‘Escudo de Luz’: a arma laser de Israel

Por Sérgio Santana*
Nos últimos dias do presente mês, foi anunciado que as Forças de Defesa de Israel foram responsáveis pelo batismo de fogo de um sistema de armas revolucionário: o “Light Shield” (“Escudo de Luz”, extra-oficialmente conhecido também como “Laser Beam”, “Facho Laser”).
De acordo com vídeos divulgados, o dispositivo abateu um drone adversário durante as ações da “Operação Espadas de Ferro”, que ocorre na Faixa de Gaza, sendo esta a primeira vez na História dos conflitos armados em que uma arma laser foi empregada em combate real.
As origens do “Escudo de Luz/Facho Laser”
Embora tenha sido utilizado agora em 2025, o conceito deste sistema de armas data de há quase 30 anos.
Em julho de 1996, os governos dos Estados Unidos e de Israel firmaram um acordo para a produção cooperativa de um Laser Tático de Alta Energia (Tactical High Energy Laser, THEL, que originalmente havia sido projetado como parte do “Projeto Nautilus”, um dos componentes da Iniciativa de Defesa Estratégica, mais conhecida como “Guerra nas Estrelas”, cancelada em 1993), que utilizaria tecnologia de laser químico de fluoreto de deutério. O THEL realizou testes de disparo dois anos depois, e a sua IOC (Initial Operational Capability, Capacidade Operacional Inicial) era esperada para 1999, o que foi seguidamente adiado, ainda que o sistema continuasse sendo avaliado: entre 2000 e 2002, destruiu foguetes de artilharia de diversos tipos em testes variados, incluindo lançados por sistemas “Katyusha”.
Entretanto, em 2005, ambos os governos decidiram cancelar projeto, “devido ao seu alto custo em relação aos fracos resultados obtidos sob condições de teste”, ainda que o sistema tenha assegurado 100 por cento de acerto em 46 disparos, o que não certamente contribuiu para que fosse reconsiderado oficialmente dois anos depois sob a proposta “Skyguard”, uma evolução do conceito original, para neutralizar ataques de foguetes “Qassam”.
Características Técnicas e Potencial de Emprego
Em comparação com outros sistemas de armas laser, o conceito do THEL utiliza fibras óticas misturadas a elementos químicos da categoria das “terras raras”, o que resulta operacionalmente em focalização mais precisa do alvo, alta potência de saída, ganho óptico muito alto (devido a regiões ativas com vários quilômetros de extensão), elevados níveis de quilowatts de potência de saída contínua devido à alta relação entre área de superfície e volume da fibra, permitindo um resfriamento eficiente e, por fim, as propriedades físicas da fibra reduzem ou eliminam a distorção térmica do caminho óptico, normalmente produzindo um feixe óptico de alta qualidade e com difração limitada, característica crítica em armamentos desse tipo.
VÍDEO: O Light Shield em ação
Como consequência da retomada do seu desenvolvimento, o sistema de armas resultante, oficialemente denominado “Light Shield” foi anunciado no Singapore Airshow em 2014, sendo produzido pela empresa Rafael (em colaboração com a Lockheed Martin para o mercado americano e financiado pelo Ministério da Defesa de Israel), como parte de uma defesa de defesa antiaérea em camadas. Uma bateria “Light Shield”/”Iron Beam” é composta por um radar de defesa aérea, uma unidade de comando e controle (C2) e dois sistemas de emissão de laser, capazes de gerar 100 kW de potência com o diâmetro de uma moeda e 10km de alcance, podendo ser operada via datalink remotamente contra-ataques múltiplos de drones, projéteis de artilharia e de morteiro, bem como mísseis de cruzeiro. Estima-se que o custo por facho emitido seja de até 5 dólares, o que o torna altamente atrativo para nações com orçamento militar limitado.
*Bacharel em Ciências Aeronáuticas (Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL), pós-graduado em Engenharia de Manutenção Aeronáutica (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG). Colaborador de Conteúdo da Shephard Media. Colaborador das publicações Air Forces Monthly, Combat Aircraft e Aviation News. Autor e co-autor de livros sobre aeronaves de Vigilância/Reconhecimento/Inteligência, navios militares, helicópteros de combate e operações aéreas
Os drones como armas são interessantes mas são inerentemente frágeis.
Eu não apostaria todas as fichas nos drones e na mudança de toda a “matriz” bélica atual em favor deles.
Os americanos já sinalizaram que não irão apostar em drones de longo alcance para ataque estratégico (como o Shahed-136) e apostam em mísseis cruise de baixa observabilidade e de baixo custo , possíveis com a utilização de sistemas civis e modelagem 3D e capazes de serem fabricados em larga escala.
No plano tático sem dúvida os drones (principalmente de propulsão elétrica) se mostram revolucionários (mais pelo baixo custo que por qualquer outra coisa) mas sem potencial de mudar os paradigmas atuais tendo em vista a rápida adequação que os exércitos estão implementando.
Caro Bosco, já ocorre na Ucrânia uma estratégia curiosa “drones fazendo reconhecimento de outros drones”, parece coisa de louco, mas é interessante vou explicar….
Um drone de grande autonomia observa e acompanha o drone de vigilância inimigo fazer sua missão e este precisará voltar para trocar suas bateria conseguindo assim a localização da equipe na estação de controle em solo, após captado as coordenadas esse drone “pastor” guiará um drone de ataque nas coordenadas spotadas ou manda artilharia saturar o local, drones podem ser substituído aos milhares, os operadores não…enfim, já tem pessoal falando de supremacia aérea de drones, já virou bagunça…rs
A ocupação do terreno que antes só era possível pela ocupação pela cavalaria e infantaria hj é possível de ser implementada por drones combinados com IA.
Mas acho que não irão substituir as armas atuais, mas complementá-las.
um feixe laser levaria 8s pra aquecer 2kg de água dos (25 aos 100)ºc com 75% de (eficiência) transformação de energia laser/ calor. Dá pra cozinhar bem rápido.
Vai abater alguns drones mas acho que o sistema convencional ainda é necessário. Por outro lado, como sistema defensivo ativo em caças ou bombardeiros realmente é uma revolução. É o B-52 fazendo capert bombing debaixo do S-400.
agora precisa inventar um sistema capaz de retirar essa quantidade de calor do sistema e transformar em uma coisa útil, tipo impulso rsrsrsrs…. Só viajando aqui….
PUTZ…. o Futuro chegou enquanto eu dormia!
Enquanto nossas Forças Armadas ainda dormem.
Como eu digo há 2 anos e repito: o mundo desenvolvido entrando na era dos lasers antiaéreos e a gente ainda nem entrou na dos mísseis.
O povo tá preocupado com separação de subcelebridade e bebê reborn.
Enquanto isso descobriram roubo de 100 bilhões no INSS, um mensalão também no INSS envolvendo 15 deputados, tudo caro… Mas segue o churrasquinho, o futebol e a cervejinha! 😉
Não se martirize, nobre cidadão- eleitor- contribuinte;
As forças armadas brasileiras são companheiras de seu ” soninho “.
Que arma fantástica, a IDF vai economizar muita munição de iron dome quando esse laser for implementado em série.
Armas a laser são boas em Star Wars.
Na Terra, funciona somente em céu limpo e sem excesso de umidade no ar.
Parece que exército russo tb começou a usar lasers de combate contra drones ucranianos… só vi este vídeo, não sei se é uma unidade experimental ou se já está operando e em que escala, porque aparentemente não é um sistema barato. ↓
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