T-90MS_main_battle_tank_at_Engineering_Technologies_2012

vinheta-clipping-forte1A Rússia ocupa a segunda colocação mundial em exportação de armas, perdendo apenas para os EUA. Moscou fornece armas e equipamentos militares a 66 países, assinou contratos de cooperação técnica e militar com 85 e sua lista de encomendas de produtos relacionados à defesa atualmente atinge a marca de R$ 94,4 bilhões. A exportação mundial de armas russas chegou a R$ 31 bilhões em 2012, um aumento de 12% em relação ao ano anterior.

No entanto, para garantir o crescimento estável das exportações, a Rússia está de olho em oportunidades fora dos seus tradicionais parceiros, como a Índia, e busca novas parcerias sobretudo na América Latina.

“De acordo com as estimativas de nossos especialistas, o volume do mercado de armas latino-americano atingirá aproximadamente R$ 102 bilhões nos próximos dez anos. Se nós concentrarmos nossos esforços nisto, poderemos assinar contratos à altura”, disse Serguêi Goreslavski, representante da Russian Technologies (Rostec), empresa estatal de alta tecnologia. Ele acrescentou que Venezuela, Peru, Brasil, Argentina e México assinalaram interesse em comprar helicópteros e sistemas de defesa aéreos.

Grigóri Kozlov, chefe do departamento de Exportação de Helicópteros da Rosoboronexport, a única exportadora autorizada de armas e equipamentos militares da Rússia, disse que há um bom potencial para a cooperação com praticamente todos os países da região, especialmente com o Brasil, onde helicópteros Mi-35M são usados ​​com sucesso.

O principal parceiro na região continua sendo a Venezuela, que é atualmente o segundo maior comprador de armas russas, depois da Índia. O Centro de Análises do Comércio Mundial de Armas estima que o valor dos equipamentos adquiridos por Caracas junto à indústria de defesa russa seja de R$ 9 bilhões. Isso inclui 24 caças Su-30MK2V, 100 mil metralhadoras AK-103, mais de 40 helicópteros multiuso Mi-17V-5, 10 helicópteros de ataque Mi-35M2, três helicópteros de transporte pesado Mi-26T2 e 5 mil rifles de sniper SVD.

Futuras parcerias na América Latina incluem ainda acordos com o Peru para atualizar a frota de caças Mikoyan MiG-29 Fulcrum, além da venda de 100 tanques T-90S, 700 caminhões Kamaz e um novo lote de helicópteros Mi-8/17.

Índia: número 1

A Índia continua sendo o maior cliente da Rússia para aquisição de armas, respondendo por 80% do seu equipamento militar de Moscou. O país comprou 350 tanques T-90S e encomendou outros 1500. O INS Sindhurakshak, um submarino diesel-elétrico da Marinha da Índia que passou por uma revisão e uma modernização no estaleiro russo Zvezdochka, localizado em Severodvinsk, finalmente chegou ao porto de Mumbai em 29 de abril. O INS Vikramaditya foi submetido a uma operação complexa no estaleiro russo Sevmash antes da fase final de testes e entrega à Marinha da Índia ainda este ano.

Os produtores de aeronaves russos também procuram oportunidades para fortalecer as ligações com seus parceiros indianos. A fabricante de aviões Sukhoi está construindo uma aeronave de quinta geração em conjunto com parceiros indianos. A Índia também está operando atualmente 150 modernos caças multifunção Su-30MKI. A Rosoboronexport está participando de um concurso para tornar-se fornecedora dos helicópteros de vigilância e reconhecimento Ka-226T, disse Grigóri Kozlov recentemente.

Serguêi Korotkov, diretor executivo da Russian Aircraft Corporation (RSK) MIG, adianta que suas expectativas estão relacionadas principalmente com o MiG-35. “Eu gostaria de ver o MiG-35 permanecer em destaque no contexto da nossa história em comum e nossa parceria de 50 anos. Esperamos que a Índia celebre um contrato para o fornecimento do MiG-35, nós estamos aptos para atender à demanda”, diz Korotkov.

Além disso, Rússia e Índia desenvolvem em conjunto, o míssil de cruzeiro supersônico BrahMos. Em 22 de maio, de acordo com relatos da mídia local, a Índia testou com sucesso o míssil de cruzeiro supersônico BrahMos, com alcance de 290 km, que foi guiado desde a mais nova fragata INS Tarkash na costa de Goa.

Turquia: exportação estável

Durante 20 anos, Moscou tentou repetidamente atrair os militares turcos com sua tecnologia avançada. Uma nova tentativa foi feita na IDEF 2013 (Feira Internacional da Indústria de Defesa), quando Rússia apresentou seu helicóptero Ka-52 Aligator, uma melhoria do Ka-50, e o Mi-28NE Night Hunter. Os projetos apresentados incluíram o tanque T-90S, o veículo para suporte de combate Terminator e os sistemas de mísseis antitanque Kornet-E e Metis M1, entre outros. Apesar de a Turquia ter sido o primeiro país-membro da Otan a estabelecer laços técnicos e militares com Moscou, o diretor-geral da Rosoboronexport, Anatóli Isáikin, advertiu que não se deve esperar um grande aumento da exportação de armas russas para a Turquia.

Com materiais da Rosoboronexport, RIA Nóvosti, ITAR-TASS e The Times of India

FONTE: Gazeta Russa

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leonardo
leonardo
10 anos atrás

e a historia da compra dos Pantsyr-S1 96K6 sera que anda como?porque precisava para complementar os gepard.

Wagner
Wagner
10 anos atrás

Mais uma vez a Rússia mostra a todos seu poderio tecnológico.

Isso é um fato consumado, aliás a tecnologia é uma das inúmeras contribuições russas para a humanidade.

Será uma sábia escolha da parte do Peru.

Nakagawa
Nakagawa
10 anos atrás

Se a tecnologia Russa é uma contribuição para a humanidade, a Americana é para o universo.

Eder Albino
10 anos atrás

Para quem quer adquirir armamento russo, a hora é agora!

Fábio Mayer
Fábio Mayer
10 anos atrás

Eu não acharia nada mal oBrasil adquirir mais dois lotes de 12 de Mi35, um lote de 36 YAK 34, Baterias Pantsir… pena que o governo acha que isso tudo é desnecessário…

Carlos Peçanha
Carlos Peçanha
10 anos atrás

Se o Brasil é aliado dos EUA e da OTAN, e todo nosso armamento é ocidental, é burrice adquirir armas russas, ainda que excelentes, a logística é outra, são outros calibres, outro tipo de manutenção, peças diferentes e etc… Comprar o MI-35 foi por outro motivo que não o técnico, como não vem ao caso falar de política nem vou comentar, os EUA tem estoques de Cobras e Supercobras para vender a países aliados, infelizmente optamos por helis russos, que não combinam com o armamento já existente, são elefantes brancos, jamais se integrarão aos outros armamentos, por serem outra tecnologia.… Read more »

dranuit
10 anos atrás

Concordo plenamente em gênero, número e grau. O armamento russo é bom para eles, acho que para nós aviões, navios, helis e etc USA, subs e tanques Germany alguma coisa inglesa e quase nada francês.

Alfredo Araujo
Alfredo Araujo
10 anos atrás

Não é burrice operar equipamento russo… Diversificar os fornecedores de armas é uma valiosa estratégia de defesa. A história mostra q confiar todos os ovos em uma só cesta não é um bom negócio…

Agora, comprar equipamento inferior ou alterar os requisitos para justificar uma aquisição… são outros 500…

Jeca Tatu
Jeca Tatu
10 anos atrás

“Fábio Mayer disse: 27 de maio de 2013 às 19:02 Eu não acharia nada mal oBrasil adquirir mais dois lotes de 12 de Mi35, um lote de 36 YAK 34, Baterias Pantsir… pena que o governo acha que isso tudo é desnecessário…” Errado senhor Fábio Mayer…Os políticos de um pais são o reflexo do seu povo….São reflexo de seu pais e sociedade….Os políticos são elementos que dançam conforme a musica…ou seja….Se estruturam/baseiam no que o povo quer,deseja e É…Se pautam pela sociedade…..Não são os políticos que não se interessam pela defesa,segurança,interesses do pais….são o povo deste pais…É a sociedade deste… Read more »

Claudio Dönitz
Claudio Dönitz
10 anos atrás

Senhor Carlos.

O Brasil não é aliado dos EUA e da OTAN. Ele não tem este status. Ele sequer é alinhado a estes.

O Mi-35 foi a escolha certa mas pelos motivos errados. Concorria contra ele o Mangusta(O helicóptero de brinquedo) e Tiger(O helicóptero de ouro – 70 milhões de euros a unidade).

Não importa o fornecedor, se não houver verba e planejamento para manter os equipamentos eles “vão apodrecer por falta de peças e inúteis por não sabemos consertá-los” independentemente da origem o que pode ser comprovado pelas próprias FAs brasileiras operadoras de longa data de equipamentos ocidentais.

colombelli
colombelli
10 anos atrás

Claudio, teu primeiro parágrafo me tirou as palavras da boca. O que há recomendando material ocidental é que alguns sistemas russos podem carecer de alguma adaptação (nada de mais sério) e o fato de termos tradição com material ocidental, coisa que agora esta sendo revista com o Igla, Mi-35 e Pantsyr. Outro material que poderia ter valia é o BMP-3 para pelo menos um esquadrão de cada um dos 04 regimentos de cavalaria blindada, hoje sem veiculos. São bem armados, anfíbios e rústicos. Total 50 veiculos. Se alguma empresa brasileira se interesasse em contruir sob licença, também seria interessante o… Read more »

Rodrigo
Rodrigo
10 anos atrás

Aqui só se compra material russo em troca de carne, mas eles insistem em nos embargar…

Esta foi semana passada…

https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/5/22/embargo-russo-afeta-minerva-e-marfrig

Mais uma vez o negócio do Pantsyr foi para a geladeira.

Rústico = sinônimo de desprovido de tecnologia

Vale a pena em tempo de paz, na hora do vamos ver a velocidade do combate moderno exige tecnologia de ponta.

Carlos_Góes
Carlos_Góes
10 anos atrás

Bom dia. Discutir tecnologia ocidental e Russa não quer dizer nada. Cada uma das duas já se provaram, sendo que em ambos os lados existem materiais muito bons e materiais muito ruins. O que influencia é a doutrina que cada pais estabelece. Abaixo segue algumas situações: 1º – Os Russos possuem o mais completo sistema de defesa antiaérea, e principalmente, tem seu custo acessível a maioria dos países do globo. Os EUA possuem a tecnologia para força aérea e marinha de ponta, mas a custos astronômicos. 2º – A doutrina Russa ainda se baseia no enfrentamento de grandes exércitos (situação… Read more »

Blind Man's Bluff
Blind Man's Bluff
10 anos atrás

Sr. Claudio Dönitz,

Quais as suas fontes para afirmar que o Mangusta é um helicoptero de brinquedo? Voce sendo expert em equipamento russo/soviético, não vi menção sua sobre os “atuais” AH russos, o 28 e 50/52, estranho, pois pelo preço que pagamos nos 24(35 export), poderiamos haver comprado algo mais moderno, como o Mangusta por exemplo.

colombelli
colombelli
10 anos atrás

Rodrigo, a rusticidade é um atributo desejável em todo o armamento e ela não significa necessariamente falta de tecnologia. Material militar opera em condições de poeira (muita peeira), umidade, choque, trepidação, calor etc… A tecnologia avançada é válida se e na medida em que possa aguentar estas condições, exatamente porque na hora do vamos ver é diferente do tempo de paz. Circuitos sujam superaequecem, falham, falta energia elétrica, combustível e nestas horas a rusticidade mostra seu valor. Como bem ressalta o Carlos Goes e ja discuti longamente com outros no naval, em vista do A-4, tenologia é fonte uma vantagem… Read more »