NATO Ukraine

A Ucrânia apelou à OTAN para que seja convidada a integrar a aliança militar durante uma reunião marcada para a próxima semana, conforme revelado em uma carta.

Um documento obtido pela Reuters mostra o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, escrevendo aos seus colegas da OTAN: “Peço que aprovem a decisão de convidar a Ucrânia a se juntar à Aliança como um dos resultados da Reunião Ministerial de Relações Exteriores da OTAN em 3-4 de dezembro de 2024.”

A reunião da próxima semana com líderes da OTAN será realizada em Bruxelas.

A Ucrânia busca tanto a adesão à OTAN quanto à União Europeia (UE), como forma de se proteger contra possíveis novas agressões da Rússia.

Além disso, o governo ucraniano expressou sua “decepção” com a decisão da Geórgia de adiar as negociações sobre sua própria adesão à UE para 2028, devido a preocupações de que o governo georgiano esteja se aproximando de Vladimir Putin.

Como um país pode se tornar membro da OTAN?

Para um país se tornar membro da OTAN, é necessário seguir um processo estruturado que inclui os seguintes passos:

  1. Compromisso com os Princípios da OTAN
    • O país candidato deve aderir aos princípios democráticos, incluindo respeito aos direitos humanos, à liberdade individual e ao estado de direito.
  2. Diálogo e Avaliação Inicial
    • A OTAN realiza um diálogo com o país interessado para avaliar sua capacidade de cumprir as obrigações de membro. Isso inclui questões militares, políticas e econômicas.
  3. Plano de Ação para Adesão (MAP)
    • O país pode ser incluído em um Plano de Ação para Adesão (Membership Action Plan), que estabelece os critérios que precisam ser cumpridos antes de a adesão ser aprovada.
  4. Reformas Necessárias
    • O país candidato deve implementar reformas políticas, econômicas e militares para alinhar-se aos padrões da OTAN.
  5. Convite Oficial
    • Os membros atuais da OTAN devem concordar por unanimidade em convidar o país a se juntar à aliança.
  6. Ratificação pelos Membros da OTAN
    • Após o convite, todos os países membros da OTAN precisam ratificar o acordo de adesão, geralmente por meio de seus parlamentos.
  7. Conclusão e Integração
    • Quando todas as condições forem atendidas e os tratados ratificados, o país se torna formalmente membro da OTAN.

No caso da Ucrânia, a busca por adesão enfrenta desafios geopolíticos significativos devido ao conflito com a Rússia e à necessidade de reformas internas profundas para atender aos critérios da aliança. Além disso, a adesão à OTAN exige consenso unânime entre todos os membros atuais, o que pode ser complicado em um contexto de tensões internacionais.

Compromissos da OTAN e Acordos Bilaterais

Os EUA, como principal potência militar da OTAN, têm compromissos de defesa coletiva com outros membros da aliança, conforme estabelecido no Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte. Esse artigo determina que um ataque a qualquer membro da OTAN é considerado um ataque a todos, o que pode levar ao envio de forças ou armamentos, incluindo mísseis, para proteger o país ameaçado.

Além disso, muitos países da OTAN possuem acordos bilaterais de defesa com os EUA, que podem prever a instalação de bases, armamentos ou tropas americanas em seus territórios. Esses acordos frequentemente incluem detalhes como:

  • Uso compartilhado de bases militares;
  • Presença permanente ou rotacional de tropas americanas;
  • Estações de radar ou sistemas de defesa antimísseis.

Sistemas de Defesa Conjunta da OTAN

Dentro da OTAN, os Estados Unidos podem implantar mísseis como parte de sistemas de defesa conjunta. Um exemplo é o escudo antimísseis da OTAN, que inclui sistemas como o Aegis Ashore. Este sistema já foi instalado na Polônia e na Romênia, sendo operado pelos EUA em coordenação com a OTAN. A implantação desses sistemas envolve:

  • Acordos entre o país anfitrião e os EUA;
  • Avaliações estratégicas sobre ameaças à segurança;
  • Decisões conjuntas no Conselho do Atlântico Norte (órgão principal da OTAN).

Mobilização de Forças em Resposta a Crises

A-10 Thunderbolt II da USAF operando na Letônia, em 2022

Se um país membro da OTAN enfrentar uma ameaça iminente ou ataque, os EUA podem enviar forças militares e armamentos para reforçar a segurança do aliado. Isso pode ocorrer de duas formas principais:

  • Forças Rotacionais: Tropas e equipamentos são enviados temporariamente para exercícios, treinamentos ou reforço da segurança em áreas estratégicas. Por exemplo, forças americanas foram deslocadas para países bálticos e para a Polônia após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
  • Mobilização de Emergência: Em situações de crise, como agressões externas, os EUA podem rapidamente enviar forças e mísseis para garantir a segurança do aliado, dentro do compromisso de defesa coletiva da OTAN.

Soldados do Exército dos EUA com a Companhia Charlie, 3º Batalhão, 67º Regimento Blindado, 2ª Equipe de Combate da Brigada Blindada, 3ª Divisão de Infantaria, executam movimento tático em um terreno urbanizado durante o exercício Strong Griffin na Área de Treinamento de Pabrade, Lituânia, 17 de novembro de 2023

Bases Militares Americanas

Muitos países da OTAN já possuem bases militares americanas em seus territórios, que facilitam a presença de tropas e mísseis dos EUA. Exemplos incluem:

  • Alemanha: Com grandes bases como Ramstein, usada como centro de comando europeu.
  • Itália: Onde estão posicionados sistemas de mísseis e forças aéreas dos EUA.
  • Polônia e Romênia: Recentemente reforçadas com sistemas de defesa antimísseis e tropas adicionais em resposta a tensões com a Rússia.

Essas bases são estratégicas para os EUA e para a OTAN, permitindo um posicionamento rápido de forças em caso de necessidade.

Logística e Autorização

A recepção de forças ou mísseis dos EUA por um país da OTAN envolve vários passos logísticos e políticos, incluindo:

  • Autorização do país anfitrião: O governo do país deve concordar com a instalação ou o envio de armamentos.
  • Cooperação com a OTAN: A operação precisa estar alinhada aos interesses estratégicos da aliança.
  • Apoio logístico: O país anfitrião geralmente fornece infraestrutura, como aeroportos, portos e áreas de armazenamento para os armamentos.

Exercícios e Treinamentos

Os EUA frequentemente enviam mísseis e forças para exercícios conjuntos com aliados da OTAN, como parte da preparação e dissuasão. Esses exercícios simulam cenários de defesa e ajudam a melhorar a interoperabilidade entre as forças americanas e as dos aliados.

Exemplo Recente

Um exemplo claro de como os EUA utilizam esses mecanismos foi a implantação de sistemas de mísseis Patriot na Polônia e em outros países da Europa Oriental em resposta à invasão russa da Ucrânia. Esses sistemas foram enviados para proteger aliados próximos ao conflito, reforçando a dissuasão e mostrando o compromisso dos EUA com a segurança da OTAN.

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Ozawa
Ozawa
9 dias atrás

O Zé já percebeu que a política americana em 2026 será América first, e o resto, incluindo obviamente a Ucrânia, lastEle já viu a política de paz proposta pelo Keith “Sucrilhos” Kellogg e está tentando a última chance de entrar na OTAN …

Alerta de spoiler, Zé: não vai conseguir.

Ozawa
Ozawa
Reply to  Ozawa
9 dias atrás

Digo: 2025, em diante.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Reply to  Ozawa
9 dias atrás

Eu sempre me perguntei se o Zé tinha um real plano B caso o “homem-laranja” fosse reeleito como presidente.
Se ele tiver esse plano, eu acho que AOIRA seria uma boa hora pra apresentá-lo…

gordo
gordo
Reply to  Ozawa
9 dias atrás

Mesmo porque a adesão da Ucrânia a OTAN seria o bilhete para o hemisfério norte ir pra idade da pedra. Sobraria pra nós os mais variados roteiros de filmes apocalípticos. O Zé tem que ver que a Ucrânia já deu o que tinha que dar, para os EUA, e agora é esperar o governo Trump.

Bispo de Guerra
Bispo de Guerra
9 dias atrás

Perda de tempo + desespero.

Para ser aceito o pretendente precisa da anuência de todos os membros.

Hungria dará seu aval em 2475..rs

EUA , Alemanha, Espanha … etc ao cubo idem.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
9 dias atrás

“Ratificação pelos Membros da OTAN Após o convite, todos os países membros da OTAN precisam ratificar o acordo de adesão, geralmente por meio de seus parlamentos.” Eu fico tentado a imaginar quantas concessões e benesses o Tio Sam e o resto da OTAN não teriam que fazer pra Turquia pra que ela aceite isso… Provavelmente ela FINALMENTE ser aceita na UE, e isso apenas no começo. A Turquia é um país que sabe as cartas que tem na mão, e sabe como utilizá-las. E, me corrijam a memória, mas não tem uma cláusula que impede que países com territórios ocupados… Read more »

Hcosta
Hcosta
Reply to  Willber Rodrigues
9 dias atrás

é mais difícil entrar na UE do que na OTAN…

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Reply to  Hcosta
9 dias atrás

Deve ser mesmo, já que a Turquia tenta a décadas pra receber um “na volta a gente compra” toda vez…
Aliás, a Turquia deve ficar bem feliz em saber que tenta a décadas entrar na UE pra ouvir todo tipo de desculpas pra não ser aceita, enquanto a Ucrânia, só porque foi invadida, recebe tapinhas nas costas e primessas de entrar na UE em breve…

Juggerbr
Juggerbr
9 dias atrás

O ‘não’ ele já tem…

Satyricon
Satyricon
Reply to  Juggerbr
9 dias atrás

Exatamente.

É muito mais que isso. Zelenski foi bem claro quanto às opções que restam à Ucrânia: ou adere à OTAN, ou desenvolve suas próprias armas nucleares.

Irônico como pode-se chegar a um conflito nuclear, justamente pegando-se o caminho que se julga ser o mais óbvio para evitar-se um.

José 001
José 001
9 dias atrás

Zé Laskensky querendo levar a Geórgia de arrasta junto com ele.

É melhor ele se preocupar com Eslovênia e Hungria hoje, porque pode piorar.

Está chegando o segundo turno das eleições na Romênia, e o candidato que venceu o primeiro turno é Pró-Rússia, contra a ajuda da OTAN a Ucrânia, e até contra o escudo antimísseis instalados na Romênia pelos EUA.

Se cuida Zé Laskensky.

Last edited 9 dias atrás by José 001
Danieljr
Danieljr
9 dias atrás

A adaptação dos equipamentos Ucranianos para o padrão ocidental está mais fácil, quase tudo que era soviético já foi retirado de funcionamento.

Somente equipos ocidentais estão suprindo as tropas.

Heinz
Heinz
Reply to  Danieljr
9 dias atrás

Baseado em que tu diz isso? Apesar que, de fato há muito equipamento ocidental.
Os ucranianos ainda utilizam e muito armamentos soviéticos, BMP 1, BMP2, T64 ainda é o tanque em maior número no arsenal, helicópteros em sua grande maioria são dos tempos soviéticos, canhões D20, rifles AK e etc

Zorann
Zorann
Reply to  Danieljr
6 dias atrás

retirado de funcionamento, você quer dizer destruído, né?

Maurício.
Maurício.
9 dias atrás

Alguns fatos sobre a Ucrânia e Zelensky. – A Ucrânia é um dos países mais corruptos do mundo, e um dos mais pobres da Europa. – Nunca foi de fato uma democracia plena. – Ligação da Ucrânia com grupos de ideologia nazi, o Batalhão Azov, (cujo um dos ídolos é Stepan Bandera, um colaborador dos nazis) UNA-UNSO, e o Right Sector são alguns exemplos. – A Ucrânia matou civis em seus ataques contra Donetsk e Lugansk, e quem diz isso é a própria Human Rights Watch, inclusive com o uso de munições de fragmentação em áreas populosas, isso já lá… Read more »

LUIZ
LUIZ
Reply to  Maurício.
9 dias atrás

E o pior o ataque terrorista que resultou na morte de mais de 140 pessoas num teatro em Moscou.

Nilo
Nilo
9 dias atrás

Os riscos de fracasso do Zé aumenta com entrada do novo governo americano e sem esse convite ou salvo conduto.
Sobra o Reino Unido e os países bálticos para insistirem nessa loucura e dos ingleses e Zé esperem de tudo.

Zorann
Zorann
Reply to  Nilo
6 dias atrás

o Reino Unido que acabou de fazer o maior corte de gastos militares em 30 anos?

Rogério Loureiro Dhiério
Rogério Loureiro Dhiério
9 dias atrás

Acho que não vão conceder isso não más……do jeito que o mundo anda, já já até o Brasil se muda para a Europa e pede adesão tbm.

LUIZ
LUIZ
Reply to  Rogério Loureiro Dhiério
9 dias atrás

“Acho que não vão conceder isso não más……”

Essa revolução colorida que resultou em guerra na Ucrânia mostra o desastre da política externa dos EUA. Eles não medem esforços pra destruir países em nome de democracia e liberdade falsas.

Rogério Loureiro Dhierio
Rogério Loureiro Dhierio
Reply to  LUIZ
8 dias atrás

Nada de novo.

São a nova Roma, novos Persas, Nova Alemanha, resumo.

Um novo império que se alimenta de forma tradicional como todas as outras.
A barbárie é fato na história da humanidade.
Não há nada de novo nisso.

E os chinas vem ai para repetirem o mesmo jogo.

Heinz
Heinz
9 dias atrás

Off topic: nenhuma matéria sobre a surra que as tropas de Assad e mercenárias russas tomaram em Aleppo?

Cristian
Cristian
Reply to  Heinz
9 dias atrás

Duvido muito eles postrem.

Rogério Loureiro Dhierio
Rogério Loureiro Dhierio
Reply to  Heinz
8 dias atrás

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