Fortificação residencial suprimida em Popasnaya.

Imagem da abertura: visão aérea por drones de combates em Popasnaya, onde há violenta batalha entre forças russas e ucranianas


Por Rodolfo Queiroz Laterza*

  1. A operação militar da Rússia na Ucrânia foi iniciada em 24/02/2002, com objetivos declarados de desmilitarização e “desnazificação” da Ucrânia, preservação dos interesses russos na Criméia e da população de Donbass centrada nas regiões separatistas de Donestsk e Luhansk.
  2. O objetivo estratégico de rendição do atual governo ucraniano foi reconsiderado diante da resistência ucraniana promovida no eixo norte e massivo apoio ocidental através da OTAN à Ucrânia, em âmbito militar, econômico e mediante a deflagração de uma guerra econômica e de objetivos geopolíticos que visa ao enfraquecimento pleno e derrota militar, política e econômica da Federação Russa.
  3. No final de março, as unidades russas estruturadas em batalhões táticos ligeiros, em torno de 30 mil soldados posicionados em significativas áreas ocupadas nas oblasts de Kiev, Sumy e Chernihv retiraram-se após negociações ocorridas em Istambul entre delegações russas e ucranianas. Tal retirada foi alegada pelo Governo russo como gesto favorável às negociações e reposicionamento de unidades para consolidação e ampliação da ofensiva nos eixos sul e leste, focalizando o esforço operacional na consolidação das áreas já controladas em Kherson, e Zaporozhye, Donetsk e Luhansk, mantendo-se uma ligeira ocupação na região de Kharkiv. Perdas materiais e huimanas consideráveis no eixo norte determinaram reavaliação estratégica e redimensionamento de objetivos.
  4. Através de tais reposicionamentos e reagrupamentos da sunidades remanescentes da frente norte e outras adicionalmente mobilizadas,  as forças russas buscaram otimizar as unidades e recursos militares e humanos disponíveis, visivelmente limitados numericamente desde o início da operação militar, conduzida em 5 eixos em território amplo e com geografia adversa (principalmente no eixo norte, em que o terreno é desfavorável e intransitável para blindados e tanques durante o período de fim de inverno e início de outono.
  5. A deflagração da 2ª. fase da operação militar russa tem-se apresentado em contexto tático-operacional distinto, com avanços lentos e graduais em diferentes eixos, tal coo previsto em nosso artigo anterior. As batalhas são fortemente posicionais, com emprego majoritário de artilharias com apoio de drones, MLRS e apoio aéreo de longa distância ou média/alta altitude, evitando-se exposição de vetores aéreos de combate em baixa altitude e vulneráveis a derrubadas por MANPADS.
  6. As ações ofensivas das forças russas neste teatro de operações consolidam a ocupação de assentamentos e cidades após supressão e destruição das poderosas fortificações ucranianas, depósitos de munições e esgotamento de suas reservas, impulsionando avanços de infantaria leve e mecanizada apenas com a retirada de forças ucranianas ou destruição ampla de suas unidades. Tal metodologia de combate se baseia fortemente na doutrina empregada na Segunda Guerra da Chechênia e na intervenção militar as Síria, no qual danos significativos à infraestrutura urbana são inseridos no contexto de eliminação completa da resistência e posterior avanço para eliminação de unidades remanescentes, porém esgotadas.
  7. Atualmente, dentro deste contexto tático-operacional exposto, nas regiões de Kharkov e Luhansk, as taxas de avanço relativamente lentas das tropas aliadas são mantidas. No sul, nas regiões de Donetsk e Zaporozhye, o progresso é quase imperceptível.
  8. Como analisado antes, a principal tarefa da segunda fase envolve o estabelecimento do controle completo sobre o Donbass. E aqui é necessário levar em conta vários fatores:
    ▪️ O agrupamento Donbass das Forças Armadas da Ucrânia é composto pelas unidades mais treinadas e motivadas, incluindo aquelas destacadas da Ucrânia Ocidental.
    ▪️ Forças ucranianas ao longo de 8 anos implementaram poderosaa defesa em profundidade ao longo de toda a linha de contato com as regiões separatistas de Donestsk e Luhansk ocupadas por forças separatistas.
    ▪ Embora pouco noticiado, no âmbito de sua estratégia de resistência, as forças ucranianas deliberadamente não evacuam a população da zona de combate. A evacuação é realizada apenas quando militares se misturam com civis como parte dos comboios de evacuação.
  9. Atualmente, as forças russas estão fazendo tentativas ativas de invadir a defesa das Forças Armadas da Ucrânia em vários lugares ao mesmo tempo:
    ▪️ Lenta mas seguramente, o progresso está sendo feito na direção de Izyum.
    ▪️ As forças aliadas completaram o cerco operacional de Liman: toda a área está sob controle de fogo do lado russo.
    ▪️As batalhas ao sul de Rubizhne continuam, onde a defesa ucraniana é gradualmente suprimida, havendo dias atrás a ocupação do complexo industrial da cidade. Batalhas ferozes e sem progresso continuam a ocorrer em Severodonetsk.
    ▪️ Forças separatistas de Luhansl avançaram sobre uma poderosa área fortificada em Novotoshkovsky e avançou em direção a Orekhovo.
  10. O ataque russo a Popasnaya continua: há um mês e meio tropas regulares, unidades chechenas e da PMC “Wagner” tomam lentamente a cidade, onde há reforços constantes de remanescentes de unidades ucranianas que se retiraram de áreas tomadas or forças russas. Popasnaya é chamada pela imprensa que noticia de perto o conflito como  a “Stalingrado” do conflito militar, comparação obviamente pretensiosa.Mas se compararmos a escala das forças e meios envolvidos, bem como as perspectivas para a previsão do conflito , Popasnaya é um dos pontos críticos para o sucesso russo da segunda fase da guerra.
  11. O que permitiria às forças russas o controle sobre Popasna:
    ▪️ a possibilidade de continuar a ofensiva simultaneamente em várias direções;
    ▪️ acesso a um grande centro de transporte – a cidade de Bakhmut, cuja ocupação interromperá o abastecimento de parte das unidades das Forças Armadas da Ucrânia;
    ▪️ a possibilidade de criar vários caldeirões com o corte do grupo ucraniano de Slavyansk-Kramatorsk do resto das forças das Forças Armadas da Ucrânia no Donbass.

    Fortificação residencial suprimida em Popasnaya
  12. Compreendendo corretamente essas perspectivas, o comando das Forças Armadas da Ucrânia transferiu parte das unidades da aglomeração Rubizhne-Severodonetsk-Lysichansk para Popasnaya. Isso permitiu compensar parcialmente as perdas sofridas pela 24ª brigada mecanizada de Lviv.
  13. E embora as forças aliadas já controlem a maior parte da cidade, o ataque a Popasnaya ainda é uma das operações mais difíceis de uma só vez por vários motivos, dentre os quais destacamos:
    ▪️ O assentamento está localizado em um morro, onde existe toda uma rede de obstáculos naturais de água. Isso diminuiu significativamente o ritmo da ofensiva nos primeiros dias.
    ▪️ Por 8 anos, as Forças Armadas da Ucrânia fizeram uma poderosa área fortificada fora da cidade, cercando-a (especialmente ao longo da periferia sul) com um sistema de redutos de pelotão e companhia, que são interligados por comunicações. Essas comunicações possibilitam a transferência secreta de pessoal e veículos blindados para posições de tiro com a possibilidade de retirada imediata para abrigos.
    ▪️As forças russas provavelmente tratarão da liquidação de redutos, onde unidades das Forças Armadas da Ucrânia agora tentam se retirar da cidade, após a liberação do próprio território de Popasnaya.
    ▪️ A maior parte da cidade é um setor residencial intrincado, onde militares ucranianos cavaram trincheiras, trincheiras e abrigos equipados em porões. Limpar cada casa leva muito tempo e esforço.
    ▪️ Em raros arranha-céus, unidades das Forças Armadas da Ucrânia criaram posições para franco-atiradores e observadores de fogo.
  14. Atualmente sob o controle das forças das milícias separatistas e russas, está toda a parte leste da cidade, a estação ferroviária “Popasnaya-1”, o prédio da administração local, com vários redutos iquidados pela cidade. Há uma destruição adicional dos arredores do sudoeste e preparativos para uma ofensiva em direção à fábrica de reparos de carros Popasnyansky.
  15. 1E assim acontece que levará mais tempo para invadir uma cidade de vinte mil do que para libertar meio milhão de Mariupol. Entretanto, “liberada” Popasnaya, forças russas ganharão escala para juntarem-se com as forças que avançam a partir do eixo de Izium que se aproxima de Slavyansk, promovendo cerco efetivo a esta cidade-fortaleza e a Kramakorsk, com amabas concentrando em torno de 30 mil militares ucranianos e centenas de sistemas de artilharia.
  16. Especialistas militares ocidentais afirmam que o exército ucraniano não poderá manter a linha de contato sem o fornecimento de armas e equipamentos militares. Eles acreditam que se até meados de maio não for possível restabelecer o suprimento de armas na quantidade necessária, toda defesa ucraniana será gradualmente esmagada e expulsa seu agrupamento remanescente para o oeste. Se as forças da OTAN em parceria com as estruturas de comando logístico da Ucrânia forem incrivelmente bem-sucedidos em fazer chegar a tempo todo inventário de tanques, blindados, sistemas antitanque, sistemas de defesa aérea, radares, drones e munições, a resistência ucraniana terá condições de persistência e potencial equilíbrio tático perante forças russas e das milícias separatistas, prolongando no mínimo para o final do ano a Batalha de Donbass.
  17. Diante de tal perspectiva, o comando de forças russas diariamente promove ataques de misseis de cruzeiro em alvos selecionados, em detrimento de priorizar manobras de flanco e rupturas de fortificações através de tanques, o que geraria baixas irreparáveis. Conforme analisado no artigo anterior sobre a Batalha de Donbass, todo este território foi equipado de acordo com todas as regras da fortificação moderna, de modo que uma área fortificada cobre outra área fortificada. É feito de tal forma que existem estruturas de concreto na vanguarda, nas quais situam-se armas pequenas e antitanque, além de sistemas de artilharia. A artilharia mais poderosa, materializada em obuses autopropulsados e sistemas MLRS, está na segunda linha de fortificação. Sistemas de defesa aérea e sistemas de mísseis táticos operacionais estão localizados na terceira linha. Todos estes recursos militares setorizados em diferentes linhas de fortificação estão interligados e integrados em unidades móveis . Se a primeira linha quebrar, a segunda linha se tornará a primeira e a terceira linha se tornará a segunda. Torna-se portanto lento, custoso e complexo para as forças russas quebrar sistematicamente todas estas  linhas de fortificação e consolidar uma ocupação, exigindo-se gradualismo de supressão e uso maciço de ataques. Batalhas atualmente que ocorrem neste contexto operacional são de Marynka, Severodonetsk, Lyman, Advinka e , tal como mencionado, Popasnaya.

    Batalha em Marynka em segunda linha de fortificação
  18. Há enorme dificuldade de se confirmar o que é avanço e retomada de cidades, vilas ou assentamentos neste conflito militar, pois cada parte em conflito narra como vitória não apenas ocupações subsequentes a combates (nosso foco de pesquisa a partir de confirmações e convergência de fontes diversas), mas simples posicionamentos em áreas “cinzentas”, conhecidas como ‘grey zones”, em que há apenas ocupação temporária da força adversária ou postos extremos isolados de observação.  Formam-0se duas categorias de assentamentos sem controle pleno de nenhuma força em conflito:
    ▪️ A “zona cinza” pode ser dividida em duas categorias. O primeiro é completamente “cinza”, como por exemplo ocorreu recentemente com a ocupação ucraniana das cidades de Tsirkunov e Lozova, ou seja, aldeias localizadas na linha de hostilidades mas sem ocorrência de batalhas ou conflagrações. Não há combate relatados em tais cidadelas, apenas administrações locais estão sendo formadas, as pessoas não têm empregos permanentes. Por vezes militares entregam ajuda humanitária, mas muitas vezes são atingidos. A população destas aldeias (os que ficaram) é obrigada a sobreviver à custa da agricultura de subsistência.
    ▪️ A segunda categoria são as aldeias onde a presença temporária (dependendo da situação) de militares russos e ucranianos é mantida – os chamados postos de controle extremos. A partir disso, eles não se tornam menos “cinzas”.Os confrontos ocorrem periodicamente lá, artilharia e morteiros estão trabalhando ativamente em ambos os lados. Normalmente, esses “sucessos significativos” em termos táticos operacionais são imediatamente postados online em canais oficiais de redes sociais como propaganda de vitória e são replicados maciçamente pela mídia.

VÍDEO: O combate em Popasna (Popasnaya), uma cidade da Ucrânia situada no Oblast de Luhansk

*Rodolfo Queiroz Laterza, Delegado de Polícia, Mestre em Segurança Pública, graduado em Direito e História, pesquisador de geopolitica e conflitos militares – E-mail: rodolfolaterza@gmail.com

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Erick Barros
Erick Barros
1 ano atrás

Os russos estão castigando bastante essas fortificações ucranianas. Os vídeos e fotos que chegam de lá mostram as perdas sofridas e a destruição causada aos ucranianos. A 25ª Brigada Ucraniana está sendo destruída na área de Mariinka. Os chechenos estão limpando a área de Popasnaya. Os analistas estão dizendo (e era lógico ao se observar) que os russos estavam preparando duas linhas de cerco: Uma na altura de Kramatorsk e outra, mais atrás, em Slaviansk. Mas, por falta de pessoal estão se concentrando na lina de Slaviansk. E estão relativamente próximos de fechar esse cerco, visto que tomaram Yampol ao… Read more »

Maverik
Maverik
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Poderia dizer onde consultou tais informações? Por gentileza.

Erick Barros
Erick Barros
Reply to  Maverik
1 ano atrás

No Telegrama: Partizan1941, Wargonzo, Intelslava, Colonel Cassado.
No VK, Iuri Podolaka que é excelente.
Quando vc acessa esses sites, normalmente aparecem outras sugestões.
Aí vc vai pesquisando e separando os fakes.

Erick Barros
Erick Barros
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Colonel Cassad.

horatio nelson zhirinovsky
horatio nelson zhirinovsky
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

isso ai

Carvalho
Carvalho
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Em Moscou…..19:00 horas !!!

Leandro
Leandro
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Mais um Nick?

A trilogia não tem meios de impedir isso?

Mgtow
Mgtow
Reply to  Leandro
1 ano atrás

Vcs autoritários não suportam uma analise realista ,concisa que desmancha violentamente as ilusões de vcs que são alimentados diariamente pela mídia OTAN.
Chega a ser ridículo essa sua tentativa de cercear as informações que não lhe agradá. Né ditadorzinho?

Eromaster
Eromaster
Reply to  Mgtow
1 ano atrás

Disse tudo, Mgtow!!!

horatio nelson zhirinovsky
horatio nelson zhirinovsky
Reply to  Mgtow
1 ano atrás

o q acontece é q esses globalistas por mais q agente fale a verdade não a suportam…para eles só os pensamentos deles é q são a verdade

Augusto
Augusto
Reply to  Leandro
1 ano atrás

Se for fake news, sim, na verdade deveria ser um dever da trilogia.

Se não for independente de for o Antônio usando outro Nick, ele tem o direito de expor informações relevantes sobre o confronto.

O pessoal tem que tomar cuidado com esse negocio de censura, principalmente quando a informação não lhe agradar. Isso e perigoso, justamente para aqueles que criticam os russos por sua falta de transparência.

A muita bobagem sendo escrita aqui na trilogia, dos dois lados. Mas concordo que muitas vezes o Antônio consegue se superar.

Wellington jr
Wellington jr
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

kings nick novo? Ignorou completamente o texto e veio com sua narração de uma guerra que só ta acontecendo na sua cabeça pois a guerra real ta diferente da que você trava em sua mente.

LUIZ
LUIZ
Reply to  Wellington jr
1 ano atrás

O cara procura informação enquanto vcs vivem no mundo da GloboNews.

Wellington jr
Wellington jr
Reply to  LUIZ
1 ano atrás

Você viu as fontes de informação dele? Não é diferente da GloboNews. Sua acusação se vira contra você. Fora que se a guerra estivesse como ele narra aqui a Ucrânia já teria caído.

horatio nelson zhirinovsky
horatio nelson zhirinovsky
Reply to  Wellington jr
1 ano atrás

mais ele citou pessoas q estão na linha de frente como o war gonzo q foi um dos primeiros a citar a queda de mariupol…quais outras fontes estão na linha de contato ?

Zabumba
Zabumba
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Esclarecedor! Muitos não dão conta dos fatos, mas não tem como fugir da realidade, outros se apegam em ver notícias na qual são ludibriados somente para satisfazer seu ego.

Ze das Couve
Ze das Couve
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Kings, é você mais uma vez? Pô esse cara tomou conta do site. É só torcida e desinformação. Ele está forçando muita gente boa que comentava aqui a ir embora. Se não evitarem isso. O site vai fazer água.

Ramon
Ramon
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Cara não adianta mudar o nome, todo mundo reconhece o seu jeito de escrever kings, a forma de puxa saco é a mesma, vc só muda de nome para tentar ver se consegue algum apoiadores para a causa insana do Putin.

Alfa BR
Alfa BR
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Após uma contra-ofensiva bem-sucedida, os ucranianos empurraram os russos 40 km a leste de Kharkiv.

Fonte:

https://twitter.com/TheStudyofWar/status/1521636222493335552?s=20&t=mRgRmXr1o_pnLmciZJpk3Q

Leonardo
Leonardo
1 ano atrás

Os drones civis são a principal arma nessa guerra,a mais eficaz e difícil de combater. Ambos os lados estão usando com sucesso.

Erick Barros
Erick Barros
Reply to  Leonardo
1 ano atrás

Orientação de tiro perfeita.
Os russos estão destruindo dentro das trincheiras ucranianas.

sub urbano
sub urbano
1 ano atrás

Excelente analise. Parabéns.

Augusto
Augusto
Reply to  sub urbano
1 ano atrás

Muito bom mesmo, a trilogia tem que manter esse padrão de qualidade. Estão de parabéns em suas matérias. Analise focado nos fatos e na situação tática, sem tendencionar para nenhum dos lados.

Grifon Eagle
Grifon Eagle
Reply to  Augusto
1 ano atrás

Aí é que vc se engana, Augusto. A trilogia é pró-Ucrânia, de vez em quando elas publicam alguns conteúdos diferentes, só pra dizer que está neutra, mas não está, ela é pró-Ucrânia.

Augusto
Augusto
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

Grifon, pelo menos não percebi essa tendência dos editores. O próprio texto acima achei muito bom e esclarecedor. Pelo menos e o a impressão que eu tenho da trilogia. O que eu acho que pode significar uma postura mais pró-ucrania por parte da trilogia e por eles usarem por muitas vezes analises feitas por especialistas ocidentais. Muito do conteúdo pró-russo e bastante censurado aqui pela mídia ocidental e os poucos que são divulgados acabam sendo notoriamente tendencioso pro lado russo. Isso acontece e claro por causa dos meios de comunicação lá terem uma censura forte por parte do estado, principalmente… Read more »

L G
L G
1 ano atrás

O presidente do Brasil Jair bolsonaro está organizando, junto com a Turquia, uma visita ao presidente da Rússia Vladimir Putin. Ainda bem que o Brasil não é Maria vai com as outras. As sanções que hoje estão aplicando contra a Rússia amanhã podera ser aplicadas contra o Brasil por causa da Amazônia. Vamos aguardar pois no futuro o Brasil irá precisar do apoio da Rússia.

Caerthal
Caerthal
Reply to  L G
1 ano atrás

Falar o óbvio agride essas cabecinhas delicadas.

Thiago
Thiago
1 ano atrás

Trincheiras como na 1ª Guerra.

Grifon Eagle
Grifon Eagle
1 ano atrás

A Ucrânia não tem como tirar Donbass da Rússia, só se a OTAN resolver ajudar com um poder bélico muito maior, enviando muitas tropas e inúmeros blindados, além de diversos aviões de caça, e muitos obuseiros. Seria uma guerra em larga escala para poder recuperar a região de Donbass.

Só com a OTAN derrotando a Rússia em uma guerra de larga escala, para que a Ucrânia recupere Donbass e ao mesmo tempo a Crimeia, pq se depender somente da Ucrânia, ela não tem a mínima chance de tirar Donbass e a Crimeia da Rússia.

Erick Barros
Erick Barros
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

A única coisa que os ucranianos podem fazer é se enterrar e esperar os russos.
Acabei de ver fotos de militantes do Setor Direta mortos pelos russos
Eles simplesmente enterraram um BMP e fizeram dele uma posição de tiro.
Não deu certo.

Caerthal
Caerthal
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

Alvo grande: Morte certa
Alvo imóvel: Caixão e vela preta
Alvo próximo: Ticket para a terra do pé junto

Carvalho
Carvalho
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

Meu caro
O Donbass não interessa….

Grifon Eagle
Grifon Eagle
Reply to  Carvalho
1 ano atrás

Então o que interessa? O sul da Ucrânia? A Crimeia? Todos os territórios ocupados pela Rússia, interessa à Ucrânia, o que eu quero frisar é que a Ucrânia não é capaz de enfrentar a Rússia sozinha.

Augusto
Augusto
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

Interessa para a Ucrânia, mas não para Otan. Para Otan o que interessa e enfraquecer o poderia militar da Rússia, para que ela não seja uma ameaça por muito tempo.

Grifon Eagle
Grifon Eagle
Reply to  Augusto
1 ano atrás

Sim, para a Ucrânia todo o seu território interessa, mas para a OTAN não. A OTAN só quer enfraquecer a Rússia, mas com armamentos leves eu não creio que ela conseguirá fazer isso. Teria que ser uma guerra em larga escala com um poder bélico muito maior, e todos os países do bloco teriam que participar desta guerra.

Caerthal
Caerthal
Reply to  Augusto
1 ano atrás

Deve ser por isso que a Otan está cada dia mais forte e próspera.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

Não escreva isso porque a turma da xapeletada de alumínio ficam histéricos só em mencionar que a Ucrânia esta tomando taco Z, só pode dar a versão pro nazotan.

Grifon Eagle
Grifon Eagle
Reply to  Nilton L Junior
1 ano atrás

Infelizmente eles estão caindo na mídia ocidental, estão presos à imprensa ocidental. A torcida pela Ucrânia é absurda e ao mesmo tempo lamentável, assim como a torcida de uns poucos aqui pela Rússia, ao invés de adotarem um posicionamento de neutralidade.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

Acompanho o voto do relator.

Grifon Eagle
Grifon Eagle
Reply to  Nilton L Junior
1 ano atrás

kkkkkkkkkkkkk

Augusto
Augusto
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

Tem um pessoal aqui que parece que está torcendo pro time de futebol. Muito comentário mais besta que o outro.

Se for para assumir um lado que seja o do Brasil. Essa guerra quanto mais rápida acabar será melhor para todo mundo.

Grifon Eagle
Grifon Eagle
Reply to  Augusto
1 ano atrás

Exatamente Augusto, vc pontuou muito bem, é assim mesmo que eu penso, mas o pessoal aqui não enxerga isso, só quer torcer pela Ucrânia ou pela Rússia. A maioria aqui torce pela Ucrânia, até mesmo os próprios editores da trilogia torcem pela Ucrânia, ninguém adota um posicionamento neutro como nós, e fica do lado do Brasil, a maioria aqui ou torce pela Ucrânia, ou torce pela Rússia.

Caerthal
Caerthal
Reply to  Grifon Eagle
1 ano atrás

Não existe neutralidade. Existe gente que finge melhor.

Rodes
Rodes
1 ano atrás

A tal “ofensiva russa no Donbass” vai se dissolver, igual foi a ofensiva alemã nas Ardennas no natal de 1944

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Reply to  Rodes
1 ano atrás

Ele esta no seculo 19 deixa ser feliz

Rodes
Rodes
Reply to  Rodes
1 ano atrás

Não é não, rs

Vai estudar 😉

casemiro 2
casemiro 2
1 ano atrás

Grande Mestre Casemiro, venha trazer sua sabedoria para nós. Precisamos de sua análise para mostrar que nossa grande mãe Rússia está vencendo essa “operação especial” com tamanha facilidade que nossos soldados não precisam de armas de fogo, podemos obter a vitória total só utilizando armas brancas como: faca, facão, serrote, machado, porrete e soqueira. Essa corja ocidental que se prepare. Vamos mudar o mundo para melhor!

Augusto
Augusto
Reply to  casemiro 2
1 ano atrás

Falando em comentário besta.

Ze das Couve
Ze das Couve
1 ano atrás

Notícias sobre a guerra dentro da Rússia hoje.

Two more fires involving high-security targets in Russia today. A molotov cocktail sets a Russian National Guard bus ablaze near Moscow’s Red Square, and nearly 9,000 M away in Perm, a munitions factory catches fire.

Carvalho
Carvalho
1 ano atrás

Boa aula sobre como se perder em seus objetivos estratégicos e se exaurir em lutas menores.
Os EUA pegaram o avião e foram para casa.
Os russos vão ficar para roubar máquinas de lavar e tratores.
Bussines são bussines.
Que nasceu pra varejista não vira dono de Atacado.

Rayan
Rayan
1 ano atrás

Como o artigo bem fundamenta, cada batalha em áreas fortificadas é custosa e lenta em avanços e consolidações, exigindo muito esforço de artilharia e supressão de concentração de forças um inimigas. Imagina a complexidade de planejamento de combate urbano em Popasnaya ou Rubizhne. Por isso o prolongamento deste conflito será altamente exaustivo para as partes em conflito – até mesmo para os países da OTAN atualmente engajados numa proxy war também custosa contra a Rússia. Perde a estabilidade da segurança mundial.

Mgtow
Mgtow
1 ano atrás

Um suprasumo de análise
Parabéns

Elisandro
Elisandro
1 ano atrás

Isso explica em partes o lento avanço russo. Embora outras análises apontem que as tropas remanejadas do norte estejam lentamente sendo reposicionadas no leste, o que indica a possibilidade de uma ofensiva russa ainda maior nas próximas semanas…

Erick Barros
Erick Barros
Reply to  Elisandro
1 ano atrás

A ‘vantagem’ é que esse processo leva à destruição de muito material ucraniano e aniquilação de soldados.
Ou seja, a desmilitarização pretendida.

Heinz Guderian
Heinz Guderian
Reply to  Erick Barros
1 ano atrás

A Ucrânia não vai ser desmilitarizada, isso ai tu pode esquecer….

Augusto
Augusto
Reply to  Heinz Guderian
1 ano atrás

Será um dos locais mais militarizados do mundo. Cortina de Ferro 2.0?

Zé lesqui
Zé lesqui
1 ano atrás

Kkk aliados?? Esgotamento, de soldados, das oligarquias, opinião pública ou econômico decidirá essa guerra de atrito, caso não haja uso de armas nucleares (táticas). As operações atuais estão “lembrando” a WW I.

Last edited 1 ano atrás by Zé lesqui
Augusto
Augusto
Reply to  Zé lesqui
1 ano atrás

Zé lesqui, na verdade está parecendo a batalha de Kursk mesmo. No outro post eu critiquei a matéria, mas tenho que admitir que o desenvolvimento dela está muito parecido.

As fortificações ucranianas lembram as do exercito vermelho em 43 e o avanço lento através dessas fortificações lembram muito a progressão alemã no saliente.

A diferença em os ucranianos não tem blindados em grandes quantidades para tentar um contra ataque, igual os terriveis choques de blindados em Prokhorovka.

Zé lesqui
Zé lesqui
Reply to  Augusto
1 ano atrás

Meu pitaco, Sr Augusto, é que as armas táticas podem estar chegando a um nível de sofisticação e letalidade que impeçam a manobra.

Last edited 1 ano atrás by Zé lesqui
Luciano
Luciano
1 ano atrás

Artigo interessante, detalhista, porém senti falta de um mapa, aliás, mapas, mostrando a evolução do conflito na região leste.

Alexandre Galante
Reply to  Luciano
1 ano atrás

Acrescentamos dois mapas atualizados e um vídeo de combate. Abs!

Last edited 1 ano atrás by Alexandre Galante
Leonardo
Leonardo
Reply to  Alexandre Galante
1 ano atrás

Alexandre, este vídeo até onde me consta é em mariupol eu já vi ele a uns 10 dias atrás mais ou menos.

Alexandre Galante
Reply to  Leonardo
1 ano atrás

Obrigado!

Rayan
Rayan
1 ano atrás

Ao contrário, vi relatando um monte de dificuldades para um avanço russo em Donbass. Até explica a complexidade das fortificações ucranianas , falta de efetivo suficiente, lentidão operacional, prolongamento do conflito.

Oráculo
Oráculo
1 ano atrás

Muito boa a análise. Essa Batalha no Donbass é o maior conflito entre 2 exércitos regulares desde a 2 Guerra Mundial. E não, a invasão do Iraque não se compara em nada com isso. No Iraque a coalizão comandada pelos EUA massacrou a maior parte do exército de Saddan Hussein antes deles conseguirem trocar um tiro com os soldados da OTAN. Os F-16 e os Apaches destroçaram as colunas de tanques iraquianas. Depois restou só a infantaria iraquiana, que na época não possuia armamentos tipo Javelin, Kornet ou Nlaw para encarar os Abrams americanos e os Challengers ingleses. Esses tanques… Read more »

Rayan
Rayan
Reply to  Oráculo
1 ano atrás

Muito boa analise.

Augusto
Augusto
Reply to  Rayan
1 ano atrás

Muito boa mesmo! Será que iremos voltar a 1914 (com relação a mobilidade). Esse tipo de defesa em profundidade está tendendo a favorecer a defesa em detrimento da mobilidade.

A guerra de movimento será muito difícil de ser implementada no campo de batalha moderno.

Rayan
Rayan
Reply to  Augusto
1 ano atrás

Batalhas na Síria e no Iemen também seguem essa tendência.

Hcosta
Hcosta
Reply to  Oráculo
1 ano atrás

Aí temos de considerar duas etapas na guerra. A primeira com a invasão, guerra convencional, e o desmembramento do exército Iraquiano. E a segunda etapa que consistiu numa guerra de guerrilha, com os IED’s e muitos grupos armados. E foi esta que causou mais vítimas.
Na Ucrânia ainda estamos num guerra entre dois exércitos. E acredito que se a Rússia conseguir derrotar as forças armadas, ainda tem muita gente disposta para fazer a guerra de guerrilha.

Augusto
Augusto
Reply to  Hcosta
1 ano atrás

Ou seja, a parte mais difícil mal começou para os russos.

Alfa BR
Alfa BR
Reply to  Oráculo
1 ano atrás

O choque de forças terrestres na Guerra do Golfo foi maior mas mais curto (4 dias). O VII Corpo americano tinha um efetivo de mais de 140 mil homens e mais 1.400 carros de combate em linha. O Iraque tinha 350 mil homens no KTO e milhares de CCs.