington S.
Welington S.
11 horas atrás

A defesa no Brasil nunca foi levada a sério, afinal, não dá voto!

Entrará ano e mais ano e continuará o mesmo, cortes aqui, cortes acolá, congela daqui, congela de lá e assim vai. Claro, não podemos descartar os erros dos próprios militares nessa seara toda. Uma revisão total seria mais que necessária, seria urgente! É o que eu já comentei aqui, sacrifícios precisam ser feitos, mesmo que doa na pele de muitos.

IBZ
IBZ
Responder para  Welington S.
11 horas atrás

E o pior é que nas ultimas eleições só teve aumento de militar no poder legislativo vindos das forças armadas e principalmente das forças políciais. Mas esses só tem apresentado um trabalho igual ou pior que as velhas raposas da política.

Marcelo
Marcelo
Responder para  Welington S.
4 horas atrás

No jornal nacional de hoje foi anunciado que amanhã quinta feira será anunciado o contingenciamento pelo governo.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
10 horas atrás

“A inclusão do Novo PAC como componente importante nas contas de 2025 sinaliza uma tentativa de recuperar parcialmente os investimentos via programas federais de infraestrutura, mas ainda aquém dos níveis observados em 2014.”

E isso, é claro, partindo-se do princípio de que 100% da grana prometida por esse PAC será 100% convertida em “realidade” nas promessas feitas.

Coisa que, sinceramente, passo longe de acreditar…

“A tendência de queda, mesmo com oscilações, aponta para a necessidade de revisão das prioridades estratégicas e financeiras da Defesa diante de um cenário de limitação fiscal.”

Essa “revisão de prioridades” deveria ser um diálogo franco, pé-no-chão, no qual o MD e o Gov. Civil discutiriam diretamente com as 3 Forças sobre quais programas e aquisições deveriam ser a prioridade nos próximos anos, para qual tipo de ameaça que as FA’s enxergam que serão o problema num futuro a curto, médio e a longo prazo, com o governo civil se comprometendo a chegar num concenso de manter esses programas escolhidos a dedo pelas FA’s ( deve-se ser criterioroso com quais programas, se tudo é urgente, nada é urgente ), e as FA’s, por seu lado, se comprometeriam a realizar reformar profundas em suas instituições, visando-se livrar de meios e órgãos inúteis e redundantes, e tendo como prioridade a economia e gerenciamento de recursos, evitando o desperdício.

Mas tô meio velho pra acreditar nisso…

Última edição 10 horas atrás por Willber Rodrigues
José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  Willber Rodrigues
8 horas atrás

para qual tipo de ameaça que as FA’s enxergam que serão o problema num futuro a curto, médio e a longo prazo”

Isso é papel do Estado Brasileiro elaborar cenários de ameaças hipotéticas, se quem está fazendo isso são as FFAAs está muito, mas muito errado. Em países sérios tbm é o Governo quem decide quais programas são estratégicos.

Richard Stallman
Richard Stallman
10 horas atrás

O Brasil está se tornando um país excelente para se invadir.

José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  Richard Stallman
8 horas atrás

É uma questão de tempo, mas uma opção militar será imposta contra nós. Pode ser ano que vem ou daqui a 50, mas vai. E não existe somente a invasão, pode ser uma zona de exclusão aérea, bloqueio naval(a mais verossímil), um bombardeio cirúrgico etc.

WELLINGTON RODRIGO SOARES
WELLINGTON RODRIGO SOARES
10 horas atrás

E alguns sonhando com segundo lote de Gripen e Tamandaré. Outros imaginando defesa antiaérea de médio e longo alcance. Outros ainda com centenas de Leopard 2a8.

Sinceramente, eu não acredito que chegaremos a concluir o primeiro lote de Gripens !

Nas Tamandaré até acredito, pois a Marinha ficaria sem escoltas e 4 até cabe no orçamento rsrr..

Agora defesa antiaérea de médio e longo alcance e MBTs zero km, sem chance mesmo !

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  WELLINGTON RODRIGO SOARES
9 horas atrás

FCT: garantido os 4, porque já foi pago, e é APENAS por causa disso.
Riachuelos: idem.
Qualquer conversa sobre segundo lote…vixi…

Sobre os Gripens: provavelmente o pograma com o estado mais preocupante, comparado aos 2 que citei acima.
Espero, por Deus, estar MUITO errado e queimar a língua, mas tô vendo a hora do Poder Aéreo “soltar a bomba” de que o n° de Gripens foi tesourado em definitivo, e serão trocados por F-16 usados.

Que Deus permita que eu esteja profundamente errado.

Wellington
Wellington
Responder para  Willber Rodrigues
1 minuto atrás

Realmente, a questão do Gripen está extremamente preocupante, se chegar de fato as 36 unidos, isso já será algo fantástico dada as atuais circunstâncias.

Sobre a Marinha, acredito que irá ficar nisso mesmo, 4 Riachuelo e 4 Tamandaré. Tudo o que entrar daqui pra frente será para finalizar o elefante branco.

Nativo
Nativo
9 horas atrás

Toda a diminuição de despesas com nossas forças sucateadas, e uma temeridade imensa, somado aos gastos grandes com meios fora da área militar, como centenas de hotéis de trânsito, o cenário fica desesperador.

Gabriel BR
Gabriel BR
9 horas atrás

A verdade é que os políticos só compram alguma causa se isso trouxer retorno de interesse pessoal . O presidencialismo de coalisão é movido a interesses escusos e mobilizar o poder politico pode ter como custo a contaminação das forças armadas em todos os níveis.

paulop
paulop
8 horas atrás

Sem sombra de dúvida, esse é o tipo de informação que reforça a necessidade de uma ampla e profunda, mas profunda mesmo, reforma no nosso sistema militar.
Digo profunda, pois, na minha visão, uma reforma passaria pelos seguintes pontos:
1- revisão da função constitucional das FAs;
2- revisão do sistema de recrutamento e serviço militar, inclusive com reorganização dos postos e graduações;
3- revisão do sistema previdenciário dos militares;
4- revisão da estrutura geral do nosso sistema de defesa (MD, EMCFA, EB, MB, FAB);
5- criação de um fundo específico para modernização da nossa defesa (e que tivesse o seu valor reajustado a cada 2 ou 3 anos para manter o poder de investimentos);
6- estabelecimento de uma mentalidade mais pragmática e modernizadora dos militares;
7- centralizar a formação dos generais na ESD(antiga ESG), de forma a fazer unificar pensamentos….
8- manter um centro conjunto de avaliação e aprendizado de doutrinas, para atualização constante.
9- manter um plano, constante de compras e desenvolvimento de tecnologias de defesa nacionais e/ou nacionalizadas
10- fomentar a parceria entre a indústria e as universidades/faculdades para o desenvolvimento de tecnologias nacionais.
11- estabelecer parcerias pragmáticas visando adquirir sistemas úteis e necessário, sem necessariamente passarem pelo tradicional ToT.
12- outra que se julguem pertinentes…

Porémmm… sonho meu, sonho meu….

Akhinos
Akhinos
7 horas atrás

Eu já venho dizendo faz tempo que essa baboseira de orçamento não serve pra nada. Pra entender o problema você tem que entender o básico, começando pelo que é gasto obrigatório e o que é gasto discricionário. O obrigatório cresceu nos últimos anos pq o discricionário caiu. Por isso as FAs gastam tão pouco em novos equipamentos e por isso a folha é toda salário.

As FAs cometeram vários erros nos últimos anos. Terem entrado na política foi desastroso pra elas. Para os doidos de plantão que ainda acreditam que não houve tentativa de golpe é só olhar o depoimento hoje do ex comandante da FAB no STF.

Em muitos sentidos nós somos ainda uma grande república de bananas. Você ter militares em pleno 2025 participando de conspirações de golpe é coisa de paíseco da América Central ou África.

Aí fica uns doidos falando que ” ain os políticos só pensam neles” se eu fosse político eu não dava 1 real para as FAs. Simples assim. O regime militar foi o maior desastre econômico e social da história desse país. Dar um golpe para colocar um sujeito limítrofe no poder, provavelmente com um QI 75, teria destruído completamente esse país.

O mentecapto que atualmente senta na cadeira do Planalto pelo menos pode ser removido, alguém acreditar que algum salvador, e ainda por cima um mentalmente desafiado como o que queria dar golpe iria salvar esse país é prova de que temos um longo caminho ainda a percorrer.

Então não adianta discutir os problemas das FAs hoje como sendo apenas algo que os “puLiticuz” causaram. As FAs brasileiras são uma grande merda. Elas insistem em ficar se comportando como se um país com a dimensão e diversidade do Brasil fosse um paiseco , e precisasse de uns kras que frequentaram umas escolinhas de escoteiros fossem tutores da sociedade.

Eu conheço gente graúda na política que me disse que apesar de haver grande simpatia no meio politico pela tal PEC dos 2%, gato escaldado tem medo de água fria. Ninguém quer por o seu na reta dando um monte de brinquedo novo para esses kras, pq a vdd é que os políticos cagam de medo dos militares.

E eles não estão malucos de pensar isso. Aqui nesse blog mesmo tá cheio de ex militar que são fãs de carteirinha de ditador, desde que seja um alinhado à ideologia deles. Agora achar uma ditadura no planeta que tenha dado certo nenhum deles é capaz. A democracia brasileira é uma porcaria e é cheia de problemas, mas eu jamais trocaria ela por uma ditadura. Seja ela qual for.

E eu duvido que esse modelo de FAs que temos irá mudar. Se tu propor uma reforma das FAs eles começam com movimento de coronel na semana seguinte. O Brasil nunca conseguiu se armar entre outras coisas pq as FAs são um grande foco de instabilidade política no país. A primeira tentativa do Brasil se transformar em uma grande potência militar deu com os burros na água por conta da revolta da Chibata. E o bombardeio do Rio pela Marinha.

Simplesmente mandaram devolver todos os encoraçados de volta. Depois veio os 500 tenentismos. Antes da WWII, Getúlio ativamente enfraqueceu as FAs pq morria de medo de tomar golpe. Já existem fortes indícios que no regime militar o alto oficialato tinha medo de comprar equipamentos e com sua distribuição regional criar possíveis rivais em uma trajetória de golpes sucessivos.

Então assim, é mto claro que as FAs sempre foram o maior impedimento para seu próprio sucesso.

Última edição 6 horas atrás por Akhinos
Carvalho
Carvalho
26 minutos atrás

Nada que um pouco de contabilidade criativa não resolva…
Gasto é Vida…
Chama a Dilma !!!