Análise tático-operacional dos fronts de Kharkiv, Kherson e Vuhledar

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Rodolfo Queiroz Laterza¹ e Ricardo Cabral²

O conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, deflagrado em 24 de fevereiro deste ano a partir de um ataque maciço por parte das Forças Armadas Russas em diversas infraestruturas críticas da Ucrânia e em diferentes eixos, uma série de problemas táticos e logísticos os fizeram abandonar os eixos norte e leste, em favor dos eixos sudeste e sul. Após esse ajuste, teve início a segunda fase, no começo de maio, em batalhas desenvolvidas em Donbass, dentro da estratégia russa de consolidação de seus objetivos de domínio e controle das áreas e assentamentos não ocupados das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk (não reconhecidas pela ONU).

Apesar do foco predominantemente do conflito se situar em uma cadeia de eventos sucedida em Donbass, há uma dinâmica beligerante de significativa relevância em outros eixos, principalmente em Kharkiv, Vuhledar e na frente inteira da região de Kherson, com batalhas diárias que repercutem em toda perspectiva de desenvolvimento do conflito.

Faremos uma análise sobre tais eixos, a fim de fazer algumas considerações sobre os possíveis cenários para a continuidade das operações na Ucrânia, durante o verão de 2022.

1. A FRENTE DE KHARKIV: UMA NOVA OFENSIVA RUSSA? OU O FORTALECIMENTO DAS POSIÇÕES DEFENSIVAS NO PERÍMETRO OPERACIONAL?

Diversas fontes de analise, tal como o Institute for Study of War, think tank norte -americano (ISW), especializado em assuntos militares, citando uma fonte do Estado-Maior ucraniano, corroborou em vários ensaios, que as tropas russas concentraram novos BTGs (Batalhões Tático-Operacionais, entre 600-800 soldados, com capacidade independente e atuação tático-operacional descentralizada) do Distrito Militar Ocidental russo, em torno da cidade de Kharkov.

A razão também é mencionada: supostamente para proteger posições anteriormente ocupadas e manter fogo de artilharia sistemático sobre posições ucranianas retomadas em contraofensiva desenvolvida na primeira quinzena de maio, que empurrou forças russas até próximo à fronteira e estabeleceu um perímetro de segurança de 40 km dos limites da cidade de Kharkiv.

A contra ofensiva ucraniana da primeira quinzena de maio aproveitou os vários flancos vulneráveis das unidades russas presentes neste fronte, diversos assentamentos da área norte de Kharkiv eram fracamente defendidos por reservistas locais, mobilizados nas áreas dominadas, por forças russas e da República Popular de Luhansk. Estas tropas eram mal treinadas e concentradas em posições de observação. Essa vulnerabilidade, à época, foi duramente criticada por diversos analistas militares russos, pelo que chamaram de negligência do Ministério da Defesa em um eixo estrategicamente tão importante.

Lançador de foguetes Smerch

Na segunda quinzena de maio, a partir de Belgorod, os russos se viram diante da ameaça de tropas ucranianas atacarem mais cidades fronteiriças e prejudicarem o abastecimento de suprimentos até Izium. A fim eliminar essas ameaças, aproximadamente, 5 BTGs das forças russas foram reagrupados e uma contraofensiva foi lançada, permitindo a retomada de diversos assentamentos e cidades (tal como ocorreu na segunda quinzena de junho, quando as tropas russas recapturaram Ternovaya e Izbitskoye) diminuindo a distância em 10 km dos limites de Kharkiv, do perímetro operacional e afastando as forças ucranianas das cidades russas próximas a fronteira.

Diversos ataques aéreos e de mísseis de cruzeiro realizados, recentemente, contra centros de comando e controle em Kharkiv, prejudicaram a operacionalidade de algumas unidades. O Batalhão Nacionalista Kharken teve sua sede destruída em ataque por mísseis de cruzeiro supostamente lançados de TU-22, resultando em mais de 100 mortos. Além disso, especialistas americanos da Stratfor, com base em dados de satélite, relataram que “os russos concluíram a construção de uma ponte sobre o rio Oskol, perto da vila de Kupyansk-Uzlovaya, perto da ponte ferroviária destruída, e agora podem usá-la para transferir quaisquer forças.

A batalha para tomar Kharkiv levará meses de pesados e encarniçados combates, pois além de ser uma grande cidade, densamente povoada e com muitas indústrias, as forças ucranianas estão concentradas em áreas taticamente difíceis de serem atacadas, como arranha-céus, centros governamentais, universidades, shoppings entre outras edificações.

Além disso, em Kharkiv as forças ucranianas posicionaram unidades veteranas e poderosas, incluindo a 4ª brigada de tanques separada, a 92ª brigada mecanizada separada, o 22º batalhão nacional formado, em 2014, com cerca de 450 combatentes, a 81ª brigada aeromóvel separada, que participou ao lado dos Estados Unidos da guerra contra o Iraque, da 3ª Brigada Operacional, a 5ª Brigada da Guarda Nacional Separada e a 113ª Brigada de Defesa Territorial. São cerca de 30 mil combatentes, que têm experiência em combate, inclusive junto com forças da OTAN, e que passaram por exercícios especiais, no campo de treinamento de Yavorovsky, sob a instrução de militares da OTAN.

Na direção de Kharkiv, ressalte-se, que as Forças Armadas da Ucrânia ainda mantêm a linha Udy-Prudyanka- Tishki-Verkhny Saltov, com posições fortemente defensivas e com emprego de reforços consideráveis no início de julho. Em Odnorobovka e Oleksandrivka, está ocorrendo um recrutamento forçado de cidadãos para as Forças Armadas da Ucrânia, enviados para campos de treinamento ao norte de Kharkov.

No momento, os principais esforços das tropas ucranianas estão focados em abrir brechas nas posições das Forças Armadas Russas, ao longo da linha de contato e realizar ataques pontuais em alvos pré-identificados.

Quanto às forças russas, de acordo com a ISW, as unidades do 1º Exército Blindado de Guardas, os 6º e 20º Exércitos de armas combinadas, bem como a 200ª brigada de fuzileiros motorizados separados, estão concentradas na direção de Kharkov. Estamos falando de 17 grupos táticos de batalhão com um número total de 13 a 14 mil soldados, novamente ocorrendo um grande desnivelamento em efetivo mobilizado entre as forças beligerantes, com grande desvantagem numérica de forças russas, que focalizam sua tática na superioridade de poder de fogo em sistemas de artilharia, ataques de mísseis de cruzeiro e aviação tática de combate.

2. AS MAL-SUCEDIDAS CONTRA -OFENSIVAS UCRANIANAS NA ÁREA DE VUHLEDAR

Entre 23-25 de junho, as forças ucranianas desdobradas em Vuhledar, no eixo sul de Donetsk, realizaram uma contraofensiva para retomar alguns assentamentos ao sul daquela cidade. As FAU atacaram Pavlivka, Schevchenko e Ivanovikha. Aproveitando-se da baixa quantidade de defesas russas na área, as forças ucranianas ocuparam, por alguns dias, tais assentamentos, que estavam em ruínas, devido aos inúmeros bombardeios de artilharia. Após essa ação, os ucranianos permitiram o reagrupamento de forças russas em linhas de defesa em segundo nível.

Nos dias 28-29 de junho, os russos realizaram sucessivas concentrações de fogos de artilharia e ataques aéreos, que levaram a enormes perdas ucranianas, cujas forças remanescentes recuaram para suas posições originais em Vuhledar. Essa cidade, amplamente fortificada, resistiu a inúmeros ataques frontais das forças separatistas de Donetsk e russas, em batalhas posicionais de desgaste e atrito, que resultaram em grandes perdas humanas e materiais para os russos.

A tática ucraniana de realizar contraofensivas diversionistas neste eixo, se revelou inócua quanto aos resultados obtidos, pois não tinham forças suficientes para ocupar tais assentamentos e estabelecer posições fortificadas. Além disso, as unidades empenhadas se expunham a retaliação russa. Verificamos nesse episódio, a mesma abordagem ocorrida em Severodonetsk, cuja contraofensiva resultou em retomada de poucos quarteirões do centro da cidade e expôs unidades ucranianas e mercenárias bem treinadas a pesadas perdas.

3. OS QUESTIONÁVEIS RESULTADOS DAS SUCESSIVAS CONTRA -OFENSIVAS UCRANIANAS EM KHERSON

Em 29 de maio, às 22h30, as Forças Armadas da Ucrânia decidiram lançar um novo ataque na direção de Beryslav. Este ataque ocorreu no dia seguinte, no mesmo local, onde um batalhão inteiro entrou em emboscada de artilharia e foi destruído, no contexto de uma espécie de operação de reconhecimento em força com um triste resultado para as Forças Armadas da Ucrânia.

Nesta mesma data, o vice-chefe da administração militar-civil da região de Kherson, Kirill Stremousov, anunciou que as tentativas dos ucranianos de romper a linha de defesa na região de Kherson, afirmando que as tropas ucranianas tentaram duas vezes romper a linha de defesa na região de Kherson, perto da vila de Davydov Brod foram mal sucedidas. As FAU tentaram invadir os assentamento, tomar a cabeça de ponte e cortar as ligações entre as regiões de Kherson e Zaporozhye, mas foram derrotados e sofreram perdas muito pesadas, com cerca de 70 mortos e dezenas de equipamentos destruídos, dentre MBTs e APCs.

Essas contraofensivas ucranianas parecem se destinar a elevar a moral política de sua resistência, mas os resultados não são compensadores, em relação as perdas sofridas e que poderiam ser evitadas.

O comando das FAU pretende realizar uma nova contraofensiva, em determinados setores da frente de Kherson, utilizando ataques frontais nas primeiras linhas de defesa russas. A fim de avaliar a situação na área de Blagodatnoye e Shesternya, dois grupos de inteligência eletrônica manobráveis foram enviados em 07-08 de julho.  Na direção de Nikolaev, as unidades ucranianas pretendiam realizar vários ataques de sabotagem à noite nas posições das Forças Armadas da Rússia nas direções de Posad-Pokrovskoye-Stepovaya Dolina.

No entanto, as tropas russas detectaram os planos das FAU e realizaram um bombardeio NAS posições ucranianas em Posad-Pokrovsky, Stepova Dolina, Novogrigorovka. Em decorrência da força de tais ataques, o 28° Batalhão de Defesa Territorial e o 59° Batalhão sofreram inúmeras perdas de acordo com fontes até ocidentais. Várias dezenas de soldados ucranianos feridos foram enviados para Nikolaev. Os militares das FAU em Posad-Pokrovsky deixaram o assentamento sem permissão, recusando-se a realizar contra-ataques frontais. Atualmente, a guarnição de Posad-Pokrovsky está muito reduzida, a vila está localizada na “zona cinzenta”, assim como inúmeras áreas ao norte da primeira linha de defesa russa da frente de Kherson.

Uma situação semelhante ocorreu no final de junho em Stepovaya Dolina, onde o pessoal do 2º batalhão do 28º Ombre teve mais de 20 baixas em dois dias.

Na direção de Krivoy Rog, confrontos de baixa intensidade ocorreram na linha Lozovoye-Zarechnoye. Grupos de assalto ucranianos, apoiados por aeronaves táticas, tentaram se firmar na zona cinzenta deste setor da frente.

Na direção de Yuzhnobugsky, os russos estão concentrando seus principais esforços a fim de manter as linhas ocupadas e exercer influência, pelo fogo, sobre unidades ucranianas, visando impedir o reagrupamento de tropas. Além disso, os russos estão empenhando novos meios nas posições avançadas, construindo pontos de tiro de longo prazo, em linhas de defesa em três níveis. Como resultado do bombardeio de morteiros e artilharia por unidades das Forças Armadas Russas, as forças ucranianas que avançam na área de Davydov Brod, neste caso o 63º Batalhão de Defesa, sofreu perdas e o pessoal recuou para as suas próprias linhas.

Na data de 08-09 de julho, o Comando das Forças Armadas da Ucrânia “Sul” lançou unidades da 28ª brigada de infantaria motorizada separada e da 59ª brigada de infantaria motorizada, bem como várias unidades de apoio, na ofensiva contra Posad-Pokrovskoye e Stepovaya Dolina. Toda essa força, taticamente relevante, foi atacada pela artilharia russa e sofreu perdas consideráveis, situação agravada pela característica do terreno na frente de Kherson, formada por grandes monoculturas de trigo, centeio e girassol poucas florestas e campo muito aberto, o que dificulta ataques frontais.

A situação na direção de Kherson, englobando a linha Nikolaev-Krivoy Rog, permanece tensa e com escaramuças diárias. As FAU estão tentando romper a linha de defesa das Forças Armadas Russas em diferentes setores desta frente, conforme exemplificado. Apesar das declarações barulhentas de mídias propagandistas ucranianos e russas sobre vitórias pontuais em um ou outro assentamento, as tentativas ucranianas terminam em pesadas perdas e recuam para as linhas anteriores. Esse fato gerou uma crise entre o Comando das Forças Armadas da Ucrânia e o gabinete do Presidente Zelenski, favorável a contraofensivas diversionistas.

Isso pode explicar uma nova abordagem tático-operacional ucraniana de dias atrás com melhores resultados:  ataques a alvos estáticos de interesse militar na região de Kherson usando sistemas de mísseis Tochka-U OTRK e do sistema HIMARS MLRS, que resultaram em destruição de alguns depósitos de armas e munições.  As táticas ucranianas de ataques de longo alcance, demonstram o objetivo de infligir o máximo de dano possível nas áreas sob controle das Forças Armadas Russas, evitando-se tentativas fracassadas de rompimento de linhas de defesa por motivos mais políticos do que militar e que geraram perdas evitáveis.

Considerações Parciais

Em nosso entendimento, as forças russas ainda não possuem efetivo suficiente para expandir na frente de Kherson, nem tomar Mikolayev, cidade fluvial densamente povoada e cujo cerco russo em março não resultou em êxito. Ao que parece os russos estão concentrando seus esforços em dominar inteiramente o Donbass, mas tendo as outras frentes estabilizadas em fortes posições defensivas.

As FAU até o momento não conseguiram deter o avanço russo na região de Donbass, mesmo tendo recebido inúmeros meios de combate e treinamento da OTAN.

Kiev espera que a partir de agosto, quando pretende realizar uma contraofensiva no Donbass, a maré mude a seu favor.


Autores:

¹ Delegado de Polícia, historiador, pesquisador de temas ligados a conflitos armados e geopolítica, Mestre em Segurança Pública

² Mestre e Doutor em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC) da UFRJ, professor-colaborador e do Programa de Pós-Graduação em História Militar Brasileira (PPGHMB – lato sensu), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO e Editor-chefe do site História Militar em Debate e da Revista Brasileira de História Militar. Website: https://historiamilitaremdebate.com.br

4. Fontes consultadas:

  • https://www.understandingwar.org
  • https://jamestown.org/
  • https://www.criticalthreats.org/
  • https://www.foreignaffairs.com/articles/russian-federation/2022-06-14/ukraine-war-russia-why-fails
  • https://babel.ua/en/news/79147-institute-for-the-study-of-war-counterattack-of-the-armed-forces-of-ukraine-in-kherson-oblast-breaks-russian-plans-for-occupation-of-the-region
  • https://svpressa.ru/war21/
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Gugs
Gugs
2 anos atrás

Putin vinha conduzindo a Rússia com relativo sucesso, mas jogou tudo no lixo com esse atoleiro.

Luis
Luis
Reply to  Gugs
2 anos atrás

Com certeza!

LUIZ
LUIZ
Reply to  Luis
2 anos atrás

Um estadista tem que tomar decisões mesmo que vá contra os interesses internos e externos. Se o Putin não tomasse essa decisão extrema teria no futuro de 1 a 2 milhões de soldados e bases da OTAN fortemente armados até os dentes nas suas fronteiras com a Ucrânia. O conflito não teve início agora no final de fevereiro. Vem se arrastando desde o fim da URSS.

Guilherme Leite
Guilherme Leite
Reply to  LUIZ
2 anos atrás

A URSS, muito mais forte do que a Rússia, sucumbiu! Putin terá agora o mesmo efeito da Ucrânia, só que em um país mais ao norte. Os Global Hawks em território filandes conseguiram monitorar atividades em Moscow! Acredito que ele esperava uma operação rápida e sem toda essa carnificina. Um país com a economia da Rússia com certeza não aguenta uma guerra dessa proporção, os efeitos eles iram sentir no médio prazo, já a Ucrânia, essa esta com a sua economia liquidada, é ou será o país mais pobre da europa e se estes últimos nao ajuda-los, sabe se lá… Read more »

Renato de Mello Machado
Renato de Mello Machado
2 anos atrás

O direito dos ucranianos verdadeiros de defenderem sua pátria nunca pode ser negado.Que lutem! Pois se ficarem sem algum litoral ferrou tudo.

leonidas
leonidas
Reply to  Renato de Mello Machado
2 anos atrás

A questão toda é que isso é algo ABSOLUTALMENTE DESNECESSÁRIO. A guerra só ocorre por vontade do Depto. de Estado Norte Americano que quis (em um erro grosseiro de análise geopolítica) levar a Rússia a condição que se encontrava em 1991 para poder ter maior margem de manobra no seu embate com a China que só esta começando. Para tanto esperavam depor Putin via pressão interna ou ao menos impor tamanho prejuízo a Rússia que seus estados federados pudessem sair da orbita Russa e passar a ter uma opção mais favorável ao ocidente. A aposta era arriscada mas nunca houve… Read more »

Last edited 2 anos atrás by leonidas
LUIZ
LUIZ
Reply to  leonidas
2 anos atrás

Análise perfeita!! Eu sempre mem pergunto: como os EUA levam democracia e liberdade para os outros países se patrocinam golpes de estado em toda a América Latina,Europa,Oriente Médio e na Ásia? Foram os responsáveis pelos governos militares em toda a América Latina.

Nonato
Nonato
Reply to  LUIZ
2 anos atrás

Falou o defensor de Fidel Castro e Msduro falando em golpe..
Há democracia nesses paises?

Nonato
Nonato
Reply to  leonidas
2 anos atrás

Aparece cada um…
A Rússia ataca um pais soberano, cujo povo não quer voltar a ser escravo dos russos, aí a culpa é dos Estados Unidos
O que décadas de lavagem cerebral com propaganda russa não faz…

Augusto
Augusto
Reply to  Nonato
2 anos atrás

A lavagem cerebral existe em ambos os lados Nonato. Desde que Biden assumiu a presidência e que existe uma forte provocação do mesmo com relação aos russos. E bem claro que os democratas desejavam que Putin ataca-se a Ucrânia. E agora estão sacrificando a Ucrânia para atingir seus objetivos. Se estavam tão preocupados com o bem estar Ucraniano, por que não fizeram igual com a Finlândia e não garantiram a sua integridade territorial enquanto o processo de adesão estivesse em aberto? E alternativa que o colega Leônidas em seu excelente comentário, não diz que os ucranianos deveriam continuar sendo escravos… Read more »

Cyro
Reply to  Augusto
2 anos atrás

Exatamente…A Rússia nunca se envolveu nas alianças econômicas da Ucrânia e sempre deixou claro que não se importava se a mesma entrasse para UE, o problema, obviamente é a OTAN, que todos sabemos que tem o ÚNICO e EXCLUSIVO objetivo de derrotar a Rússia militarmente

Nilton L Junior
Nilton L Junior
2 anos atrás

Uma boa análise e como sugestão aos colaboradores indico esse canal Osterreichs Bundesheer, as forças ucras não tem mais condição de recuperar o que foi ocupado pela RF, o que pode fazer agora é perder menos.

Patrício
Patrício
Reply to  Nilton L Junior
2 anos atrás

A Ucrânia deveria se render e tentar contar com a boa vontade dos russos para não perder mais territórios.
Até os americanos já declararam que os russos não vão devolver nada.
As informações dos jornais de ontem é que Washington está procurando uma solução diplomática para o fim do conflito.
Agora, com as seguidas vitórias, os russos não devem estar interessados nisso.

Cyro
Reply to  Patrício
2 anos atrás

Também acho improvável a Rússia abrir mão de algum território já dominado… Acho que o melhor para a Ucrânia no cenário atual é entregar o Donbass por inteiro e abrir mão de Kherson e em contra partida pedir para a Russia se retirar de Karkiv, pois se a guerra continuar e a Russia dominar Donbass militarmente o próximo foco vai ser Karkiv…

Rayan
Rayan
2 anos atrás

Excelente artigo, muito bem pesquisado e que retrata a complexidade dos diferentes teatros de operações nessa guerra igualmente complexa. Trouxe elementos importantes, parabéns ao site e aos Professores.

Patrício
Patrício
Reply to  Rayan
2 anos atrás

Exatamente.
Ressalta as infrutíferas contra-ofensivas ucranianas que estão devastando suas próprias forças, bem como o avanço russo em Kharkov.
Os russos deveriam cercar essa cidade e deixar a guarnição inimiga morrer de inanição.
Nem precisa de um ataque direto.

dfa
dfa
2 anos atrás

Que atoleiro e tão cedo não vai acabar…

Custa, mas na minha opinião mais vale a Ucrânia ceder uma parte do território a leste que praticamente era ingovernável e procurar um tratado de paz.
Paz essa que lhe permitiria recuperar economicamente e adquirir armamento nuclear para sua defesa.
Que siga o exemplo de Israel.

A minha admiração e inveja pela coragem do povo ucraniano.
Souberam distinguir-se de entre as nações menores e enfrentar sem medos a tirania.

Last edited 2 anos atrás by dfa
Patrício
Patrício
Reply to  dfa
2 anos atrás

O pior de tudo é que Putin declarou que para a Rússia a guerra nem começou.
Coitada da Ucrânia.

Nonato
Nonato
Reply to  dfa
2 anos atrás

Não sei se ceder território resolve.
Em 2014, perderam a Crimeia.
Se a Rússia não for parada agora, quem será a próxima vitima?

ALISON
ALISON
Reply to  Nonato
2 anos atrás

Parada agora… Piada mesmo… kkkkkkkkkk

Cyro
Reply to  dfa
2 anos atrás

Não existe a possibilidade da Ucrânia ter armamento nuclear, o próprio Ocidente não permitiria isso… Provavelmente qualquer acordo com a Rússia vai exigir uma diminuição do exército ucraniano com supervisão da Rússia…

Oráculo
Oráculo
2 anos atrás

Muito boa a análise. Eu tenho um palpite sobre como essa guerra vai caminhar até seu fim. Creio que o Donbass será perdido pelos Ucranianos e jamais recuperado. Tal como a Crimeia foi. É uma região de maioria russa, que fala russo e que desde 2014 tenta sua independência. Se não fosse pela ajuda da OTAN já naquela época, os rebeldes – fortemente apoiados pela Rússia e com mercenários ao seu lado – já teriam separado seu “país” naquela guerra. Diante disso, o que os Ucranianos devem fazer é salvar o que restou do país, cerca de 80% do seu… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Oráculo
Patrício
Patrício
Reply to  Oráculo
2 anos atrás

Creio que a Rússia levará ainda Kharkov e Odessa.
Essas regiões tem forte influência russa e um grande passado soviético.
Dnipro eu não tenho certeza.
Dependerá do desenrolar da guerra e um possível desmoronamento do Exército ucraniano.

Alan Santos
Alan Santos
Reply to  Oráculo
2 anos atrás

Você acha que os generais russos iriam quer milhares de ogivas nucleares caindo na cabeça deles só porque o baixinho mafioso quer ser lembrado como um grande ?

Last edited 2 anos atrás by Alan Santos
Figueiredo
Figueiredo
Reply to  Alan Santos
2 anos atrás

Menos provável europeus e americanos querem milhares bombas nas suas cabeças por causa de países como Polônia e Lituânia.
O precedente já existe com a Ucrânia.

Oráculo
Oráculo
Reply to  Alan Santos
2 anos atrás

Custo a acreditar que ele seria louco o suficiente para cometer um erro desses.
Seria o fim do planeta.

Arrisco a dizer que, como você insinuou, os Generais dão um sumiço nele antes mesmo dele abrir a maleta nuclear.

Cyro
Reply to  Oráculo
2 anos atrás

Acho impossível a Rússia abrir mão de Kherson e perder militarmente, Karkiv a Rússia recuou mas agora avançou e está a poucos quilômetros do Centro novamente. Único cenário que acho improvável é a guerra por Odessa, mas Karkiv está evidente que vai ter e o momento pra Ucrânia negociar a paz e agora, pois se conquistar o Donbass militarmente, qual a vantagem para a Rússia abrir mão da guerra em Karkiv que já está acontecendo e pode ser vencida??? Essa questão de que a Rússia não tem capacidade de ficar em guerra por anos já foi ultrapassada a muito tempo…

Adunlucas
Adunlucas
2 anos atrás

Uma hora os russos vão cansar de lutar por um território que não é deles. Os ucranianos sempre vão ter a motivação de defender a pátria. Se essa guerra demorar, a tendência é que os ucranianos aprendam a usar melhor as armas modernas recebidas e possam recuperar boa parte, se não todo o território perdido (com exceção da Crimeia).

Figueiredo
Figueiredo
Reply to  Adunlucas
2 anos atrás

As perdas ucranianas têm sido tão grandes em Kharkov que eles libertaram prisioneiros comuns para lutar no Batalhão Kraken.
Certamente serão destruídos.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Reply to  Adunlucas
2 anos atrás

Deixa quieto.

Nonato
Nonato
Reply to  Nilton L Junior
2 anos atrás

Assina: putinete.
A Russia escraviza seu próprio povo.
Imagine outros povos que sofreram muito nas mãos de ditadores comunistas…

Carlos Campos
Carlos Campos
Reply to  Adunlucas
2 anos atrás

no inverno na Alemanha, quando os idosos e os menos abastados que nao tem dinheiro para aquecimento ficarem em abrigos aquecidos, amontoados, se perguntarão se a Ucrania vale todo o esforço, quando a Industria alemã ver a China colocando carros tão bons quanto os dela por um preço menor pq não precisa importar gás dos EUA, vão se perguntar se Ucrania valeu a pena. Alemanha sozinha pode levar a Europa pro buraco, e lembrar de 2008 quando chamavam um Grupo de Países de PIGS, bora ver como se desenrola a situação.

Ze das Couve
Ze das Couve
Reply to  Adunlucas
2 anos atrás

Vietcrânia.

ALISON
ALISON
Reply to  Adunlucas
2 anos atrás

O cara é tão tosco que não as besteiras que digita… Qual a logica da Ucrânia conseguir recuperar todos os territórios ocupados menos a Crimeia? se esses armamentos puderem recuperar o resto, pq nao a Crimeia? cada um aqui viu…

Patrício
Patrício
2 anos atrás

Excelente artigo.
Realista.
Só como informação, dois sistemas Harpions foram destruídos pelos russos em Odessa.

Patrício
Patrício
2 anos atrás

A Rússia está levando esse conflito em uma velocidade de cruzeiro que lhe agrada.
Desbasta o inimigo sem gastar muito.

Fish
Fish
2 anos atrás

Como é bom ver um artigo realmente informativo, diferente das propagandas postadas. É um salto alto no conteúdo.

Andre
Andre
2 anos atrás

E os putonzetes seguem repetindo que o ucranianos devem se render e ceder territórios para o Putin.

Sabem que o tempo está contra a Rússia e lembram bem como o antigo aliado Russo, Hitler, nunca parou mesmo com territórios cedidos.

Inimigo do Estado
Inimigo do Estado
Reply to  Andre
2 anos atrás

Ter pacto de não agressão com alguém não te torna aliado. Stalin foi aliado de Roosevelt e Churchill, e isso é inegável, pois aliança vai muito além do que dizer não vou te atacar por hora.

Andre
Andre
Reply to  Inimigo do Estado
2 anos atrás

O pacto entre alemães e soviéticos não foi apenas um pacto de não agressão, foi uma aliança com objetivo de dividir a Europa entre as duas ditaduras, através de protocolos secretos divulgados durante o julgamento de Nuremberg. Além de ter sido um pacto de fato, tornou a URSS como maior fornecedor de matéria prima para seus aliados nazistas.

Depois que Hitler atacou seu aliado soviético, Stalin correu pedir penico aos ingleses e americanos.

Cyro
Reply to  Andre
2 anos atrás

Não foi o contrário???? Hitler atropelou os ingleses e franceses, os americanos cagando nas calças abandonaram os ingleses e mandaram suas tropas na inglaterra recuar pq o exército inglês tinha sido derrotado… Enquanto os Russos foram os únicos que conseguiram ganhar dos alemães SOZINHOS, sofrendo a maior invasão de todos os tempos por mais de 3 milhões de soldados. Os aliados ajudaram a Rússia SOMENTE depois que a Rússia já tinha parado a Alemanha e estava empurrando as tropas alemães de volta pra Berlin… Lembrando que os EUA demoraram quase 5 anos pra pisar na Europa e Normandia foi uma… Read more »

Carlos Campos
Carlos Campos
Reply to  Cyro
2 anos atrás

Se não fosse o apoio dos EUA a Alemanha tinha dominado tudo. Você esqueceu que a URSS recebeu muito equipamento dos EUA até às katyusha eram levadas em caminhões dos EUA

Mercenário
Mercenário
Reply to  Cyro
2 anos atrás

Cyro,

A operação Barbarossa (invasão nazista à URSS) é posterior à Batalha da Grã-Bretanha, vencida pela RAF.

E não eram só os russos, mas os soviéticos lutando, inclusive ucranianos.

A União Soviética teve muito apoio material anglo-americano, mas realmente em pessoal foi a que mais contribuiu para o esforço aliado que resultou na vitória.

Last edited 2 anos atrás by Mercenário
Andre
Andre
Reply to  Cyro
2 anos atrás

Muita opinião e nada de informação. A operação Bagration, que expulsou os nazistas da URSS começou em 22 de junho de 1944, ~2 semanas depois do dia D. Ainda em novembro de 1943, durante a conferencia de Teerã, onde estavam Stalin, Rosevelt e Churchill, seu amado ex-aliado dos nazistas Stalin ameaçou pedir a paz para Hitler se os aliados não invadissem a Europa. Os americanos nunca abandonaram os ingleses e foi apenas com a ajuda americana que o Atlântico esteve aberto a navegação e que os ingleses conseguiram parar os nazistas no norte da africa. Para finalizar, junto está bela… Read more »

Carlos Campos
Carlos Campos
Reply to  Andre
2 anos atrás

o tempo contra a Rússia, a Rússia tá esperando o general Outono e o Inverno, quando eles chegarem e aí quero ver. vi um alemão dizendo que pode vir, ele tem velas em casa que pode se aquecer só com elas.

Andre
Andre
Reply to  Carlos Campos
2 anos atrás

A última vez em que o general inverno fez diferença foi durante a invasão de Napoleão. Como os russos seguem a cartilha de Napoleão com avanços de infantaria e artilharia, devem estar ansiosos pela ajuda do inverno. Só que dessa vez os invasores são eles.

Carlos Campos
Carlos Campos
Reply to  Andre
2 anos atrás

É e pelo visto vai fazer de novo. Aquecimento vai ser coisa de rico na Alemanha

Andre
Andre
Reply to  Carlos Campos
2 anos atrás

Ainda bem que a Alemanha é o país mais rico da Europa e não é o invasor…

Ze das Couve
Ze das Couve
2 anos atrás

Russia is a gas station masquerading as a country.
.
John McCain

Otto Lima
2 anos atrás

Ganha a guerra quem atinge seus objetivos estratégicos. A Rússia pode estar ganhando terreno na Ucrânia, mas está muito longe de atingir seu principal objetivo estratégico, que era impedir a expansão da OTAN. Com as adesões da Suécia e da Finlândia, a OTAN ficará ainda mais perto de Moscou.

marcos
marcos
2 anos atrás

Bom artigo, porém sugiro melhor uso das regras de pontuação e de uso de vírgula para que fique mais fácil e prazeirosa leitura.