A História Militar e o Cinema: ‘Nada de Novo no Front’ (2022)

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A série de resenhas sobre “a história militar e o cinema”, que se baseiam em filmes temáticos, tem o propósito de estimular o aprendizado dessa área da história; bem como despertar no leitor a vontade de assisti-los ou revê-los como forma de entretenimento

Sérgio Vieira Reale
Capitão-de-Fragata (RM1)

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi o primeiro grande conflito armado que envolveu as potências da revolução industrial, que gerou concorrência comercial e corrida armamentista. O desenvolvimento tecnológico foi fundamental para os combates em terra, no mar e no ar. Os seguintes  armamentos e equipamentos, de maneira inovadora e com grande poder destruidor, foram empregados na chamada Grande Guerra: metralhadoras, morteiro lança-chamas, armas químicas, tanques e aviões.

A partilha da África, a rivalidade nacionalista e o imperialismo das grandes potências estavam na origem do conflito. Assim sendo, tivemos a formação do sistema de alianças. A Alemanha, a Áustria-Hungria e a Turquia se uniram para formar as Potências Centrais. Por outro lado, a Rússia, a França, a Grã-Bretanha e demais aliados formaram a Tríplice Entente.

Cabe ressaltar que a guerra se desenvolveu em duas fases: a guerra de movimento, na qual a Alemanha projetou poder sobre a França e a guerra de trincheiras na Frente Ocidental.

Inicialmente, os Estados Unidos da América mantiveram-se neutros. Essa postura só mudou, em especial, pelos prejuízos causados pela guerra submarina alemã. Nesse sentido, em 1917, passaram a lutar ao lado da Triplíce Entente. Nesse mesmo ano, a Rússia saiu da guerra em razão da sua própria revolução.

A Alemanha foi derrotada no final da guerra e foi duramente penalizada em questões territoriais, econômicas e militares.

A relação entre à história militar e o cinema é antiga. Não é de hoje que contribui para o conhecimento desta parte da história; tanto para os que já são familiarizados com o tema quanto para aqueles que passaram a se interessar pelo assunto.

As adaptações audiovisuais de livros fazem parte da história do cinema. Um bom exemplo é “Nada de Novo no Front” (“All Quiet on the Western Front”), livro escrito pelo alemão Erich Maria Remarque e publicado em 1928.

O livro já havia sido adaptado para o cinema em 1930 e para a televisão em 1979. Em 2022, uma nova versão cinematográfica sobre “Nada de Novo no Front” foi lançada pelos alemães.

A história do longa metragem retrata a trajetória do jovem soldado alemão Paul Bäumer (Felix Kammerer), que inicialmente tinha uma visão romanceada e patriótica daquele conflito armado.

“Nada de Novo no Front” é, principalmente, situado a partir de 1917, quando a Alemanha já demonstrava que o seu poder militar estava em esgotamento.

Vencedor de quatro Oscars (melhor filme internacional, direção de arte, trilha Sonora e fotografia), o filme é anti-guerra e começa com um sangrento combate durante o avanço de tropas alemãs num teatro de operações terrestres. Em 1917, no norte da Alemanha, jovens entusiasmados se apresentam para o alistamento no exército alemão.

A tropa se desloca para o norte da França. Ao chegarem nas trincheiras se deparam com a dura realidade dos combates.

O filme tem a preocupação com datas, se reveza entre a brutalidade da guerra e a busca pela paz com o armistício. Vale mencionar que o diretor traz uma visão menos hollywoodiana e mais realista da guerra, na qual morreram milhões de pessoas.

  • Filme: Nada de Novo no Front (2022)
  • Diretor: Edward Berger
  • Atores Principais: Felix Kammerer, Albrecht Schuch e Aaron Hilmer
  • Disponível em: Netflix

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES CONSULTADOS

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Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
2 meses atrás

O livro é excelente, isso é fato.
O filme de 79 também é ótimo.

E esse de 2022 também considero muito bom.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi o primeiro grande conflito armado que envolveu as potências da revolução industrial´´

Tecnicamente falando, não foi a guerra da Criméia?

Leandro Costa
Leandro Costa
Reply to  Willber Rodrigues
2 meses atrás

Willber, a Rússia não se enquadrava muito em potência industrial durante a Guerra da Criméia. Para te dar um exemplo, ingleses e franceses demoravam coisa de duas semanas para que reforços e suprimentos chegassem até a Criméia.

Reforços e suprimentos Russos demoravam por volta de 3 meses…

Fawcett
Fawcett
2 meses atrás

Um dos melhores filmes de guerra já feito, mas este cartaz de divulgação é horrível. Demorei para assistir porque sempre pensei que fosse mais um filme genérico.

Leandro Costa
Leandro Costa
2 meses atrás

Acho que das três adaptações, essa é a pior, por mais que seja muito bem feita.

A parte mais importante do livro e dos filmes anteriores, foi retirada em prol de se mostrar a tentativa de negociação do armistício, algo que por si só já valeria um filme próprio.

Marcelo Soares
Marcelo Soares
2 meses atrás

Um dos melhores filmes guerra que já assisti. Muito bom.