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Em cerimônia ocorrida na última sexta-feira (26), foi realizada a entrega simbólica da centésima unidade do Veículo Blindado de Transporte de Pessoal (VBTP-MR) Guarani ao Exército Brasileiro. O evento aconteceu na fábrica da multinacional italiana Iveco, em Sete Lagoas (MG), parceira da Força Terrestre no desenvolvimento do projeto. Além do ministro da Defesa, Celso Amorim, estiveram presentes o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, e o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.

Projetado pelo Centro de Tecnologia do Exército (CTEx), o Guarani foi desenvolvido para substituir os antigos blindados Urutu e Cascavel. O moderno equipamento, cuja propriedade intelectual pertence à Força Terrestre, pode ser empregado em operações militares de ataque, defesa, patrulhamento e missões de paz. A centésima unidade será entregue, junto de outras três, ao 3º Regimento de Cavalaria Mecanizada de Bagé, no Rio Grande do Sul. Para o ministro Celso Amorim, o sucesso do projeto do blindado Guarani demonstra a “capacidade de desenvolvimento conjunto do Estado brasileiro e de uma multinacional”. Para o dirigente, o Brasil não pode ser dependente de equipamentos estrangeiros em sua estratégia de Defesa nacional – cerca de 90% dos componentes utilizados na fabricação do Guarani são de origem nacional.

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“Um país como o Brasil não pode prescindir de uma Defesa adequada, que deve estar preparada para dissuadir qualquer ameaça. É fundamental que a sociedade civil compreenda a importância do equipamento de defesa para um país das nossas dimensões e com as nossas riquezas”, ressaltou o ministro. A parceria com a multinacional Iveco, que construiu um módulo industrial de 35 mil m² para fabricação do Guarani, foi destacada por Amorim como modelo de cooperação internacional na área de Defesa. “Não estamos fechados”, destacou.

O ministro, juntamente do presidente da CNH Industrial, holding à qual pertence a Iveco, Wilmar Fistarol, colocou o selo de 100º Guarani entregue ao Exército na blindagem da unidade disposta junto à cerimônia em Sete Lagoas.

Em operação

Desde que teve seu primeiro lote entregue, em março último, ao 33º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIM) em Cascavel (PR), outras três unidades militares receberam o blindado Guarani: 34º BIM, em Foz do Iguaçu (PR); 30º BIM, em Apucarana (PR); e o Centro de Instrução de Blindados em Santa Maria (RS). Exemplares do Guarani já foram empregados na Operação Ágata 8, realizada em maio último, na fronteira com o Paraguai, e também na operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que acontece no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Além dos quatro blindados que seguirão para Bagé, outras seis unidades militares já tem previsão de receber exemplares do Guarani: 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, em Francisco Beltrão (PR); 11º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RCM), em Ponta Porã (MS); 17º RCM, em Amambai (MS); 57º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIM), no Rio de Janeiro; e no 1º BIM, também no Rio de Janeiro

No total, 56 Guaranis já foram entregues ao Exército e outras 72 unidades estão em processo de recebimento por parte da Força Terrestre. A previsão é que, em 20 anos, 2044 blindados sejam incorporados às Forças Armadas.

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Modernidade

Com capacidade para 11 homens – sendo nove combatentes, um atirador e um condutor –, o blindado Guarani contém, além de ar condicionado, uma série de inovações tecnológicas: baixa assinatura térmica e radar – o que dificulta sua localização pelos inimigos; proteção blindada para munição perfurante incendiária e minas anticarro; navegação por GPS; freios ABS; visão noturna; motor de 383 cv, com velocidade máxima de 100 km/h; sistema de gerenciamento de campo de batalha; e sistema de consciência situacional.

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O Guarani também é preparado para navegação, com hélices traseiras que lhe dão capacidade anfíbia. Suas torres podem ser equipadas com canhões de munição de 30mm, além de metralhadoras .50 e 7,62mm. É projetado para atingir alvos aéreos e terrestres. Desde 2013, os militares dos batalhões de infantaria mecanizado das regiões Sul e Centro-Oeste estão recebendo adestramento específico para operar o novo blindado. Cada unidade do Guarani leva até 3,2 mil horas para ser fabricada. São 350 funcionários na linha de montagem, inaugurada em 2013 especificamente para o projeto e que tem capacidade de produzir entre 120 e 200 blindados ao ano.

“Unimos a experiência da Iveco às necessidades das Forças Armadas de modernização de seus equipamentos. É uma tarefa altamente complexa, mas que resulta num produto genuinamente brasileiro, adequado à nossa realidade. É uma parceria promissora que ajudará a impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país e a consolidar a Base Industrial de Defesa (BID)”, ressaltou Vilmar Fistarol, presidente da CNH Industrial.

Perspectivas

A plataforma do blindado será usada como base para a produção de uma família de até 10 diferentes versões do Guarani, entre elas viaturas de reconhecimento, socorro, posto de comando e controle, porta morteiro e ambulância.

A modernidade, versatilidade e eficácia do Guarani tem atraído a atenção de países em processo de renovação e atualização de seus equipamentos militares. De acordo com o chefe de Assuntos Estratégicos do Ministério da Defesa, general Menandro Garcia de Freitas, já existem manifestações de países interessados pelo equipamento desenvolvido no Brasil. “Existe uma demanda mundial por blindados como o da família Guarani”, disse. Entre as diversas autoridades civis e militares na cerimônia de entrega do 100º Guarani, estavam presentes o chefe do Estado Maior do Exército, general Adhemar da Costa Machado; o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Sinclair Mayer; e o comandante Militar do Leste, general Francisco Modesto.

DIVULGAÇÃO: Ministério da Defesa

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Colombelli
Colombelli
10 anos atrás

Bagé? acho que que queriam dizer Santa Maria.