IDV lidera programa da OTAN para integrar veículos e drones autônomos em operações militares complexas

Bruxelas, 16 jul. 2025 — A empresa IDV (Iveco Defence Vehicles) assumiu a liderança de um ambicioso programa da OTAN que promete revolucionar o campo de batalha ao integrar veículos terrestres não tripulados (UGVs) e sistemas aéreos não tripulados (UAS) em operações militares conjuntas. O objetivo é desenvolver uma capacidade integrada de Sistemas Robóticos e Autônomos (RAS) capaz de atuar em cenários de combate reais, complexos e dinâmicos.

O projeto, coordenado pela Agência de Apoio e Aquisição da OTAN (NSPA), reúne empresas de tecnologia de ponta de países-membros da Aliança, cada uma trazendo soluções complementares em robótica e sistemas autônomos. Além da IDV, participam do consórcio as empresas LEM, SIRALAB e REBEL ALLIANCE, especializadas em tecnologias de automação e inteligência artificial para aplicações militares.

Entre as inovações apresentadas, destacam-se o VIKING UGV — veículo terrestre autônomo projetado para múltiplas missões — e o LMV OU (Optionally Uncrewed Light Multirole Vehicle), um veículo leve multitarefa capaz de operar de forma manual, teleoperada ou totalmente autônoma, ambos produzidos pela IDV e preparados para receber diversos tipos de carga útil adaptáveis às exigências do campo de batalha.

O programa prevê intensa experimentação prática, envolvendo o Exército Italiano e outras forças armadas da OTAN, para demonstrar como os sistemas integrados podem oferecer vantagens operacionais significativas. Entre os cenários de uso previstos estão missões de reabastecimento, evacuação médica de urgência (CASEVAC e MEDEVAC), reconhecimento de rotas de comunicação, operações de vigilância, aquisição de alvos (ISTAR) e comboios em esquema manned/unmanned teaming (MUM-T).

Além de desenvolver soluções tecnológicas, o trabalho busca estabelecer uma estratégia de adoção de RAS dentro da OTAN, definindo roteiros para a introdução desses sistemas em serviço ativo. O comando e controle de todos os sistemas será realizado por meio de uma arquitetura avançada interoperável distribuída em nós de rede previamente definidos, permitindo maior eficiência, segurança e redução de riscos para as tropas em operações.

Segundo a NSPA, a iniciativa está alinhada com os objetivos da Aliança Atlântica de modernizar suas capacidades militares e manter a superioridade tecnológica frente a ameaças emergentes. “Estamos diante de um divisor de águas na forma de operar no campo de batalha, reduzindo a exposição de vidas humanas e maximizando a eficácia operacional”, destacou um porta-voz da agência.

A NSPA, sediada em Luxemburgo, é responsável pela aquisição, suporte e manutenção de capacidades multinacionais em todas as áreas da defesa, funcionando como elo entre a indústria e os países membros da OTAN para garantir soluções eficientes e economicamente viáveis.