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Para muitas potências emergentes, os planos da China de remodelar o mundo parecem brandos na comparação com as ameaças americanas

Por Lydia Polgreen (The New York Times)

Na semana passada, o presidente de direita dos Estados Unidos escreveu uma carta contundente ao presidente de esquerda do Brasil. Com seu entusiasmo característico, Donald Trump ameaçou impor tarifas elevadas como punição por, entre outros pecados, o processo judicial contra Jair Bolsonaro, o ex-presidente que enfrenta acusações criminais por sua tentativa de se manter no poder após sua derrota eleitoral em 2022.

“Este julgamento não deveria estar ocorrendo”, escreveu Trump. “É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!”

Isso causou um grande alvoroço. No entanto, perdido em meio à confusão, estava um documento muito mais discreto, mas potencialmente mais importante, assinado poucos dias antes no Brasil: um acordo entre empresas estatais chinesas e brasileiras para dar os primeiros passos na construção de uma linha férrea que conectaria a costa atlântica do Brasil a um porto de águas profundas construído pela China na costa do Pacífico peruano.

Se construída, a linha de aproximadamente 4.500 quilômetros poderia transformar grande parte do Brasil e seus vizinhos, acelerando o transporte de mercadorias de e para os mercados asiáticos.

Potência emergente x Potência hegemônica

Esse caso é uma uma amostra clara das abordagens contrastantes que a China e os Estados Unidos adotaram em relação à sua crescente rivalidade. A China oferece ajuda aos países para construir uma nova linha ferroviária, enquanto Trump os intimida e se intromete em seus assuntos políticos internos.

Os primeiros seis meses do segundo mandato de Trump como presidente têm sido surreais e oferecem drama, perigo e intriga sem fim. Por esse padrão, sua briga com Luiz Inácio Lula da Silva, parece até insignificante. Mas ao mesmo tempo, o entrevero foi um momento revelador, que joga luz sobre como a imprudência de Trump agrava o principal problema da política externa americana das últimas duas décadas:

Como os Estados Unidos devem executar uma saída elegante de sua posição cada vez mais insustentável no topo de uma ordem global em ruínas?

E, mais ainda, como Washington pode dar origem a uma nova ordem que proteja os interesses e o prestígio americanos sem arcar com os custos — em sangue e ativos financeiros — de uma primazia militar e econômica?

Essas são questões difíceis e espinhosas. No entanto, em vez de respostas, Trump oferece ameaças, birras e tarifas, em detrimento dos interesses americanos.

A surpreendente ascensão econômica da China, juntamente com sua virada para um autoritarismo mais profundo sob Xi Jinping, tornou mais difícil responder a esses desafios. A China agora parece, para a maioria dos formuladores da política externa americana — e ainda mais para Trump —poderosa demais para não ser confrontada pelos Estados Unidos.

Mas essa linha de pensamento corre o risco de ignorar o melhor e mais facilmente aproveitável trunfo dos Estados Unidos na disputa pela hegemonia global com a China: a maioria dos países não quer escolher lados entre as potências hegemônicas. Eles preferem um mundo de competição benigna e aberta, no qual os Estados Unidos desempenham um papel importante, embora menos dominante.

Multilateralismo benéfico

Em nenhum lugar isso é mais verdadeiro do que no Brasil. Uma nação vasta, quase do tamanho dos Estados Unidos , é um bom exemplo para muitas das potências médias do mundo. Ao contrário da famosa piada de que o Brasil é o país do futuro e sempre será, ele conseguiu se tornar a décima maior economia do mundo, apenas um pouco menor que o Canadá. Tem uma longa tradição de proteger suas relações com uma série de grandes potências — Estados Unidos, China e União Europeia — enquanto tenta avançar em sua ambição de ser um ator importante nos assuntos mundiais.

À medida que a posição dos Estados Unidos como única superpotência perdeu força e os líderes brasileiros disputaram para moldar um cenário cada vez mais multipolar, esses esforços se intensificaram. Isso envolveu, sem dúvida, um aprofundamento de suas relações econômicas e diplomáticas com a China, seu maior parceiro comercial. Lula viajou a Pequim em maio para sua terceira reunião bilateral com Xi desde que voltou à presidência em 2023, declarando que “nossa relação com a China será indestrutível”.

Os dois países são membros fundadores do Brics, um bloco formado principalmente por países em desenvolvimento de renda média que inclui vários antagonistas dos Estados Unidos como a Rússia e, mais recentemente, o Irã. As autoridades americanas há muito tempo desconfiam do Brics, que tem buscado de maneiras diversas, ainda que marginais, frustrar o poder americano. Mas Trump tem sido abertamente antagônico. Na semana passada, enquanto Lula sediava a cúpula do Brics, Trump publicou um post nas redes sociais ameaçando impor tarifas adicionais a qualquer nação que “se alinhasse às políticas antiamericanas do Brics”.

Essa agressividade é difícil de conciliar com as declarações brandas do Brics, que, como era de se esperar, condenaram o bombardeio do Irã e suas instalações nucleares, mas evitaram nomear os países que o realizaram, Israel e os Estados Unidos. Embora os países membros tenham aumentado o comércio entre si, ajudando a Rússia a escapar das sanções ocidentais, o bloco quase não fez progressos em sua intenção declarada de introduzir uma moeda comum para combater o dólar. É um grupo frouxo e às vezes conflituoso, que na prática funciona apenas como fórum de discussão.

Alguns países do Brics gostariam que a organização fosse mais abertamente antagônica aos Estados Unidos, mas o Brasil, juntamente com a Índia e a África do Sul, tem se oposto veementemente a transformá-la em um bloco antiamericano ou antiocidental. “O Brasil sabe que a China é indispensável e os Estados Unidos são insubstituíveis”, disse-me Hussein Kalout, cientista político brasileiro que anteriormente atuou como secretário especial para assuntos estratégicos do país. “O Brasil nunca fará uma escolha binária. Isso não é uma opção.”

De fato, o Brasil tem muito a perder ao alienar os Estados Unidos, e seus laços crescentes com a China são tanto um sintoma do vinagre americano quanto do mel chinês. Ele faz uma enorme quantidade de negócios com os Estados Unidos, com um superávit comercial a favor dos Estados Unidos de cerca de US$ 7 bilhões no ano passado.

Os Estados Unidos são a maior fonte de investimento estrangeiro direto do Brasil, crescendo constantemente na última década em tudo, desde energia verde até manufatura. Lula e Trump podem ser ideologicamente opostos, mas se algum dia se encontrassem, teriam muitos motivos pragmáticos para se dar bem.

Em vez disso, Trump optou pelo antagonismo. Parte de seu cálculo, claramente, é político. Mas se Trump pensou que estava ajudando a direita de Jair Bolsonaro a reconquistar o poder ao minar Lula, sua carta parece ter tido o efeito oposto. Lula, que já foi um dos líderes mais populares e celebrados do mundo, obteve uma vitória muito apertada em 2023. Sua popularidade caiu à medida que ele luta para cumprir sua promessa eleitoral de reduzir os preços e melhorar a economia. Graças aos ataques de Trump, os brasileiros estão se unindo em torno de seu presidente.

Mas a disputa mostra algo mais profundo e importante. Para muitas potências emergentes, os supostos planos revisionistas da China de remodelar o mundo parecem brandos na comparação com o uso chocante de tarifas, sanções e poderio militar por parte de Trump.

“Da perspectiva brasileira, o país que busca firmemente mudar a dinâmica subjacente da ordem global são os Estados Unidos”, disse-me o cientista político brasileiro-alemão Oliver Stuenkel. Os Estados Unidos, e não a China, são os destruidores.

Isso é um choque para o mundo e uma vergonha terrível para os Estados Unidos. Trump está perdendo uma oportunidade que seus dois antecessores — Barack Obama e Joe Biden — deixaram escapar: usar o domínio decadente dos Estados Unidos para moldar uma nova ordem multipolar mais igualitária, que preserve a influência e o poder americanos, ao mesmo tempo em que abre espaço para que outros cresçam. Essa não seria uma tarefa fácil, exigindo escolhas dolorosas sobre os valores e compromissos fundamentais dos Estados Unidos. Também exigiria humildade, uma qualidade que poucos presidentes americanos demonstraram, em grande parte porque os eleitores americanos tendem a não buscá-la nem recompensá-la.

A inevitável Guerra Fria

Os americanos elegeram agora um presidente que parece não ter nenhuma humildade e cujas palavras e ações transbordam uma arrogância que nem mesmo a caricatura mais grosseira do americano feio conseguiria evocar. Mesmo que Trump tenha prometido evitar guerras e envolvimentos no exterior, sua visão de paz parece baseada em uma forma de domínio do tipo “América em primeiro lugar” que convida ao caos que ele promete evitar. Essa postura torna quase inevitável o confronto violento com a China, o único rival real da primazia americana — e mais provável o retorno da disputa sombria que caracterizou a Guerra Fria, quer a China deseje isso ou não.

O que é certo é que muitos países — ricos e pobres, em declínio e em ascensão — definitivamente não querem isso. O Brasil tem suas próprias lembranças amargas de ter sido um joguete de duas grandes potências envolvidas em uma luta pelo domínio. Em 1964, os Estados Unidos apoiaram um golpe que derrubou o presidente de esquerda democraticamente eleito do país, João Goulart, condenando o Brasil a mais de duas décadas de ditadura militar brutalmente repressiva. A ditadura foi apenas um capítulo da sangrenta batalha indireta entre os Estados Unidos e a União Soviética que não deixou nenhuma região intocada pela imposição do despotismo e da dominação.

Esperamos estar muito longe de um retorno a esse mundo. Lula, um populista inflamado, optou por não morder a isca retórica de Trump, apelando sobriamente para negociações. Mas ele também não recuou. Em uma entrevista na televisão, ele disse que, se os Estados Unidos não se sentarem à mesa, o Brasil aumentará suas tarifas para igualar as de Trump. “Se eles vão nos cobrar 50, nós vamos cobrar 50 deles”, disse ele.

Significativamente, ele baseou sua resposta nos poderes legais que lhe foram recentemente concedidos por um projeto de lei aprovado este ano pelo legislativo brasileiro. Trump, por outro lado, arrogou-se o direito de usar as tarifas como uma ferramenta pessoal para exercer seu poder à vontade.

FONTE New York Times, via Estadão

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FERNANDO
FERNANDO
3 horas atrás

Para mim, opinião minha, tudo o que está ocorrendo é falta de sintonia entre os dois presidentes, falta de pragmatismo.
Também acredito que os Estados Unidos nunca se quer pensaram em um mundo onde o dólar não fosse a moeda padrão de trocas comerciais.

fewoz
fewoz
Responder para  FERNANDO
2 horas atrás

Falta de pragmatismo por parte do Brasil? Está de brincadeira, né? Desde o primeiro momento o Brasil se mostrou disponível ao diálogo. Qualquer negação desta realidade é pura dissonância cognitiva.

Elias
Elias
Responder para  fewoz
1 hora atrás

Facil. !! É só nao se alinhar ao eixo do mal … delirio ingênuo de quem acredita que o atual governo vai ter condição de movimentar peças no tabuleiro politico do mundo . É só para dizer amem para o eixo ae nao tá fora

Pedro
Pedro
3 horas atrás

se tivesse perdido influencia não tava ninguém preocupado com essas taxas..

Deadeye
Deadeye
Responder para  Pedro
3 horas atrás

Essas ameaças são literalmente a ultima tentativa para evitar o declínio.

Esteves
Esteves
Responder para  Deadeye
1 hora atrás

Tem a guerra.

Heitor
Heitor
Responder para  Esteves
55 minutos atrás

Uma guerra apenas traria destruição a ambos os lados. Guerra contra a China? É tudo que a China quer, estão.modelando seu exército pra isso.

Deadeye
Deadeye
Responder para  Heitor
46 minutos atrás

Muitas vezes, lideres não tomam decisões racionais.

wilhelm
wilhelm
Responder para  Pedro
2 horas atrás

Sim, eles perderam muita influência.

O declínio americano é real e isso é uma percepção meio generalizada, inclusive internamente (o próprio Trump se elegeu, em parte, devido a adotar um tom que prometia estancar e reverter isso).

O erro é supor que esse declínio é irreversível ou que os EUA vão deixar de serem poderosos de maneira súbita. Isso não existe.

Esteves
Esteves
Responder para  wilhelm
1 hora atrás

Súbita não. Declinadamente.

Lúcio Sátiro
Lúcio Sátiro
3 horas atrás

O Restabelecimento pleno do Estado de Direito é um dever atinente a todos, autoridades e cidadãos.
O que está em jogo de fato?
|1- Restabelecimento da primazia da Lei e da Constituição Federal.
Há mais de uma década o STF vem usurpando os outros dois poderes, agredindo a separação, a harmonia e independência entre eles e sequestrando para si as atribuições que são dos outros poderes, sem que a Constituição lhes dê qualquer direito de fazerem isso.
Os ministros da atual composição da Corte vêm atuando de forma política, o que é imoral e VEDADO pela Lei e pelo princípio da Tripartição de Poderes. Para isso usam a manipulação semântica em suas decisões e a pavorosa, indecente e criminosa mutação constitucional pela qual um ministro não apenas nega o texto constitucional como vai além e diz exatamente o contrário do que o texto constitucional prevê.

|2- Reiterada prática de crimes de responsabilidade por parte dos ministros de STF.
Alguns ministros do STF reiteradas vezes praticam condutas PROIBIDAS pela Lei dos Crimes de Responsabilidade, Lei 1079/1950. As violações são claríssimas e o Senado Federal fica na omissão de punir tais condutas.
Aqui está o artigo 39, o mais violado da Lei 1079/50 em seus incisos que são constantemente desrespeitados pelos ministros:
Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal:
“2 – proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;”
O ministro Barroso disse em um desses eventos que “ nós derrotamos o Bolsonarismo”. O ministro Alexandre de Moraes em suas declarações se revela claro inimigo pessoal não só de Jair Bolsonaro como de todos os brasileiros de direita, estando os dois IMPEDIDOS por Lei de julgar nesses processos.
PROVA contra Barroso:
https://m.youtube.com/watch?v=UmbiVI-X4DI&pp=ygUeTm9zIGRlcnJvdGFtb3MgbyBCb2xzb25hcmlzbW8g

Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal:
“3 – exercer atividade político-partidária;”
O ministro Barroso há muitos anos vem participando de eventos organizados por partidos de esquerda juntos com a UNE e se manifestando politicamente em favor dessa ideologia, o que configura Clara atividade político – partidária e portanto crime de responsabilidade.
Importante dizer que os outros ministros, que não cometem diretamente esses crimes, tem decididamente apoiado essas práticas por causa do corporativismo provinciano, arcaico e da mentalidade medieval desse tribunal.

|3 – Cerceamento do Direito de Defesa.
Inúmeras vezes os advogados de Defesa dos acusados tentam acesso aos autos integrais dos processos e isso é NEGADO ou no mínimo dificultado à eles, violando o Art 5° inciso LV que estabelecem:
“LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”
4| Prática de Censura, em Clara violação aos direitos constitucionais da liberdade de expressão e dos direitos políticos previstos na mesma Constituição.
Art. 5°, IV
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
ALÉM DE VÁRIAS OUTRAS PRÁTICAS INCONSTITUCIONAIS!

fewoz
fewoz
Responder para  Lúcio Sátiro
2 horas atrás

Isso é assunto BRASILEIRO! Qualquer interferência estrangeira nos assuntos internos do Brasil é simplesmente inaceitável! Líderes como Enéas e tantos outros da época da Ditadura Militar estão se revirando em seus túmulos, certamente.

Juca
Juca
Responder para  fewoz
1 hora atrás

Enéas com certeza, porém muita gente da época da Ditadura se comportava como vassalo dos EUA.

Deadeye
Deadeye
Responder para  fewoz
45 minutos atrás

O engraçado, que até o Mourão que é o maior Bolsonarista que existe, disse o mesmo. É PROBLEMA NOSSO, não externo

Maverik
Maverik
3 horas atrás

A culpa não é deles, a culpa é nossa, porque fechamos o buraco de Cachimbo….

Deadeye
Deadeye
Responder para  Maverik
3 horas atrás

Maldito Collor

NEMOrevoltado
NEMOrevoltado
Responder para  Deadeye
3 horas atrás

Maldito seja Deodoro, o corno que vendeu o futuro!

Matheus
Matheus
Responder para  Maverik
3 horas atrás

Malditos sejam Collor e FHC.

wilhelm
wilhelm
Responder para  Maverik
2 horas atrás

Um dos eventos mais humilhantes e nocivos da história brasileira.

fewoz
fewoz
Responder para  Maverik
2 horas atrás

Ao ler o começo do comentário, achava que você iria falar outra coisa, haha. Mas é exatamente isso.

fewoz
fewoz
Responder para  Maverik
2 horas atrás

E por que fizeram isso? Para agradar aos americanos. A extrema direita atual faria até mesmo pior. De fato, estão fazendo e trabalhando arduamente contra o Brasil. Inacreditável.

José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  fewoz
1 hora atrás

Acorda cara, não existe mais sequer direita ou esquerda no Brasil. Essas duas facções que infestam o país são uma coisa totalmente diferente que se apropriou do rótulo. Quando que a esquerda originária defendia bandido ou a submissão a pautas estrangeiras. Quando que a direita original defendia vassalagem total aos EUA, quando Geisel fez isso ?

José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  Maverik
2 horas atrás

É só reabrir

NEMOrevoltado
NEMOrevoltado
3 horas atrás

…Graças aos ataques de Trump, os brasileiros estão se unindo em torno de seu presidente…

Parei por aqui.

fewoz
fewoz
Responder para  NEMOrevoltado
2 horas atrás

Independentemente da ideologia, isto deveria ser tratado como um assunto interno e neste caso específico, deveriam estar a favor de Lula, sim. É o óbvio para qualquer pessoa realmente patriota (Não “patriota” que trabalha ativamente contra o próprio país ou “patriota” que bate continência para a bandeira americana)… Se você discorda das políticas econômicas (ou quaisquer outras) do Lula, já é outro assunto.

Última edição 2 horas atrás por fewoz
wilhelm
wilhelm
Responder para  NEMOrevoltado
1 hora atrás

Historicamente, isso tende a acontecer, queira você ou não.

Em qualquer lugar do mundo, quando um país é ameaçado por outro, é normal e até esperado que a população do país ameaçado, por uma questão de orgulho nacional ferido e solidariedade, se una em defesa da própria nação, mesmo quando há alguma fratura ideológica entre parcelas do povo. Isso, naturalmente, quase sempre acaba beneficiando o governo vigente.

Talvez esse tipo de coisa não seja tão óbvio para quem leva a sério figuras como Eduardo Bolsonaro — que ontem, na CNN, disse que ficaria feliz em ver o Brasil sendo submetido a uma política de terra arrasada por vingança —, mas, para a maioria das pessoas, essa conclusão é bastante simples.

Nativo
Nativo
Responder para  wilhelm
1 hora atrás

E infelizmente temos muitos judas como o bananinha.

Matheus
Matheus
3 horas atrás

Sinceramente essas ações do Trump estão sendo as “pás de cal” da hegemonia Americana. Eu tenho certeza que no futuro não vai ser só o BRICS que vai querer achar uma alternativa ao Dólar, eu vejo uma Europa querendo usar ainda mais Euros em suas comprar de fora do bloco.

Agora a pergunta é, como se re-aproximar de seus aliados Latino-Americanos após essa pataquada e briga de ego que estamos vendo? Como convencer o povo desses países de que os EUA são um bom parceiro comercial?

fewoz
fewoz
Responder para  Matheus
2 horas atrás

1 – A UE existe há muito tempo. Se pudesse/quisesse elevar e promover o uso do Euro a nível mundial, já o teria feito. Mas parece mais interessada em seguir cegamente às ordens dos EUA, por isso não fizeram nem farão nada que os desagrade. É incrível pois é, junto com a China, um dos únicos únicos blocos/países capazes de fazer frente aos EUA, visto o tamanho de sua economia, poder de barganha e desenvolvimento tecnológico.

2 – A economia sempre vence. O país com maior potencial econômico na América Latina que poderia criar enorme parceria com o Brasil é o México. Mas eles são totalmente dependentes dos EUA. Exportam quase tudo para lá. E isso vale para todos os outros países, tanto da Am. Latina quanto do resto do mundo. É muito difícil iniciar um movimento espontâneo onde os países criam laços entre si e ficam menos dependentes dos EUA. Mas a médio/longo prazo, acho que a tendência será essa, sim. Pois já viram que os EUA não são parceiros confiáveis.

José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  fewoz
1 hora atrás

Qual sua opinião sobre a Tartaruga-sem-casco e a inércia a respeito da exploração do petróleo na Margem equatorial? Por favor.

Josè
Josè
3 horas atrás

Perdeu mesmo, vai tentando que uma hora “cola”, kkkkkkkk.

Última edição 3 horas atrás por Josè
Palpiteiro
Palpiteiro
3 horas atrás

Ótimo texto. Bastante coerente.

Fawcett
Fawcett
2 horas atrás

O Brasil estava muito bem com 10% de tarifas, mas o Lula quis aparecer criticando o Trump, visitando a Rússia no Dia da Vitória, falando em moeda única dos BRICs, etc. A família Bolsonaro também tem sua parcela de culpa enviando o Eduardo para instigar o Trump a defender o paizinho retardado, aí deu no que deu. Toda esta crise mostra que não temos lideranças a altura do nosso país e que as duas forças dominantes na política nacional da atualidade estão mais preocupadas em defender seus próprios interesses que em cuidar dos interesses do país. Politicamente o Brasil está podre e estas tarifas são apenas uma consequência disso.

fewoz
fewoz
Responder para  Fawcett
2 horas atrás

Que bom. Um dos raros comentários coerentes aqui. Achei que iria defender a familícia, mas foi bastante justo. Tem total razão. Não estamos em posição de comprar briga com ninguém e seria melhor se o Brasil fosse discreto. Agora, os EUA estão se metendo em assuntos internos do Brasil e isso é inadmissível. Temos que saber jogar o xadrez 4D, mas também não dá pra aceitar tudo que os yankees impõe.

Esteves
Esteves
Responder para  fewoz
1 hora atrás

Nossa liderança é egocêntrica e narcisista. Quando Bozo visitou Putin levou um memorando de intenções para a Rosatom com a Nuclep, sobre transferência de tecnologia na produção de combustível nuclear ao Brasil. Foi notícia.

Rosatom, gigante estatal russa de energia nuclear, produziu recentemente um combustível nuclear com coloração rosa, o que chamou a atenção da mídia internacional.

• A coloração rosada do combustível não é estética ou acidental.
• Trata-se de um combustível nuclear inovador chamado TVS-Kvadrat (TVS-K), desenvolvido para reatores do tipo PWR (Pressurized Water Reactor), padrão ocidental, diferente dos reatores tradicionais russos.
• O tom rosa vem do revestimento de óxido de zircônio com aditivos especiais, que protege as pastilhas de urânio.
• Esse material ajuda a melhorar a segurança e a durabilidade, além de ser mais resistente a temperaturas extremas e acidentes.

Geopolítica da energia nuclear
• A Rosatom quer entrar no mercado ocidental de combustível nuclear, dominado por então EUA e Europa.
• Com esse combustível, a Rússia consegue fornecer barras de combustível compatíveis com usinas nucleares da Europa e dos EUA, aumentando sua influência no setor.

Segurança e inovação
• A coloração rosa indica o uso de tecnologias de revestimento avançado (ATF – Accident Tolerant Fuel).
• O objetivo é tornar o combustível mais seguro em situações de emergência, como as que ocorreram em Fukushima.

Os norte-americanos querem que o mundo exploda…mas sem concorrência.

Juca
Juca
Responder para  Fawcett
1 hora atrás

Excelente comentário, porém não acredito que o Trump teria taxado o Brasil em 50% ou 100%(caso aconteça) se a questão Bolsonaro não estivesse envolvida, mesmo com o Lula fazendo as trapalhadas que você bem mencionou.

Agora eleger novamente o Bolsonaro pode ser perigosíssimo para o futuro do Brasil, sabe-se lá como ele vai pagar esses favores que deve ao Trump.

Gabriel BR
Gabriel BR
2 horas atrás

Vejamos até onde o Bananil é capaz de ir … a maior republiqueta de bananas do mundo só tem tamanho.

Luiz
Luiz
Responder para  Gabriel BR
2 horas atrás

Enquanto isso, não muito longe daqui…

A Argentina avançou na negociação com os Estados Unidos para obter tarifa zero às exportações de até 80% de seus produtos.

Nativo
Nativo
Responder para  Gabriel BR
1 hora atrás

Será que é só tamanho? O laranjão não iria se incomoda com os enormes Mongólia, Congo kinshasa, Cazaquistão, mas se incomoda com o Brasil , só os nacionalistas redes sociais que não enxergam o país que tem.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
2 horas atrás

O eixo econômico está transitando para a Ásia. Hoje, das 5 maiores economias do mundo (por ordem, EUA, China, Japão, Alemanha e Índia), 3 estão na Asia e até o fim da década, das 4 maiores economias do mundo, 3 serão asiáticas porque a Índia vai ultrapassar a Alemanha.

José Joaquim da Silva Santos
José Joaquim da Silva Santos
Responder para  Jacinto Fernandes
1 hora atrás

Japão e Alemanha estão na beirada, já caindo pra trás da Índia, que em poucos anos assumirá a terceira posição

Delfim
Delfim
1 hora atrás

Ah sim, China Rússia e Índia deram pra trás na questão da moeda do Brics, como a influência dos EUA caiu.

SQN.

Luiz
Luiz
Responder para  Delfim
1 hora atrás

Exato, e o Trump já deu um novo recado:

“Trump defende dólar e diz que Brics “vai acabar muito rápido” se bloco se unir contra os EUA”

Eles vão desafiar?

Gustavão
Gustavão
1 hora atrás

Precisamos de três coisas
1 bomba atômica- independência
2 bomba atômica- soberania
3 bomba atômica- liberdade.

Gabriel BR
Gabriel BR
Responder para  Gustavão
57 minutos atrás

Precisamos de:
1-Saneamento básico.
2-Ferrovias.
3-Programa habitacional robusto de bairros populares, com a finalidade de reduzir dramaticamente as favelas no Brasil.
4-Reforma Agrária nos moldes Sul coreanos.

Dr. Mundico
Dr. Mundico
1 hora atrás

Não se trata de vender delírios nem sustos, mas o Brasil está caminhando para mais uma ruptura institucional por seus próprios esforço e mérito.
Desde o Império a história brasileira oscila entre mandonismo e acomodação, ou seja, períodos de autoritarismo boçal e períodos de conchavo velhaco.
Nossa última “criação” foi o presidencialismo de consenso, essa aberração que inclui oligarquias, tecnocratas viciados, acadêmicos barrocos e vigaristas subalternos que viabilizam a farsa.
O povo participa com o suor e com o voto, já domesticado com favores para os pobres e privilégios para os ricos.
Junte-se décadas de estagnação, imobilismo, venalidade e ultimamente o excesso de um poder da república que perdeu limite e medida.
O modelo esgotou e agora sobrevive de bravatas nacionaleiras e voluntarismo infanto-juvenil dirigido ás massas. Quando a soberania é a última bandeira, é sinal que a governabilidade já saiu pela porta dos fundos…
Lamento dizer, mas teremos uma ruptura institucional em poucos mêses, dessa vez mais violenta e deletéria, pois acontece num momento crucial na agenda econômica mundial.
Orai e vigiai.

Esteves
Esteves
1 hora atrás

Se.

Se nossas instituições são imperfeitas…bancos
públicos, poderes da república, estatais e autarquias,
isso é da conta dos brasileiros.

Como estaríamos se durante a condenação de Lula, qualquer país simpatizante como França, China, Russia, Alemanha, decidisse sancionar e pressionar nossas instituições por motivos imperiais e político-econômicos alegando injustiças?

Se o STF politizou…se…isso é da nossa conta. Se o Congresso virou pasto e quem lá cai não levanta mais, é da conta de quem votou.

Quem no Brasil ou no Brics fala contra o Fracking nos EUA? Ou contra o genocidio e assassinatos contra povos indígenas nos EUA?

Carne, café e suco de laranja brasileiros entram no mercado norte-americano em cadeias de valor. Serão industrializados. Quantos empregos serão perdidos na industrialização desses produtos nos EUA?

As ameaças e sanções cada vez mais frequentes, especialmente no governo Trump (tanto no passado quanto em sua atual postura política) são sintomas do declínio dos EUA na ordem mundial embora isso não signifique um colapso iminente, mas que certamente agravarão o emprego aumentando a impressionante quantidade de moradores de rua no entorno da Casa Branca.

Poder hegemônico em transição

• Os EUA foram a potência indiscutível do mundo entre 1945 e o início dos anos 2000.
• Hoje, enfrentam competidores sistêmicos, como China, Rússia e um Sul Global mais assertivo.
• Quando a hegemonia se sente ameaçada, ela tende a recorrer mais à força direta ou indireta: sanções, ameaças, tarifas e coerção.

Instrumento da coerção econômica

• O dólar e o sistema financeiro global ainda dão aos EUA um poder desproporcional sobre outros países.
• Mas o uso excessivo de sanções gera um efeito bumerangue: estimula alternativas (como o yuan em acordos bilaterais, o sistema MIR russo, ou o fortalecimento dos BRICS).
• Isso desgasta a confiança no sistema liderado pelos EUA e acelera a transição para um mundo multipolar.

Trump como sintoma e causa

• A postura agressiva de Trump representa uma ala do sistema americano que entende que os EUA não conseguem mais controlar o mundo pelos antigos mecanismos diplomáticos ou culturais (soft power).
• Restam as tarifas, sanções e ameaças militares, o chamado “hard power”.
• Esse comportamento é típico de impérios em fase de contenção e declínio relativo. Foi assim com o Império Britânico e outros na história.

Exemplo atual

• As ameaças de Trump a aliados da OTAN sobre pagamentos de defesa, sanções contra a China e medidas punitivas contra países latino-americanos não são sinais de força confiante, mas de fragilidade estratégica mascarada de bravata.

Quanto mais os EUA usam sanções e ameaças como primeira opção, mais demonstram que estão perdendo a capacidade de liderar pelo exemplo e pela influência consensual. Esse é um clássico sinal de declínio relativo, ainda que os EUA continuem muito poderosos.

O Fracking trouxe ganhos econômicos principalmente após a destruição do Nord Stream pelos norte-americanos.

Em 26 de setembro de 2022, explosões submarinas destruíram trechos dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que ligavam a Rússia à Alemanha pelo Mar Báltico.

Consequências geopolíticas

Corte definitivo do fornecimento russo

• O Nord Stream 1 já estava reduzido, mas a explosão acabou com qualquer chance de retomada do fornecimento de gás russo barato à Alemanha e Europa.
• O Nord Stream 2 nunca chegou a entrar em operação, mas estava pronto para funcionar.

Outras consequências / Contaminações pelo Fracking nos EUA

• Vazamentos de produtos químicos usados no fracking contaminam lençóis freáticos e poços de água potável.
• Metano dissolvido já foi detectado em águas residenciais próximas a poços de fracking, causando risco de explosão.
• Águas residuais do processo, altamente tóxicas, às vezes são descartadas de forma inadequada ou reinyetadas no subsolo.

Poluição do ar

• Liberação de gases tóxicos: benzeno, tolueno, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis.
• Aumento de doenças respiratórias e câncer em comunidades próximas.
• Contribuição ao efeito estufa com emissões de metano (um gás 80 vezes mais potente que o CO₂ no curto prazo).

Atividade sísmica (terremotos)

• O fracking em si provoca microtremores, mas a injeção de águas residuais em poços profundos gera sismos significativos.
• Regiões como Oklahoma, antes estáveis, tornaram-se zonas sísmicas ativas.

4. Impactos sobre a fauna e flora

• Destruição de habitats naturais com a instalação de poços e infraestrutura.
• Poluição de rios e lagos afeta peixes e outros animais.
• Danos em áreas agrícolas próximas, com perda de produtividade e saúde do solo.

Consumo excessivo de água

• Cada poço de fracking usa entre 7 e 20 milhões de litros de água, um impacto relevante especialmente em regiões áridas ou em seca.

Danos à saúde humana

• Populações próximas a regiões de fracking relatam aumento de:
• Doenças respiratórias
• Problemas neurológicos
• Problemas de pele e cânceres
• Nascimentos prematuros e anomalias congênitas

Embora não exista um número fechado por falta de transparência e omissão oficial, estudos independentes e estimativas acadêmicas apontam que entre 2 a 3 milhões de pessoas nos EUA já foram expostas diretamente a riscos de saúde associados ao fracking, com centenas de milhares de casos de sintomas, doenças relatadas e mortes.

Mortes / Contaminação do ar e da água potável

Estudos da Johns Hopkins University e da Yale School of Public Health revelaram:
• Aumento de até 40% em nascimentos prematuros
• Crescimento de problemas respiratórios
• Elevação de casos de doenças cutâneas, envenenamento por benzeno e problemas neurológicos.

Os EUA, além das sanções e pressões políticas, não pouparão ataques militares e novas guerras como o incentivo à Argentina para procurar saídas ao Pacífico invadindo o Chile, uma clara resposta a ferrovia Transpacífico patrocinada pela China no norte do Brasil.

Os EUA apostam em fronteiras não pacificadas como as ZEE Argentina/Chile, no choque politico entre direita/esquerda em democracias frágeis como Brasil e Colômbia e na fragilidade dos patriotas que se vendem por qualquer promessa gentil.

Eis que surge o perigoso Tarcísio. Planta alimentar quando nasce e extremamente venenosa quando adulta. Outro golpista no discurso contra as eleições e contra as instituições.

Quem sobreviver ficará cego?

Fëanor
Fëanor
1 hora atrás

Perda de influência global?

É melhor ser temido e com isso ser respeitado do que ser bem quisto, porém desrespeitado.

Poder se exerce pela demonstração de força.

Vagner
Vagner
38 minutos atrás

A hora e de pragmatismo e cabeca fresca. O Brasil ainda nao fez a licao de casa, nao esta nem no mesmo nivel de India ou Russia. Um pais onde o esquadrao mais ativo de sua forca aerea e o GTE tem que ter humildade e senso de sobrevivencia. O Lule e suas jabuticabas que se cuidem, esse pode ser o momento Galtieri desse governo(sic).
Vamu faze o L e comer jabuticaba que a dor de barricade passa kkkk..

Macgaren
Macgaren
27 minutos atrás

Uma coisa é certa, esses 2 últimos governos transformaram o Itamaraty em um setor ideologico(um brigou com a China e outro com os EUA).

O troco vem agora.

Saudades da real neutralidade brasileira como a India pratica hoje e tira proveito.

Vagner
Vagner
Responder para  Macgaren
24 minutos atrás

Acho interessante que nimguem fala do Amorim, o arquiteto desse desastre diplomatico. Ele tocou fogo em tudo e simplesmente sumiu.

Moisés
Moisés
Responder para  Macgaren
3 minutos atrás

Em que momento o Itamaraty “brigou” com os EUA ? Seguir a legislação brasileira é brigar com os EUA onde? O governo atual abriu vários mercados para os produtos brasileiros (Vietnã é um exemplo). Tá hora de ser realista. A decisão dos EUA de impor tarifas foi unilateral e ignora que eles tem superávit conosco.